2023-07-15

Alimentando um Grilo com Alface

 

Da minha infância lembro-me de nos verões na Praia da Rocha irmos depois do jantar à Fortaleza de Stª Catarina, que na altura tinha um Restaurante, uma Esplanada e uma Casa de Gelados, onde se reuniam as famílias que andavam no veraneio. Nessas noites mais ou menos quentes um dos passatempos dos infantes era capturar os grilos cuja posição era denunciada pelos sonoros cri-cri que emitiam frequentemente.

Ontem à noite apareceu-me um sem fazer cri-cri mas a tentar entrar na casa térrea onde estamos e consegui agarrá-lo com sucesso pelo que me pareceram as pernas traseiras.

Depois, para mostrar a proeza aos netos, meti-o num pequeno recipiente de vidro para alimentos com tampa de plástico e, lembrando-me que se dizia que os grilos comiam alface, pus um bocadinho de alface no recipiente/prisão,

Esta manhã fui surpreendido pelo grilo já ter "processado" o bocadinho de alface que lhe deixei ontem à noite, bocadinho parecido ao que aparece na foto que tirei esta manhã

 

Na dúvida coloquei uma moeda para impedir que o recipiente ficasse hermeticamente fechado.

A seguir mostro o grilo em grande plano, noutro enquadramento da mesma foto

 


Esta noite vou libertar o grilo para evitar que fique obeso.


 



2023-07-11

Arbusto na areia revisitado, mais um pouco de nostalgia

 

Voltei a fotografar este arbusto que já mostrei aqui, nesta foto de 15/Set/2015

 


porque reparei que tinham cortado os ramos mais baixos deste arbusto como se constata nesta foto de 1/Jul/2023 



Nesta foto, além do arbusto majestoso, aparecem duas das poucas vivendas que não foram demolidas para dar lugar a prédios de 4 a 10 andares, numa urbanização feita ao sabor das influências e do tráfico de favores no município de Portimão.

Na vivenda do lado esquerdo da foto, que teve um aumento de construção importante na segunda metade do século XX, vivia a família de Lopo Tavares e Dª Mercedes, esta última da família Feu em que uma parte estava envolvida na indústria das conservas de Portimão, cuja fábrica Feu Hermanos é actualmente um museu municipal interessante dessa indústria em Portimão. A casa foi herdada pelo filho Lopo Tavares (às vezes referido como Lopinho para distinguir do pai) no final do século XX e não me lembro de ver aquelas portadas das janelas alguma vez abertas até há pouco tempo (talvez menos de um ano) em que, com o falecimento  do "Lopinho" Tavares os herdeiros voltaram a abrir as portadas das janelas!

No topo direito da foto, à frente de prédios, aparece uma vivenda dos tempos da Art Déco de que falarei mais adiante neste post.

Dado o estado de triste degradação do jardim municipal sobre a arriba entre a vivenda do lado esquerdo e a fortaleza de Stª Catarina suponho que o corte dos ramos mais baixos se terá devido a intervenção de alguém da casa de Lopo Tavares.

As principais diferenças entre arbustos e árvores são a altura, com uma fronteira por volta dos 3 ou 4 metros, ficando os arbustos abaixo dessa fronteira e as árvores adultas acima, e a existência de vários caules a sair do solo nos arbustos e de um caule único no caso das árvores.

As opiniões dividem-se sobre a supressão dos ramos mais baixos, sobretudo no caso das árvores. Há quem diga que podar ramos vivos prejudica sempre a árvore, outros que referem que os ramos mais baixos acabam por morrer mais cedo, dado o menor acesso à energia solar por estarem na sombra dos ramos mais altos, pelo que podá-los apenas apressa o que iria acontecer em breve.

As vantagens na poda dos ramos mais baixos consistem num maior acesso à luz na vizinhança da árvore, em desimpedir vistas eventualmente interessantes, num aumento da área de sombra disponível para os seres humanos e num aumento da segurança dado que a árvore não se presta a ocultar pessoas mal intencionadas. Neste  caso talvez sirva para evitar a acumulação de lixo que poderia originar odores desagradáveis.

Mostro a seguir um enquadramento de uma parte da imagem anterior

 


 e outro contendo só o arbusto

 


Regresso entretanto à casa no topo direito da imagens anteriores, compondo volumes paralelipipédicos com cilindrícos, de paredes brancas e estores verde escuro, casa da Dª Alice Fernandes, mãe do Nuno Nazareth Fernandes, engenheiro mecânico que segundo a Wikipédia foi "compositor, letrista, cartoonista, fotógrafo, poeta e guionista português" e que se tornou figura pública ao compor a música de 3 canções vencedoras dos festivais  RTP da canção nos anos de 1967, 1969 e 1971. Na consulta da entrada da Wikipédia deste compositor descobri que o avô materno de Nuno Nazareth Fernandes, Joaquim Agostinho Fernandes foi um empresário de grande sucesso e coleccionador de Arte. Entretanto a casa foi vendida e dividida em vários apartamentos que são comercializados na net como parte da "Vila Mirante, Praia da Rocha".

Em 21/Ago/2017 fotografei algumas das vivendas ainda existentes na Praia da Rocha e na altura tirei esta foto da Vila Mirante:


Hoje apeteceu-me substituir os prédios atrás da moradia por céu azul monocromático R=71, G=104, B=173, ligeiramante mais claro do que uma amostra da foto original, devia ser assim que a vivenda aparecia quando foi construída.