2025-08-07

Conchas e Twist

 

No meu passeio diário à beira-mar vou olhando para quem passa e quem está, já há uns anos que deixei de procurar gente conhecida dada a raridade do evento.

Vou também olhando para a areia em frente, para evitar as pedras existentes na praia de Alvor, resultantes das explosões nas arribas determinadas superiormente, como referi neste post "Pedras na Praia dos Três Irmãos".

De vez em quando, em vez duma pedra encontro uma concha em bom estado, ou pouco comum, que por vezes colecciono.

 Foi o caso destas conchas planas que apresento a seguir, com uma régua com escala em cm para refeência da dimensão e com uma moeda de 1 euro cujo diâmetro é 2,2cm. Usei o fundo verde dum saco de papel dum jornal para diminuir o contraste com a mesa envernizada de preto. 

  

Pesquisei no Google Images a concha maior

 

 

tendo sido remetido para este sítio do governo americano com imagens parecidas da "Eastern Oyster" (Ostra Americana), identificada na Wikipédia como (Crassostrea virginica), sendo esta a "tampa" da ostra, a outra parte é onde está o molusco.

Não me lembro de ter visto esta concha noutras praias, no caso da praia de Alvor ela tem sido assoreada com areia vinda da ria de Alvor, onde existe criação de ostras, por exemplo ao longo do ramal ferroviário de Lagos. Esta concha de côr branca quase imaculada deve ter perdido alguma côr  na erosão a que foi submetida.

Disseram-me que em Portugal se cultivava mais a Crassostrea angulata (Ostra Portuguesa) que tem grandes afinidades com ostras da Ásia, talvez tenha sido trazida do Japão. É possível até que as "tampas" sejam semelhantes e que se trate duma ostra portuguesa.

 

Ainda na recolha de conchas refiro umas de conquilhas gigantes que nunca vi cozinhadas num prato , que mediam uns 8cm conforme se constata na figura seguinte

 


Todas estas conquilhas perderam a côr natural, nas duas conchas na parte de baixo avalio a da esquerda, com 3,5cm na dimensão máxima, como um tamanho médio de antigamente, agora as conquilhas que me aparecem no prato ficam pelos 3 cm como na concha da direita e ainda alguns exemplares mais pequenos. Há uns 50 anos era possível apanhar conquilhas na maré baixa o que que deixou de ser possível quer na Praia da Rocha quer na de Alvor.

No Sotavento, que não tem tido uma invasão tão grande de turistas como no Barlavento dizem-me que ainda á possível apanhar algumas conquilhas pelo método tradicional que consistia em enterrar oo calcanhar na maré baixa na parte da praia que a água do mar cobria de forma intermitente e rodar o pé ora para a direita ora para a esquerda mantendo o calcanhar no mesmo sítio até desenterrar uma ou mais conquilhas que eram apanhadas à mão antes de serem levadas pela água em refluxo.

Era um movimento parecido à dança do Twist, que apareceu nos anos 60, iniciando a prática de cada elemento dos pares de dançarinos não tocar no seu parceiro, reservando essa prática apenas para as músicas de "slow".

A música clássica do Twist era este "Let´s Twist again" que constatei agora ser do Chubby Checker:

"Come on let' s twist again / like we did last summer! / Yeaaah, let's twist again / Like we did last year/...

Também havia o "Twist and Shout", uma das 4 músicas do primeiro 45 RPM (Rotações por minuto) dos Beatles publicado em Portugal e referido neste blogue

 Segue o vídeo do Twist and Shout:

 

 

1 comentário:

Anónimo disse...

Imaginativa ligação entre conchas e o twist… Sim, aqui no Sotavento ainda se vê gente na praia a fazer essa busca de conquilha com o calcanhar; acho que nem vale o esforço, mas o que é facto é que acontece com alguma frequência. O resultado concreto dessas buscas amadoras é muito fraco… Depois há uns locais que arrastam, recuando, um aparelho preso às costas que penetra uns centímetros na areia molhada na zona das ondas mais pequenas. Esses têm mais sucesso mas imagino que o esforço seja grande. Depois vendem a conquilha nos caminhos de acesso à praia, as pessoas compram quando regressam a casa.