Depois de ler o livro “Cisnes Selvagens”, que referi aqui e aqui evitei ler a biografia de Mao-Tse-Tung, escrito pela mesma autora Jung Chang. Na altura já não tinha ilusões sobre a existência de lados muito negros da vida de Mao e achava que o que já lera e ouvira sobre os desastres da Revolução Cultural, designadamente nesse livro dos “Cisnes Selvagens” era suficiente.
Mesmo assim tomei nota em 2009, numa excursão à China passando por Beijing, quando o guia disse que actualmente se considerava que o Mao-Tse-Tung fizera 70% de coisas boas e 30% de coisas más.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihnMwuUINoVI-m1ShlILi3GhLFgsfCxGUUBUig0xEDT3T8u1JRm6kSI93ePOgAltU6NCJeQPbobwlvd2WUUXusvY50zVJG00cxIK2oxTL4s-GVTMnH7EhgD_Eh50-cSNjEyyrIvTVRT6ey/s400/A-imperatriz_viuva.jpg)
Achei o livro muito interessante nas descrições factuais, mas pouco sólido na análise das razões de alguns dos sucessos da imperatriz e excessivamente a favor da mesma.
Conforme referi num pequeno resumo de implantações de repúblicas na Europa, o fim dos regimes monárquicos ou imperiais acontece quando a extrema degradação das condições de vida dos habitantes dum país leva a maioria das pessoas a considerar que a monarquia não vai conseguir resolver os problemas existentes.
Num país tão grande e populoso como a China seria previsível que a mudança de regime assumisse a dimensão de um cataclismo, e assim aconteceu. O livro trata do que se passou antes da implantação da república e constatei que os chineses tinham bastantes razões para acreditar que com o regime imperial não iriam conseguir endireitar o país.
Depois de ler o livro vi umas tantas críticas que confirmavam as minhas impressões sobre a excessiva parcialidade na avaliação benigna da imperatriz.
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