Inverno é quando um homem quiser

Na Praia da Rocha lembraram-se agora de instalar um ringue de patinagem sobre gelo:




Tenho dificuldade em aceitar que neste tempo em que se fala tanto e legisla tanto sobre eficiência energética, quando tanta gente fala sobre consciência ecológica, quando se taxa a emissão de CO2, quando as pessoas se queixam do preço excessivo da electricidade e sentem a crise que o país atravessa,  apareçam aplicações pueris deste tipo, em que pessoas que viajaram para o Sul para gozar o tempo quente sintam necessidade de passarem parte do dia num ambiente gélido!

Ainda por cima os aparelhos de frio importados (reduzindo o saldo export/import) a seguir mostrados



funcionam dia e noite, perturbando o silêncio nocturno, um bem cada vez mais escasso no Verão algarvio.

Presumo que as variações bruscas de temperatura não façam bem à saúde e parece-me mais avisado seguir as estações do ano, com adaptações pouco exigentes em energia, que melhorem o conforto nas situações mais extremas.

Cerâmica

Num destes dias, ao passar pela estação de metro da Avenida, reparei com mais vagar nos azulejos que decoravam uma das paredes. Tirei três fotos com o telemóvel e aproveitei duas delas para fazer a imagem única que apresento a seguir.




Tive que fazer uns ajustes de côr antes de juntar as duas imagens pois as cores das lâmpadas que iluminavam os azulejos tinham cores diferentes, como é infelizmente tão habitual em tanto sítio de Portugal.

Apreciei a dificuldade em decidir se os motivos do mural eram côncavos ou convexos, provavelmente uma das características que os tornará intrigantes

Foi certamente por causa da morte recente de Maria Keil pintora responsável pela quase totalidade das decorações das estações mais antigas do Metropolitano de Lisboa e por um mural muito bonito na Avenida Infante Santo mostrado, por exemplo aqui, no blogue "Kuentro 2, O blogue do BDjornal", que me detive a observar estes azulejos que passam muitas vezes despercebidos aos apressados viajantes do metropolitano.

Depois nos resultados do Google sobre Maria Keil ainda vi outro post interessante, "Cerâmica modernista em Portugal", onde falam sobre as técnicas antigas do azulejo, retomadas por Maria Keil nalguns trabalhos.

No jornal Expresso também têm um artigo biográfico sobre a pintora.

Ao constatar no artigo da Wikipédia que não tinha nenhuma imagem dos azulejos da estacão da Avenida ainda pensei que seria a oportunidade de contribuir com uma imagem minha para a Wikipédia. Contudo achei estranho que fosse a única estação não representada na Wikipédia. Fui então ao sítio do Metropolitano de Lisboa, à secção "Arte no Metro", onde constatei que das estações iniciais do Metropolitano a única estação que não foi decorada por azulejos da Maria Keil foi precisamente a estação da Avenida!

Para a decoração dessa estação a Maria Keil recomendou os serviços do artista Rogério Ribeiro que se saiu bastante bem desta missão.

Alcachofra

Diz-se que fizeram a Quinta Pedagógica dos Olivais também para que as crianças não vissem as alfaces e outros vegetais apenas nas prateleiras dos supermercados.

Mas aparentemente também tem préstimo semelhante para adultos como eu, que só tinha reparado nas alcachofras dentro de latas de conserva, em saladas, nas pizzas e também em candeeiros referidos aqui e aqui, sem nunca ter reparado numa alcachofra "ao natural".

A flor da alcachofra, fotografada na quinta acima referida em 8/Jul deste ano, é bem bonita com uma cor lilás muito viva:

Annecy

Sempre que vejo a palavra "Annecy" lembro-me do filme de Eric Rohmer "Le genou de Claire", filmado nessa terra ao pé do lago com o mesmo nome, situado em França, próximo da Suíça, a uns 40km de Genebra (acabo de verificar a distância no Google Maps, imensas coisas ficaram mais fáceis).

No outro dia passei por lá e fotografei esta casa coberta de hera.


 
Fazia muito calor, como hoje em Lisboa, e pensei que a hera nas paredes devia tornar a casa mais fresca. É o que dizem, por exemplo, aqui e aqui.

Entretanto dei uma volta de barco no lago de onde fotografei esta margem




Achei a esteira do barco uma imagem muito refrescante e apropriada para o calor que finalmente chegou a Lisboa neste Verão




mas como tive dúvidas sobre qual das duas fotos da casa com hera mostrar aqui, acabei por decidir mostrar as duas, regressando assim à casa da primeira foto, iluminada por um sol de fim de tarde

Acórdão do Tribunal Constitucional (nº353/2012)

Fiquei bastante satisfeito com o acórdão do Tribunal Constitucional, que consultei aqui mas que me dispensei de ler na íntegra, sobre a inconstitucionalidade da Lei do Orçamento de Estado para 2012 no que respeita à suspensão de subsídios de férias e de Natal ou equivalentes de funcionários públicos, de aposentados e de reformados. Pareceu-me ponderada a decisão de tolerar a decisão injusta da redução de 14% da maioria dos vencimentos públicos e pensões afectados no ano de 2012, face à dificuldade de corrigir a tempo (antes do fim de 2012) o défice público deste ano.

Estão de parabéns os deputados que pediram a fiscalização sucessiva da LOE para 2012.

Considero que Pedro Passos Coelho mentiu aos eleitores ao garantir-lhes antes das eleições de 2011 que os ajustes das contas públicas não se fariam através de cortes no subsídio de férias e que o seu governo é preconceituoso em relação aos funcionários públicos e pensionistas, que objectivamente considera como cidadãos merecedores de menor consideração do que os que trabalham no sector privado.

Tenho-me surpreendido com o argumento usado até à exaustão de que os Portugueses não suportam mais impostos, como se a redução do salário de um funcionário público em 14%, além dos aumentos de impostos suportados por toda a gente, não tivesse qualquer relevância e não fosse, sob o ponto de vista do rendimento do funcionário público/pensionista, completamente equivalente a um imposto adicional.

Tenho-me também surpreendido com a dificuldade, que tanta gente refere, do governo encontrar uma medida equivalente que não tenha um efeito devastador sobre o consumo. Dados os valores dos vencimentos e pensões que em 2012 foram reduzidos em 14% considero que a maior parte do volume reduzido se dedicaria ao consumo das famílias afectadas. Se o governo conseguir fugir à tentação de cobrar 14% a todos os trabalhadores, limitando-se a aumentar o IRS para obter uma verba adicional idêntica à que obteve em 2012 quando confiscou 14% de salários e pensões públicas, a verba recolhida corresponderá a uma diminuição idêntica do consumo global do país, só que desta vez o número de famílias afectadas será maior mas o esforço exigido a cada uma será menor.

Havendo tantos interesses importantes em jogo será talvez inevitável que as discussões sobre  contas públicas incluam distorções importantes dos números e das verdadeiras razões de diversas medidas. É provável que isso aconteça em muitos países, em Portugal as discussões são às vezes surreais, motivo porque escolhi este quadro do Magritte, chamado Golconda, com uma chuva de homens de chapéu de côco.

Os homens da troika já não vestem assim mas as teorias que têm nas suas cabeças são tão semelhantes umas às outras como dois quaisquer chapéus de côco se assemelham entre si.

Gustav Klimt

Vi no Google que faz hoje 150 anos que nasceu o pintor Gustav Klimt. Para comemorar deixo aqui um detalhe do Beethoven Frieze, um coro feminino, provavelmente a cantar o hino à alegria

 

 A imagem era referida no artigo da Wikipédia e a totalidade está aqui.

Os quadros do Klimt deixam-me na maior parte das vezes tranquilo e bastante bem disposto, fico a olhar para eles uma data de tempo, sem vontade de os largar.

Infelizmente a qualidade da imagem é fraca. Da próxima vez que for a Viena tentarei fotografar o friso caso seja permitido.

Vestido vermelho

Este vestido não será muito estravagante mas o vermelho vivo acetinado chama muito a atenção.

Há muitos anos em Londres surpreendia-me com vestidos formais tão exuberantes que mais me pareciam fantasias de bailes de máscaras, dado que não me lembro de ir a eventos onde as mulheres fossem nesses preparos.

Se a montra estivesse num país árabe mais conservador, talvez eu sucumbisse à tentação de dizer que usavam manequim sem cabeça para evitar a necessidade de combinar um véu com o vestido. Na Suíça a razão será outra. Mesmo assim não gosto de formas humanas sem cabeça, no mínimo preferiria uma cabeça estilizada, como se vai tornando mais frequente, por exemplo aqui.

O próprio Chirico gostava de incluir manequins com cabeças estilizadas nas suas pinturas, como por exemplo nesta que fui buscar aqui:

Plumas suíças

De vez em quando mostro umas plumas neste blogue. Agora é a vez dumas plumas da Suíca, acolitadas por "relva" muito crescida, mesmo ao lado do canteiro do post anterior

Canteiro de flores do campo

Num jardim de Genebra ao pé do lago estava este canteiro, que me chamou a atenção por ter flores que se vêem mais frequentemente no campo do que em jardins da cidade



ao olhar agora para as imagens parece-me que tanta variedade de plantas num espaço tão pequeno não será muito "natural". Por exemplo neste meu post antigo ou nestoutro os malmequeres parecem mais dominantes. Mas continuo com outras vistas do mesmo canteiro




e mais outra



e para finalizar um grande plano duma flor vermelho-escura que não me lembro de já ter visto

Vitrais da Notre Dame

O transepto da catedral da Notre Dame de Paris tem das mais belas rosáceas que tenho visto. Um dia talvez faça um curso para conseguir a exposição adequada das fotos que tiro aos vitrais. Enquanto não aprendo vou fazendo umas tentativas com várias aberturas a ver se acerto mas não tenho tido muita "sorte".

Estas imagens foram obtidas deformando bastante as fotos originais que tinham a "distorção" resultante de terem sido tiradas no chão da catedral, pois o vulgar turista não tem acesso à recta que passa perpendicularmente ao centro de cada uma das rosáceas.

A primeira rosácea que mostro é a do lado Sul do transepto:

sendo a segunda do lado Norte: