Há muito tempo havia uma colecção de mini-livros para crianças, chamada Formiguinha, de que ainda recordo algumas histórias.
Numa delas entrava um mandarim e um rouxinol e a memória que me ficou foi de o mandarim ter metido o rouxinol numa gaiola, para poder apreciar sempre que quisesse o seu canto maravilhoso. Porém o pássaro entrou em depressão, perdendo a vontade de cantar. Mas quando alguém se esqueceu de um telemóvel “made in China” na gaiola, o rouxinol deu umas bicadas no teclado, enviando uma mensagem SMS ao mandarim, dizendo-lhe que caso lhe devolvesse a liberdade viria cantar todos os dias na varanda onde ele costumava observar o pôr-do-sol. O mandarim decidiu arriscar e a história acabou bastante bem, com o mandarim a ouvir regularmente o cantar do rouxinol ao pôr-do-sol.
A memória às vezes atraiçoa-nos e não garanto que este pormenor do SMS fizesse parte do original, se calhar recorriam ao truque de dizer que os animais falavam, mas parece-me um truque tão bom como outro qualquer.
Agora fui ao Google e como com mandarin e nightingale não estava a ter muito sucesso mudei para emperor e lá me apareceu uma história do Hans Christian Andersen. Afinal havia na história um pássaro mecânico e alguma má vontade contra o autómato cujo principal problema julgo tratar-se da falta de memória de massa, o que o tornava bastante repetitivo. Quando a memória de massa aumenta muito, como num ipod, o problema da repetição dos trechos musicais quase desaparece.
Mas o que é facto é que a força da marca “Rouxinol” ficou para sempre associada na minha mente à de um pássaro que canta muito bem, embora nunca tivesse reconhecido o canto do rouxinol.
Devido ao grande interesse que o meu neto, que ainda não fez dois anos, manifesta por todo o pássaro que avista, fui no outro dia ao YouTube e lembrei-me logo de procurar o Rouxinol.
Finalmente pude apreciar o canto desta ave que vale a pena ouvir:
Afinal este rouxinol dentro duma gaiola dá uma performance mais completa, se calhar é o prenúncio da entrada em depressão:
No blogue Sabores Ocultos refere a colecção Formiguinha, da editorial infantil Majora, onde constatei que o número 35 era “O Rouxinol e o Imperador”.
2010-04-21
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Bem, se estamos a falar em livros infantis... havia um livro da Anita onde se falava de um rouxinol, mas pelo desenho devia ser outro pássaro qualquer, porque era muito mais colorido (talvez um chapim azul?). Por causa dessas e doutras é que eu não percebo nada nem de fauna nem de flora.
E já que fala em autómatos: um dia que venha à Alemanha, sugiro uma visita a Bruchsal (cidade um pouco a sul de Heidelberg) para visitar o museu de instrumentos de música mecânica. Parece que a técnica começou na Floresta Negra, com os relógios de cuco, e evoluiu para instrumentos incríveis: pianos, orgãos, e até violinos que tocam sozinhos!
Para mais, as músicas são muito agradáveis.
Tenho a certeza (enfim, tanto quanto se pode ter a certeza sobre alguém que só se conhece na internet) que vai gostar de passar algumas horas naquele museu.
E para o seu neto, permito-me dar outra sugestão:
http://www.dutchguard.com/8-inch-audubon-p-BIRD.html
(temos um desses na cozinha - com os nomes em alemão. Ao fim de cinco anos, os únicos sons que consigo distinguir são o da coruja e o do cuco. Triste vida, péssimo ouvido.)
Helena, obrigado pelas sugestões do museu e do relógio.
Uma vez em Canberra estive numa casa onde havia um piano de cauda com um dispositivo adaptado que tocava as teclas sózinho, a partir de rolos de papel com umas perfurações. Não fiquei muito convencido porque além dum piano de cauda só caber tendencialmente em casas australianas (talvez também nas americanas, mas em poucas europeias que não sejam alemãs) o dispositivo fazia bastante ruído a funcionar e não é certo que reproduzisse tão bem como um toca CDs.
Enviar um comentário