É provável que muita gente já não se aperceba do que se comemora no dia 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição.
Um dos motivos talvez seja a evolução ortográfica do Português que passou a usar “Conceição” em vez de Concepção, quando se referindo a Maria, mãe de Jesus, também a Maria da Concepção Imaculada ou, abreviadamente, Maria da Conceição. Existindo alguma abundância de “Marias da Conceição” em Portugal a palavra “Conceição” foi perdendo a associação a “Concepção”.
A ideia de que Maria foi concebida sem pecado não quer dizer que os pais pecaram ou deixaram de pecar quando a conceberam mas que ao ser concebida apareceu logo sem a mancha do pecado original tema que já abordei aqui, sobre o pecado propriamente dito e sobre o Fim do Trabalho.
Houve grandes discussões entre teólogos cristãos sobre este assunto, discussões que foram encerradas pelo papa Pio IX, definindo a Imaculada Concepção de Maria como dogma de fé em 8 de Dezembro de 1854.
Andei à procura na net de uma imagem da Imaculada Conceição do pintor espanhol Murillo, que tinha apreciado muito quando fui pela primeira vez a Madrid, numa excursão do liceu, teria então 17 anos.
Encontrei com facilidade a imagem que procurava, que mostro a seguir
chamada “La _Inmaculada_Concepcion_de el_Escorial”, executada em 1660-1665 e que fui buscar aqui.
A rapariga que serviu de modelo para a pintura era muito jovem e o penteado, longos cabelos lisos caindo sobre os ombros, era muito adequado aos sixties que então decorriam, conforme se constata neste detalhe da pintura acima
Passei pela referência a outra Imaculada Conceição do mesmo pintor Murillo dita “de los venerables“, roubada pelo general Soult quando da invasão da Espanha pelas tropas napoleónicas, comprada depois pelo museu do Louvre e trocada, já no século XX, por outra obra do museu do Prado.
Entretanto lembrei-me de outra imagem, "La Vierge au Lys", que tinha há algum tempo para publicar, da Virgem com o menino Jesus, pintada pelo académico Bouguereau
com as peles acetinadas, os ombros que seriam ebúrneos se estivessem visíveis, as mãos tocando no menino Jesus que parece ser oferecido à adoração pela mãe, de modos e olhar recatado.
Para finalizar deixo uma imagem que ilustrou há uns anos uma crónica da Rititi no Diário de Notícias, em que ela se queixava de sobrecarga de trabalho quando chegava a casa e ainda tinha uma data de coisas para fazer,
onde se via a Nossa Senhora também ocupada nas lides caseiras, deixando a coroa, o manto e o terço no bengaleiro, com o coração brilhando através da t-shirt e constatando que não chegara a tempo de evitar que o cozinhado esturrasse.
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