Acabei há pouco tempo de ler o livro “Pai Nosso”, alegado romance de Clara Ferreira Alves.
Gostei do que li mas fiquei com a sensação que não se tratava de um romance propriamente dito, daí o adjectivo “alegado” que usei no parágrafo anterior.
Há muitos anos que quase não leio romances e embora reconheça alguma utilidade e prazer na leitura deste género falta-me o interesse pela psicologia dos personagens. Neste livro a densidade psicológica dos personagens é tão ténue que é quase transparente.
Quanto a mim trata-se de um conjunto de crónicas de repórter versado na guerra sem fim entre israelitas e palestinianos e no fundamentalismo islâmico local e global. A situação política e social descrita é muito deprimente e percebe-se que a Clara Ferreira Alves ande bastante mal disposta com o estado do Mundo.
Adenda
Achei muita graça a uma fala da personagem Beatriz sobre Jerusalém:
- E ninguém gosta de Jerusalém. Nem o Papa. Por alguma razão o Vaticano é em Itália, na civilização. Sempre se pode ver o Michelangelo em paz. Comer uma pasta ou un risotto.
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