2015-04-04

As memórias de Winston Churchill


Tenho andado a ler a versão abreviada das memórias de Winston Churchill sobre a II Guerra Mundial, na série de 8 livrinhos do jornal Expresso (que ultimamente anda um bocado obcecado com guerras e batalhas nestas séries de livrinhos de fidelização de leitores) e deixo aqui as minhas impressões:

Impressionou-me a série de derrotas sofridas pelas forças armadas inglesas na primeira parte do conflito, começando na retirada de Dunquerque, passando pelas batalhas navais perdidas na tentativa de evitar que a Noruega fosse tomada pelos nazis, no fraco controlo do mar Mediterrâneo, na incapacidade de defender a Grécia e na perda de Creta, nas perdas navais causadas pelos submarinos alemães, nas dificuldades na luta contra Rommel nas areias dos desertos do Norte de África, na incapacidade de evitar ataques aéreos à sua capital, Londres, que ficou com áreas num estado lastimável, mesmo depois da remoção de grande parte dos destroços, como se pode constatar nesta foto de Wolfgang Suschitzky tirada a partir da catedral de St.Pauls em 1942 que julgo ter visto na net, numa exposição da Tate


Achei também interessante a confirmação de que actualmente boa parte dos seres humanos usufrui de acesso a serviços e bens que, por exemplo, nem o primeiro-ministro do Reino Unido dispunha, como viagens confortáveis em aviões com cabina pressurizada e a temperaturas confortáveis a 10 km de altura, sem risco de embater numa montanha (excepto em cicunstâncias muito excepcionais...).

Naquele tempo viajar  a maior altitude implicava o uso de máscaras de oxigénio e dada a incipiência do transporte aéreo a tripulação tinha que se agasalhar contra o frio. Evitar “nuvens recheadas de montanhas” voando a maior altitude tinha assim um preço elevado no conforto dos passageiros.

Embora o Reino Unido tenha sido o único beligerante que resistiu à Alemanha na Europa, a sua dependência dos Estados Unidos é bem patente nestas memórias, o mais poderoso império do planeta deixara de ser o Britânico, a nova superpotência passara a ser os Estados Unidos da América (do Norte, como gostam de dizer os Brasileiros, que vivem também numa federação de Estados da América mas do Sul).

Impressionou-me a capacidade industrial dos EUA nesta citação ilustrativa: “No Outono de 1942, os Estados Unidos tinham apenas três porta-aviões; um ano mais tarde, eram 50; no fim da guerra mais de 100.”

Gostei de  ler o conselho da importância de dar tarefas úteis e interessantes aos membros das  forças armadas para os manter ocupados e de moral elevado. É um bom conselho que se aplica também às empresas.

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