2012-10-17

Os corvos-marinhos de Guilin


Há mais de 20 anos ouvi falar pela primeira vez de umas aves que os chineses tinham domesticado e a que punham um anel no pescoço para evitar que engolissem os peixes que tinham capturado e que eram apropriados pelo dono das aves. Foram uns amigos que tinham feito uma viagem pelo Oriente e que tinham visto isso em Guilin.

Não me lembro de imagens das aves mas impressionou-me a forma dos montes, que já mostrei aqui, bem como a exuberância da vegetação que já mostrei aqui.

Quando fui numa excursão à China em 2009, à passagem por Guilin reparei logo nestas aves, equilibradas nas extremidades do bambu.



Nessa noite, numa volta de barco pelos lagos no meio da cidade de Guilin, com umas iluminações de néon de gosto duvidoso, estavam uns pescadores demonstrando para turista o que, sendo pouco genuíno, é contudo muito prático para fotografar.

Aqui estão 4 corvos-marinhos mais um pescador, que nunca caiu à água mesmo numa jangada tão estreita, vendo-se também os reflexos do néon




nesta um dos corvos já apanhou um peixe mas não consegue engoli-lo enquanto outro corvo se lançou à água




e aqui o pescador




apropria-se do peixe. Fiquei a pensar porque seria esta relação pássaro-pescador sustentável, no sentido de o pássaro não fugir. Fiz a conjectura que a pesca ao candeio (luzes à noite para atrair peixes) também facilita a vida ao corvo-marinho. A própria jangada deve representar também uma vantagem, para pescar sem ter que voar muito. Talvez a relação homem-corvo-marinho não seja tão desequilibrada como parece à primeira vista

A wikipédia fala dos corvos-marinhos e que esta técnica de pesca foi usada noutros locais, incluindo a Europa.

Ao passar noutro dia no Parque das Nações avistei um pássaro ao longe que me pareceu poder ser um corvo-marinho. Não era uma gaivota nem uma garça real, tão pouco seria um flamingo. Tirei estas fotos com o telemóvel , seleccionando depois o motivo de interesse.




Pode-se constatar aqui que o Parque do Tejo é “um dos melhores sítios para observar aves junto a Lisboa”, referindo também a existência de corvos-marinhos por estas paragens.

Como as fotos de onde extraí o possível corvo-marinho me parecem razoáveis deixo-as também aqui.










Tem-me acontecido com alguma frequência tomar contacto com outros animais, costumes, árvores, etc, para depois constatar no regresso a Portugal que afinal tudo isso também existe por cá.


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