2008-05-31

Dance me to the End of Love

Como é que poderia escapar a esta associação entre o título do último quadro e esta canção com um video surreal do Leonard Cohen?


Mais Cyntia Breusch

Entretanto vi mais estes dois quadros aqui, um deles parece o zoom do outro, o primeiro chama-se

"Dance me to the End of Time"


e a segunda:


"Embrace"


Salvando Ícaro

Agora que entrámos na terra dos sonhos é com prazer que mostro esta imagem que me tocou logo quando a vi pela primeira vez no post do Lutz em 21.04.2008 no Quase em Português.

Achei comovente e original a ideia de alguém se lembrar de salvar o Ícaro da queda quando as suas asas de cera derreteram por voar tão alto e tão próximo do Sol.

Antigamente eu achava as histórias um bocado tristes porque parecia necessário que o herói morresse sempre no fim. Explicaram-me que era uma "necessidade narrativa" uma forma de tornar a história "perfeita" pois já não havia mais nada por contar.

No entanto, já no final do século XIX, esta técnica de matar o herói começara a revelar as suas fraquezas, quando Conan Doyle "matou" o Sherlock Homes de farto que estava do personagem e depois teve que o "ressuscitar" face à indignação dos leitores. Não sei se foi aí que se inventou a sequela literária mas parece-me ter sido aí a primeira vez que a opinião dos leitores influiu de forma tão directa na feitura da obra.

Aqui é diferente, trata-se dum mito e gosto desta versão em que afinal o Ícaro é salvo na sua queda por uma mulher com super-poderes! Além de gostar da ideia do salvamento gosto também muito da forma como é visualmente exposta pela pintora.

A Cynthia Breusch nasceu em Brisbane na Austrália, começou como "graphic designer" e dedica-se inteiramente à pintura desde 1991, segundo diz nas Galerias Schubert.

2008-05-29

Voar




Depois do voo de helicóptero do post anterior lembrei-me que às vezes sonho que consigo voar. Muita gente me tem dito que também tem sonhos desse tipo.

Nesta imagem a música era tão boa que a ouvinte flutuou algum tempo sobre a areia da praia sem deixar marcas. Era um anúncio duma estação de rádio em Agosto/2004.

2008-05-28

A Gaiola de Faraday

Este video mostra a execução de trabalhos em tensão, numa linha de muito alta tensão, na América do Norte, em que o trabalhador é transportado até aos condutores em tensão de uma das fases num helicóptero. O fato é condutor e funciona como uma gaiola de Faraday.

Há factores de escala que uma pessoa não se apercebe no chão, por exemplo que os dois condutores por fase, que são típicos em linhas de 400kV, estão separados por uma distância de 40 cm. Quando observados a partir do chão parecem muito mais juntos.

Acho que gostava desta profissão, pelo menos de vez em quando...


2008-05-27

A Maré e o Campo Electromagnético

stork nests
Na senda das imagens dos dois posts anteriores, decidi mostrar mais alguns pormenores dos novos habitats das cegonhas, aves que não alinham com teses ecologistas fundamentalistas pois não têm qualquer problema em aproveitar as oportunidades criadas pelas construções humanas, manifestando grande interesse na utilização dos postes das linhas de muito alta tensão como local para a construção dos seus ninhos.

Em zonas onde há muitas cegonhas a REN coloca nos seus postes plataformas, para “encorajar” a cegonha a fazer o ninho em sítios do poste que não interferem com o funcionamento da linha de alta tensão.

Nos últimos tempos tem aumentado a contestação à construção de linhas de muito alta tensão.

Um dos argumentos utilizados nessa contestação é o perigo para os seres humanos do campo electromagnético. Sendo inegável que este campo pode afectar os seres vivos, por vezes de forma letal, existe uma larga experiência dos seus efeitos e das precauções necessárias para evitar que sejam nocivos.



Existem pessoas que ainda pensam que seria possível provar que um determinado fenómeno não afecta a saúde dos seres vivos. Essas provas definitivas existem apenas no domínio da teologia e eventualmente nos sistemas de justiça, não existindo provas dessa natureza no domínio da ciência.

No pensamento filosófico actualmente dominante sobre a natureza da ciência, tributário de Karl Popper, o que caracteriza as teses científicas é a sua refutabilidade é a exposição permanente a factos novos que podem revelar que afinal, embora uma dessas teses conseguisse explicar todos os factos conhecidos de um dado domínio do conhecimento até um certo momento, foi descoberto um facto novo depois desse momento que a teoria não consegue explicar/prever, pelo que terá que ser aperfeiçoada ou substituída por outra diferente.

Neste sentido, o que nos leva a dizer que a subida e descida das marés não afecta a saúde dos seres humanos, que estão fora da zona inundada pela maré, é o desconhecimento de qualquer relação de causa e de efeito entre a maré e a referida saúde e não a existência de uma prova de ausência de efeito.

O que se aproxima mais duma “prova” de ausência de efeitos nocivos sobre a saúde humana de um fenómeno qualquer é a inexistência do conhecimento de qualquer relação. Quanto mais investigado foi o fenómeno maior a probabilidade de que não venha a ser descoberta qualquer relação, mas nunca se pode ter uma certeza absoluta.

Entrando agora pelo registo irónico e partindo da observação do grande aumento da população de cegonhas em Portugal, desde que começaram a nidificar nos postes das linhas de muito alta tensão, poder-se-ia investigar a eventualidade de o campo electromagnético ter efeitos afrodisíacos nestas simpáticas aves e, quem sabe, noutros seres vivos.

Não resisti a incluir ainda outra foto com outro campo de arroz e o que me parecem pinheiros.



2008-05-24

Biocombustíveis: campo de arroz

Continuando as imagens sobre agricultura mostro agora um campo de arroz, mais uma vez com uma linha de muito alta tensão, que também tem um ninho de cegonha.

Esta foto e a do post anterior foram tiradas a partir de helicópteros ao serviço da REN – Rede Eléctrica Nacional, em voos de reconhecimento do estado das linhas de transporte de energia.



A maior incidência de cegonhas ao pé de campos cultivados faz que, em muitas das fotos da REN sobre ninhos de cegonhas em postes de alta tensão, apareçam campos cultivados como fundo.

A possibilidade de utilizar biocombustíveis para fazer andar os automóveis tropeçou na alta dos preços dos produtos alimentares quando as plantações para fins energéticos tinham tido um novo impulso.

Já nos anos 70 se dizia que a agricultura americana usava mais energia para obter o produto final do que a energia que este continha. A energia não é o único valor em jogo nas actividades humanas e em época de energia barata como a que temos vivido poderá ser razoável adoptar esse tipo de agricultura grande consumidora de energia para a produção de alimentos. Agora não existe sistema económico razoável que possa subsidiar uma agricultura que coloca mais energia do que a contida no produto final quando esse produto se destina precisamente a fornecer energia e não alimento. O facto de não poder existir um sistema económico razoável que faça isso não quer dizer que não exista nenhum: actualmente existe um sistema destes nos EUA, que subsidia a plantação de milho para produzir etanol mas trata-se de um sistema absurdo de esbanjamento do dinheiro dos contribuintes americanos.

As extensas plantações de cana de açúcar no Brasil já têm um presente e poderão ter algum futuro, considerando a muito baixa densidade populacional do continente americano, mas dificilmente serão viáveis nas grandes zonas densamente povoadas da Ásia, onde não deverá haver terra arável disponível para culturas energéticas.

2008-05-22

Guns, Germs and Steel

Os canapés só são possíveis porque temos cereais para fazer as tostas, vegetais e alguns produtos de animais domesticados, além de facas de aço que permitem cortar os alimentos.

Para compreender a importância da descoberta da Agricultura recomendo vivamente a leitura do livro “Guns, Germs and Steel – The Fates of Human Societies” de Jared Diamond, que em boa hora me foi recomendado pelo João Pinto e Castro.

O objectivo do livro é tentar explicar porque é que algumas sociedades foram melhor sucedidas do que outras, nomeadamente na sua expressão demográfica. Fui à Wikipédia ver a data de publicação do livro (ainda não percebi o significado das várias datas com um © ao pé que aparecem nos livros) que foi 1997 e deparei com um resumo bem feito e com argumentos a favor e contra o livro. Aqui fica também o meu contributo.

Uma das teses mais importantes do livro é a vantagem que representou para os habitantes da massa continental da Eurásia que esta se desenvolva segundo a mesma latitude, o que facilitou a propagação da agricultura, ao contrário do continente Americano e da África subsaariana que se desenvolvem mais na direcção da longitude, tornando difícil o aproveitamento de plantas domesticadas fora do sítio onde ocorreu essa domesticação.

Até ler este livro costumava achar a descrição da pré-história uma grande seca, umas pedras lascadas, outras polidas, o aparecimento da agricultura e finalmente da escrita onde tudo verdadeiramente começava, Foi a primeira vez que li uma descrição interessante desses esforços para domesticar as plantas e da singularidade dessa conquista. Em apenas 7 zonas do globo existem vestígios de domesticação original, no resto do globo essas plantas domesticadas vieram desses sítios de domesticação original. A mãe de todas as domesticações ocorreu em parte na zona actualmente ocupada pelo Iraque. Fiquei impressionado pelo pequeno número de plantas domesticadas, quando comparadas com a variedade do mundo vegetal. O número de animais domésticos com mais de uma dezena de quilos é também impressionantemente pequeno: bois, cavalos, burros, porcos, cabras, ovelhas e pouco mais.

A concentração de pessoas e de animais domesticados fazem aparecer micróbios perigosos e epidemias que foram mais devastadoras para as populações esparsas encontradas pelas populações densas do que as próprias armas desenvolvidas nas sociedades mais densamente povoadas.

O autor poderá ser criticado por tentar estabelecer uma “Teoria da História” mas parece-me que a abordagem é sensata. Em certas condições é mais provável que certas evoluções ocorram mas para essas probabilidades serem significativas são precisos grandes números, no tempo ou no espaço e o autor não anda à procura de certezas inevitáveis.

Para abreviar, depois de ler o livro, fiquei com a noção ingénua que “tinha sido mesmo assim”. Li num blogue que já existe tradução em português.

Escolhi como imagem para acompanhar este texto um campo cultivado e uma estrutura de aço suportando uma linha de Muito Alta Tensão e um ninho de Cegonha.


2008-05-18

Mais canapés

Só há relativamente pouco tempo os seres humanos se defrontaram, nalgumas sociedades do planeta, com a abundância permanente de comida. Por isso o nosso organismo, que desenvolveu a sensação de fome para nos alertar que precisamos de comer, ainda não desenvolveu tão bem um alarme equivalente para pararmos de comer. Se nas situações raras em que havia abundância de comida comêssemos um pouco mais do que o necessário não nos viria grande mal pois nos dias seguintes enfrentaríamos com grande probabilidade situações de escassez. Deve ser por isso que a sensação de enfartamento não é tão imperativa como a fome e nos ajuda pouco a evitar o excesso de peso

Se não se gosta de fazer muito exercício, uma das possibilidades para manter o peso é comer menos e claro comer melhor. Como já ouvi muitas teorias sobre nutrição não garanto que os canapés que a seguir apresento sejam equilibrados. São simples de fazer e têm alguma variedade sem colocar problemas logísticos.

Nesta primeira imagem tem uma sanduíche de carne frias com alface, cortada em 4 triângulos, uma fatia de pão de forma com pâté, cortada em 4 quadrados, 2 com alface e 2 sem, e outra fatia com requeijão, também cortada em 4 quadrados dos quais um é simples, o outro tem meio tomate cereja e os 2 restantes têm um pouco de pimenta preta moída.





Na imagem ao lado temos um conjunto de canapés com salmão com uma alcaparra cada e com alface cortada em tiras finas. Além dumas gotinhas de limão tenho posto em cada quadradinho uma ou duas gotas de um licor de limão que tinha comprado em Itália, em Sorrento, depois duma visita à deslumbrante costa Amalfitana.

Nos pratos em baixo temos recombinações, no da esquerda há requeijão simples e com pimenta, pâté, salmão com alcaparras ou com agrião frisado, designado também "cresson" ou "water cress", que plantei numa caixinha de plástico como fazem os dinamarqueses. No prato da direita tem queijo de cabra com tomate cereja, pâté de atum com rodela de pepino, pâté au poivre vert e queijo da ilha.



Os pratos com uma banda amarela e fita azul ou com uma banda azul e fita amarela (do post anterior) fazem parte de serviços a que chamaram Garbo e Bogart. Só nessa altura reparei que estes dois actores famosos têm nomes com as sílabas trocadas, como as cores destes pratos.

2008-05-17

Vermelho e Branco: Canapés

O vermelho da cadeira Panton sobre fundo branco fez-me lembrar este conjunto de canapés com uma tosta como base, seguida de uma fatia de queijo de cabra, seguida (ou não) de um tomate cereja cortado em duas calotes sobre a mesma tosta. O efeito visual do vermelho sobre o branco é muito agradável e a combinação de sabores também.




No prato seguinte passei a colocar apenas uma calote de tomate cereja em cada rodela de queijo cabra, fazendo lembrar visualmente um ovo estrelado (com gema vermelha). Os canapés verdes são "sandes" assimétricas com uma tosta, uma pasta de atum com muito pouca maionese e uma rodela de pepino a fazer de outra "tosta", donde o nome de sandes assimétrica.




Tudo isto é muito fácil de fazer mas ainda fica mais fácil com um corta-queijo de arame como o mostrado na foto seguinte, muito bom para queijos pastosos como o de cabra, pois a massa mole não fica agarrada ao arame. Estes acessórios são muito fáceis de encontrar na Alemanha e na Dinamarca, nos outros países já não tanto.


2008-05-15

Verner Panton

Sempre que vou a Copenhaga faço várias visitas à loja Illums Bolighus, situada na Stroget, a "rua do comércio" da cidade. A foto a seguir mostra o aspecto geral do "hall" principal da loja:



Este visual, que existe pelo menos desde os anos 70 do século passado, é muito animado pelas escadas rolantes. Na loja vendem-se "artigos para o lar", com uma muito boa representação do design dinamarquês, como seria de esperar.


Foi nesta loja que encontrei o Dodecaedro de Vidro que mostro aqui ao lado. Existia em três tamanhos tendo eu optado pelo mais pequeno, com um "diâmetro" de cerca de 10 cm. Não vinha com livro de instruções pelo que não tenho a certeza que tivesse sido pensado para jarra de flores, como acabei por utilizar.

As letras no fundo do objecto dizem "design by verner panton" e "unique interieur copenhagen" pelo que fui ver no Google quem seria Verner Panton.




Trata-se de um importante designer dinamarquês que viveu de 1926 a 1998 e que se distinguiu nos anos 60.

Não encontrei referências a este dodecaedro que conquanto interessante não terá sido uma obra maior. Os candeeiros com discos brancos translúcidos também foram muito populares na sua época. Lembro-me dum candeeiro gigantesco usando estes discos no hotel Alvor, no Algarve.

Julgo que a sua obra mais conhecida é esta cadeira, construída integralmente a partir de uma superfície única, sem quaisquer articulações nem descontinuidades.


2008-05-13

M.C.Escher: Répteis

Do dodecaedro pentagonal de vidro do post anterior passamos a este desenhado por Escher numa cena de um quadro dentro de um quadro. Escher manteve um interesse continuado nas técnicas de preencher o plano com mosaicos de formas complicadas, nomeadamente de seres vivos.

Nesta imagem vê-se um livro de esboços de desenhos aberto numa página com 3 tipos de mosaicos com a forma de lagartos em que um deles sai do desenho e trepa para um livro. Na realidade existe um conjunto de lagartos, em fila, que se dirige para um Dodecaedro Pentagonal em que está um lagarto soltando vapor pelas narinas, parecendo um dragão. Depois desse clímax os lagartos retornam ao desenho donde tinham saído.

Não faço ideia do significado de nada disto mas é uma cena misteriosa que atrai o olhar.

2008-05-12

Dodecaedro com flores silvestres

O fundo dourado da imagem da Grande Vaga do Hokusai fez-me lembrar os tons dourados com que aparece o papel de parede da nossa sala de jantar nas fotos que tiro à noite. Dir-me-ão que não estou a corrigir bem a cor das fotos mas como gosto da cor que fica acabo por não fazer nenhuma correcção.

Os Olivais Sul estão outra vez com algums canteiros com a erva muito crescida, talvez a CML continue em crise financeira, colhi meia-dúzia de pequenas flores silvestres e usei um dodecaedro de vidro, com cerca de 10 cm de "diâmetro", para fazer este arranjo floral:


Hokusai: Grande Onda

Desconhecia até agora esta imagem do Hokusai. Embora continue a achar a Grande Onda de Kanagawa uma composição extraordinária, esta também tem muitas qualidades. O monte Fuji está tão bem integrado com o mar que mais parece uma onda, contribuindo para criar a impressão que as árvores em terra estão no meio da água. A espuma da crista da onda transforma-se em pássaros brancos e o céu desta vez está dourado. Não vejo motivo para uma preferência tão acentuada pela outra imagem que deixe esta quase no esquecimento.

Katsushika Hokusai, 1760-1849

No fim do artigo da Wikipédia sobre o pintor japonês Hokusai havia um link para um site com quase 3000 imagens das obras deste pintor. Para encontrar gravuras a cores recomendo as primeiras dez páginas de "Thumbnails" ou então a última página do índice (133) e que andem para trás. As imagens que mostro a seguir são todas desse site, têm todas 800 pixels de largura mas no site existem versões com maior definição.

Foi difícil seleccionar entre tantas hipóteses apenas mais três imagens. Noutra altura mostrarei mais algumas.

A primeira imagem que seleccionei foi feita para ilustrar um de 100 poemas, tendo este poema como tema a visita do imperador do Japão a um campo de arroz, tendo Hokusai preferido representar apenas os trabalhadores dos arrozais e omitir a figura do imperador.



A segunda imagem, feita para ilustrar outro dos 100 poemas (o 39), mostra uma planície onde cresce bambu, vários trabalhadores do campo e um conselheiro da corte, bem vestido e acompanhado por serviçais. Aparentemente o conselheiro tem dificuldade em apreciar a beleza da paisagem porque está com um problema de amores.



Apresento a terceira e última imagem (desta série) no post seguinte.

2008-05-09

Hokusai, a grande onda de Kanagawa

Houve uma altura em que esta imagem parecia estar em todo o lado, simbolizando por vezes o poderio económico do Japão, ou a agressividade dos seus investimentos por todo o mundo. Talvez a expressão "Terceira Vaga" derivada do livro do mesmo nome dos Toffler também tenha dado o seu contributo.

Hokusai viveu de 1760 a 1849 e segundo a Wikipedia, "Hokusai had a long career, but he produced most of his important work after age 60", o que é animador para os candidatos a sexagenários.

A Grande Onda de Kanagawa é uma das 36 vistas do Monte Fuji que na realidade são 46.


Árvore precursora do Hokusai

A folhagem desta árvore fez-me lembrar as pequenas garras da espuma da onda do famoso quadro de Hokusai.

2008-05-06

A Beleza está à nossa volta

No outro dia (da Primavera do ano passado) fui a Seteais e tirei esta foto (com o meu telemóvel) onde as folhas novas verdes claras parecem quase flores sobre o fundo escuro das suas irmãs verde-escuras. A Beleza está à nossa volta.

2008-05-04

São Petersburgo

O pássaro do artesanato russo do mobile do post anterior evocou a minha visita em Jun/1994 à cidade que eu ainda chamava Leninegrado e cujo nome estava a regressar ao antigo nome de São Petersburgo sendo o regresso oficial de 6/Set/1991, após o golpe de Ago/91, a deposição de Gorbatchov (e o fim da União Soviética).

O nome do hotel na foto da direita mostrou-me que o nome CAHKT-ПETEPБУPГ (caracteres cilílicos para SANKT PETERBURG) já se tinha estabelecido, pois seria estranho usar este nome numa cidade que ainda se chamasse Leninegrado. Nessa altura a internet não estava tão desenvolvida como agora e não se podia ir à Wikipedia ver rapidamente qual era o nome oficial da cidade.



É um hábito irritante dos russos, este de dar nomes de governantes a cidades. Quando a reputação respectiva vai por água abaixo toca de mudar o nome, como já tinha acontecido com Estalinegrado, onde se deu um cerco famoso durante a 2ª Guerra Mundial e que agora se chama Volgogrado, dado ser atravessada pelo rio Volga.


Em frente da estação de caminho de ferro para a Finlândia ainda estava uma estátua de Vladimir Ilitch Ulianov, o nome de Lenine, e fotografei a estátua a pensar que deveria ser das poucas que ainda restariam sobre pedestal na ex-União Soviética. A estação para a Finlândia estava em estado de grande abandono mas via-se que nunca tinha tido qualidade. Nem os transportes públicos eram tão bem tratados como no Ocidente. A minha opinião sobre o regime soviético tinha sido muito inspirada pelas leituras de "Animal Farm", 1984 e outras obras do George Orwell pelo que não estava à espera de grande coisa.


No entanto fiquei bastante chocado com esta instalação "provisória" de postes para os cabos dos carros eléctricos, em que eram colocados grandes blocos de cimento à volta do poste. Nunca tinha visto nada assim em Portugal.
Já o mesmo não diria da péssima qualidade do piso que em Lisboa talvez não fosse tão mau mas que tão pouco tinha a qualidade de hoje. Do que vi fiquei com a impressão que os russos estavam a passar por um muito mau bocado e que existiria provavelmente fome. A qualidade das fotos deixa um pouco a desejar mas são slides tirados com a minha antiga máquina reflex e posteriormente digitalizados num scanner para slides e película.

Para um visitante de poucos dias o principal interesse de São Petersburgo são os magníficos palácios, dos tempos dos czares, que existem em grandes quantidades, mas gosto de registar também as construções modernas. Este sólido prédio de apartamentos mostra que os russos continuavam a adoptar soluções com algum "colectivismo". Não me lembro de nenhum prédio de apartamentos em Lisboa com tão grande dimensão. Existe uma "marquise" com caixilharia de madeira em vez de alumínio e nos últimos andares existem umas varandas com o revestimento ainda em tijolo, que se vêem melhor clicando na figura para a ver com a dimensão máxima.


Da parte histórica seleccionei imagens de dois palácios,





estas duas fotos que dão uma ideia do Palácio de Inverno,



estas duas fotos em que tive a sorte de o sol poente se reflectir nas janelas, parecendo que o conjunto de palácios que constituem o museu Hermitage estão em chamas



estando nesta uma ampliação da anterior mostrando apenas o Palácio de Inverno




e concluindo com a Fortaleza de Pedro e Paulo.



2008-05-02

Mobile

Ao falar da neve lembrei-me dum floco de neve fanado que tenho em casa:



Mobile que tenho em casa, com um pendente com Sol, Lua e Estrelas, de latão, que trouxe de Nuremberga, um floco de neve fanado das quedas, de polistirol, que também trouxe de lá, uma gaivota de latão que trouxe da Galiza, uma ave que parece do paraíso comprada numa exposição de artesanato russo na Cordoaria em Belém, de madeira, feita apenas com duas peças parcialmente cortadas e 5 Origamis de vários tamanhos que fiz eu. Para ser exaustivo, os arames são reciclados de cruzetas da lavandaria.

2008-05-01

Pamukkale

Depois de tanto texto sobre a Turquia ficamo-nos agora apenas pelas imagens de Pamukkale, um ex-libris da Turquia, local em que existem umas fontes termais com água muito rica em calcário que ao precipitar forma encostas de uma brancura que parece neve. A raridade e beleza do fenómeno levou à sua classificação como património da humanidade pela UNESCO.
O sítio chamava-se antigamente Hierapolis e tem também uma necrólope importante.
O meu dedo do pé dá uma ideia da escala destes padrões de camadas calcárias e as 4 fotos restantes fazem uma espécie de "zoom-out" para a paisagem circundante.