É tempo de regressar às formas geométricas da mesquita de Yazd, de que já mostrei alguns azulejos.
Os reflexos na superfície vidrada tornam as fotografias mais difíceis, como é patente nesta imagem:
Não consegui estes enquadramentos simétricos à primeira, dou umas pequenas rotações e corto um pouco para que as imagens fiquem rigorosamente (enfim, o melhor que consigo) simétricas, acho que se os construtores procuraram tanto a simetria, esse objectivo deve ser respeitado.
Nesta mostro o painel horizontal de 4 estrelas no seu enquadramento:
e aqui isolado e ligeiramente deformado para reassumir a sua forma rectangular:
2010-05-27
2010-05-24
Moda em Teerão
O titulo deste post é um pouco pomposo, seria mais exacto usar o título “Algumas montras na rua Valiasr, ao pé da praça do mesmo nome, em Teerão” mas ficaria então excessivamente comprido.
Tive um colega inglês que teve algumas reuniões de trabalho com engenheiros iranianos e que não se conformava com a combinação de camisa de colarinho sem gravata e fato formal, já para não falar da barba de 3 dias que nessa altura era rara no Ocidente. Dizia-me ele, se estão com a barba por fazer e não põem gravata, porque é que vêm de fato?
O Islão considera que toda a gente se deve vestir com modéstia e embora se tenha prestado mais atenção à forma como se vestem as mulheres, a mesma modéstia deve também ser observada nas roupas masculinas.
A revolução que instaurou a República Islâmica do Irão em 1979 elegeu a gravata, de uso comum no Ocidente, como um pormenor diferenciador, sendo patente que nenhum dos governantes actuais do Irão se apresenta no exterior em público com gravata. Normalmente apresentam-se com um fato de corte semelhante ao uso no Ocidente e com uma camisa branca, aberta ou fechada no colarinho.
Achei assim muito curiosa esta exposição de camisas de várias cores e padrões para acompanhar os fatos clássicos nesta montra. A vaidade dos padrões das gravatas, uma vez que estas estão actualmente mal vistas no Irão, passou-se aqui para os padrões das camisas.
Na montra seguinte, além das cores garridas das camisas observa-se o uso de lenços de pescoço, outra forma de tornear a “proibição” da gravata (não sei se é verdadeiramente proibida ou se se trata de uma pressão social muito forte).
Não reparei no uso destas roupas na via pública, talvez estejam reservadas para ocasiões mais especiais, na imagem seguinte estão o que parecem fatos para ocasiões de maior cerimónia
Os fatos têm um brilho nacarado intenso, sobretudo o dourado, 4º a contar da direita.
Parece-me que apenas o manequim mais à direita ostenta uma gravata.
Além do laço do 2ºmanequim, os outros têm uma enfeite sedoso enrolado à volta do pescoço, como se vê no detalhe aqui ao lado, que parece uma gravata mas não é uma gravata.
Na composição do traje é interessante o uso também de colete, nalguns casos de um dourado ainda mais espampanante.
Parece-me assim que embora o Islão recomende modéstia no vestir, estas lojas apresentam soluções bastante menos modestas do que as apresentadas nas lojas de roupa de homem do Ocidente, embora não recorram ao uso da gravata.
Para finalizar deixo aqui ao lado a sugestão ao pé do fato dourado, esta camisa com colarinho e punhos também de ouro. Fico na dúvida se os reflexos dourados do sapato são do próprio sapato ou dos numerosos adereços dourados que o rodeiam.
Talvez os leitores estejam agora a estranhar a ausência de imagens de montras com roupa para senhora. Essa ausência deve-se a que nos 400 ou 500 metros da rua em que estas fotos foram tiradas apenas existiam lojas de roupas para homem, não existindo uma única loja de roupa para senhora.
Claro que em Teerão existem imensas lojas de roupa para senhora. Mas não tantas como é habitual no Ocidente.
2010-05-22
Meninas
A faixa branca a debruar o tchador, como aparece nestes exemplos fez-me lembrar uma
figura, do famoso quadro “As Meninas” pintado por Velazquez em 1656, em exibição no museu do Prado em Madrid.
Quando recentemente me voltei a interessar por este quadro, constatei aqui que a senhora com alguma idade que parece uma freira se trata na realidade da Camareira-Mor (ou guarda-mor da princesa) Dona Marcela de Ulloa, com uma touca de viúva. Constata-se assim que esta tendência para tapar o cabelo das mulheres não é propriamente uma originalidade islâmica. O que será mais específico das sociedades islâmicas actuais será a lentidão com que os costumes evoluem, ainda por cima com frequentes retrocessos.
Por vezes vemos coisas que no Ocidente já só nos quadros, outras vezes só na memória de pessoas mais crescidas, como eu, que me lembro de que muitas viúvas camponesas em Portugal, além de se vestirem sempre de preto, não dispensavam um lenço preto com um nó por baixo do queixo, como a senhora da segunda foto, neste caso com uma ligeira fantasia. Mesmo assim havia uma grande diferença porque a imposição resultava de uma pressão social intensa mas não fazia parte da lei, situação diferente do Irão actual, onde estes temas estão legislados.
Mas a razão porque me interessei recentemente por este quadro foi esta magnífica fotografia de publicidade do El Corte Inglés, acompanhada da frase “Bienvenido donde la moda es arte”
uma reinterpretação actual muito interessante do famosíssimo quadro, em que o pintor é agora um fotógrafo e as meninas são bastante mais crescidas, mantendo o ar “coquette” do quadro original. Curiosa a convergência para a adolescência dos protagonistas, as meninas mais novas a aumentarem a idade, a viúva e seu acompanhante a rejuvenescer o mesmo se tendo passado com o pintor/fotógrafo. Não sei porque é que o rapazinho que tocava com o pé no cão mudou de sexo. A touca de viúva foi substituída por um adereço para a cabeça, com a inestimável ausência de obrigatoriedade de uso.
Existe ainda outro traço comum entre os costumes de lá e de cá, que consiste num aumento do formalismo que é exigido à forma de vestir das mulheres, à medida que o tempo passa.
Nesta imagem tirada num jardim de Shiraz,
as meninas pequenas estão em turmas mistas com rapazes, podem usar cores garridas, manga curta ou mesmo cavas e cabelo ao vento mas as que tomam conta delas já estão com as calças, o casaco até acima do joelho e o véu a tapar o cabelo. Um dia destes talvez sejam pressionadas para usar o tchador.
figura, do famoso quadro “As Meninas” pintado por Velazquez em 1656, em exibição no museu do Prado em Madrid.
Quando recentemente me voltei a interessar por este quadro, constatei aqui que a senhora com alguma idade que parece uma freira se trata na realidade da Camareira-Mor (ou guarda-mor da princesa) Dona Marcela de Ulloa, com uma touca de viúva. Constata-se assim que esta tendência para tapar o cabelo das mulheres não é propriamente uma originalidade islâmica. O que será mais específico das sociedades islâmicas actuais será a lentidão com que os costumes evoluem, ainda por cima com frequentes retrocessos.
Por vezes vemos coisas que no Ocidente já só nos quadros, outras vezes só na memória de pessoas mais crescidas, como eu, que me lembro de que muitas viúvas camponesas em Portugal, além de se vestirem sempre de preto, não dispensavam um lenço preto com um nó por baixo do queixo, como a senhora da segunda foto, neste caso com uma ligeira fantasia. Mesmo assim havia uma grande diferença porque a imposição resultava de uma pressão social intensa mas não fazia parte da lei, situação diferente do Irão actual, onde estes temas estão legislados.
Mas a razão porque me interessei recentemente por este quadro foi esta magnífica fotografia de publicidade do El Corte Inglés, acompanhada da frase “Bienvenido donde la moda es arte”
uma reinterpretação actual muito interessante do famosíssimo quadro, em que o pintor é agora um fotógrafo e as meninas são bastante mais crescidas, mantendo o ar “coquette” do quadro original. Curiosa a convergência para a adolescência dos protagonistas, as meninas mais novas a aumentarem a idade, a viúva e seu acompanhante a rejuvenescer o mesmo se tendo passado com o pintor/fotógrafo. Não sei porque é que o rapazinho que tocava com o pé no cão mudou de sexo. A touca de viúva foi substituída por um adereço para a cabeça, com a inestimável ausência de obrigatoriedade de uso.
Existe ainda outro traço comum entre os costumes de lá e de cá, que consiste num aumento do formalismo que é exigido à forma de vestir das mulheres, à medida que o tempo passa.
Nesta imagem tirada num jardim de Shiraz,
as meninas pequenas estão em turmas mistas com rapazes, podem usar cores garridas, manga curta ou mesmo cavas e cabelo ao vento mas as que tomam conta delas já estão com as calças, o casaco até acima do joelho e o véu a tapar o cabelo. Um dia destes talvez sejam pressionadas para usar o tchador.
2010-05-18
Separação
Nesta foto de uma paragem de autocarro são patentes algumas particularidades diferentes do ocidente:
Eu notei primeiro a presença excessiva da cor preta dos tchadors das mulheres iranianas. Nem todas o usam, não é obrigatório mas é muito comum. Nunca vi nenhum que não fosse preto embora alguns deles tivessem tecidos “adamascados”, fazendo desenhos discretos com fios pretos mas com brilhos diferentes como nos tecidos que forram as paredes de alguns palácios.
Na ausência de tchador as mulheres usavam cores cinzentas ou cor-de-burro-quando-foge, sendo raras as cores mais vivas, como se constata na foto. Mesmo assim vê-se nesta foto uma mulher de tchador com uma mochila às costas, fazendo um contraste de modernidade e tradição. A cor é ligeiramente mais abundante no lado esquerdo da imagem, onde estão os homens, que em Teerão andavam separados das mulheres nos autocarros, eles à frente e elas atrás.
Nas visitas aos edifícios históricos viam-se estas turmas de visitantes, mais frequentemente de raparigas do que de rapazes
Notam-se as cores mortiças e, além do tchador, o véu mais típico do Irão, deixando algum espaço entre a face e o véu e deixando ver um bocadinho de cabelo sobre a testa mas tapando sempre o pescoço.
Cores no Irão estão mesmo mais nas indumentárias masculinas ou então nos amores-perfeitos, flores que se vêem um pouco por todo o lado:
Eu notei primeiro a presença excessiva da cor preta dos tchadors das mulheres iranianas. Nem todas o usam, não é obrigatório mas é muito comum. Nunca vi nenhum que não fosse preto embora alguns deles tivessem tecidos “adamascados”, fazendo desenhos discretos com fios pretos mas com brilhos diferentes como nos tecidos que forram as paredes de alguns palácios.
Na ausência de tchador as mulheres usavam cores cinzentas ou cor-de-burro-quando-foge, sendo raras as cores mais vivas, como se constata na foto. Mesmo assim vê-se nesta foto uma mulher de tchador com uma mochila às costas, fazendo um contraste de modernidade e tradição. A cor é ligeiramente mais abundante no lado esquerdo da imagem, onde estão os homens, que em Teerão andavam separados das mulheres nos autocarros, eles à frente e elas atrás.
Nas visitas aos edifícios históricos viam-se estas turmas de visitantes, mais frequentemente de raparigas do que de rapazes
Notam-se as cores mortiças e, além do tchador, o véu mais típico do Irão, deixando algum espaço entre a face e o véu e deixando ver um bocadinho de cabelo sobre a testa mas tapando sempre o pescoço.
Cores no Irão estão mesmo mais nas indumentárias masculinas ou então nos amores-perfeitos, flores que se vêem um pouco por todo o lado:
2010-05-17
Competitividade
As infraestruturas de transportes são muito importantes para a competitividade de um país. Mas também a organização do território e a qualidade dos transportes públicos.
Na Wikipédia dizia que Teerão é uma cidade com 7,7 milhões de habitantes, o guia falou em 15 milhões (estes valores dependem da área que se considera), o que corresponde mais ou menos aos 20% dos 70 milhões de iranianos, uma proporção semelhante à de Lisboa em relação a Portugal ou de Londres em relação ao Reino Unido.
Nesta imagem vê-se uma parte do mar de casas que constitui a cidade de Teerão
que tem vias rápidas com margens magnificamente ajardinadas e aparentemente espaçosas mas não o suficiente para acomodar o tráfico automóvel muito intenso
onde predominam os Peugeots, fabricados no Irão sob licença. Uma pessoa é levada a supor que a estadia do aiatola Khomeini em França, na situação de exilado, terá tido algumas compensações.
As vias rápidas estão saturadas mas também as ruas mais interiores como esta
O parque automóvel não tem idade excessiva, vêem-se relativamente poucos veículos de duas rodas em Teerão mas, como se constata nas duas imagens, não se vêem muitos autocarros de transporte de passageiros. Como as 4 linhas de metro são insuficientes, os engarrafamentos consomem uma boa parte do tempo dos habitantes de Teerão, numa situação aparentemente bastante pior do que a existente em Lisboa.
Foi nestes engarrafamentos que notei pela primeira vez que as matrículas dos automóveis tinham uns caracteres esquisitos que eu era incapaz se identificar como algarismos. Dado que no Magrebe, na Índia e mesmo na China tinha sempre encontrado algarismos idênticos aos usados no Ocidente e visto que o conceito de numeração decimal foi introduzido na Europa pelos árabes que o tinham trazido da Índia, julguei que estes símbolos fossem universais.
Afinal não é o caso, como se constata nesta tabela
retirada daqui. Mas os vendedores tinham máquinas de calcular com os algarismos “europeus”.
Na Wikipédia dizia que Teerão é uma cidade com 7,7 milhões de habitantes, o guia falou em 15 milhões (estes valores dependem da área que se considera), o que corresponde mais ou menos aos 20% dos 70 milhões de iranianos, uma proporção semelhante à de Lisboa em relação a Portugal ou de Londres em relação ao Reino Unido.
Nesta imagem vê-se uma parte do mar de casas que constitui a cidade de Teerão
que tem vias rápidas com margens magnificamente ajardinadas e aparentemente espaçosas mas não o suficiente para acomodar o tráfico automóvel muito intenso
onde predominam os Peugeots, fabricados no Irão sob licença. Uma pessoa é levada a supor que a estadia do aiatola Khomeini em França, na situação de exilado, terá tido algumas compensações.
As vias rápidas estão saturadas mas também as ruas mais interiores como esta
O parque automóvel não tem idade excessiva, vêem-se relativamente poucos veículos de duas rodas em Teerão mas, como se constata nas duas imagens, não se vêem muitos autocarros de transporte de passageiros. Como as 4 linhas de metro são insuficientes, os engarrafamentos consomem uma boa parte do tempo dos habitantes de Teerão, numa situação aparentemente bastante pior do que a existente em Lisboa.
Foi nestes engarrafamentos que notei pela primeira vez que as matrículas dos automóveis tinham uns caracteres esquisitos que eu era incapaz se identificar como algarismos. Dado que no Magrebe, na Índia e mesmo na China tinha sempre encontrado algarismos idênticos aos usados no Ocidente e visto que o conceito de numeração decimal foi introduzido na Europa pelos árabes que o tinham trazido da Índia, julguei que estes símbolos fossem universais.
Afinal não é o caso, como se constata nesta tabela
retirada daqui. Mas os vendedores tinham máquinas de calcular com os algarismos “europeus”.
2010-05-13
A produtividade dos trabalhadores
Numa viagem de 12 dias ao Irão, fica-se com pouco mais do que primeiras impressões. É também provável que o visitante tenha observado uma ou outra cena pouco representativa.
Por exemplo não sei até que ponto esta foto, tirada na entrada de um mercado de produtos hortícolas em Isfahan, será representativa das práticas actuais de carga e descarga no Irão e poderia talvez ser tirada ainda hoje em vários pontos de Portugal mas tenho observado por cá cada vez mais o uso de carros com rodas para transportar este tipo de pesos.
O uso do lado de um caixote como base para uma carga que verga perigosamente as suas tábuas de madeira revela que estas capacidades de improviso, de que por vezes os Portugueses se orgulham, não passam na maior parte dos casos de soluções de fraco recurso para ultrapassar má organização e falta de ferramentas adequadas para a realização de um trabalho. O abuso destas soluções aumentará a probabilidade de problemas na coluna vertebral num futuro não muito longínquo.
A produtividade dos trabalhadores depende fundamentalmente da qualidade das ferramentas que os assistem no seu trabalho, da qualidade da organização dos processos produtivos e da sua preparação e motivação.
Irrita-me cada vez mais as alegações cada vez mais insistentes da pretensa necessidade de trabalhar mais. Uma semana tem 168 horas. Se por absurdo passássemos das actuais 40 horas semanais para 80 horas semanais, uma quantidade que duvido seja praticada em qualquer país do mundo, não conseguiríamos mais do que duplicar a nossa actual produtividade, esgotando-se qualquer hipótese de progressão adicional. É a progressão em direcção ao beco sem saída.
Aumentar a produtividade através do aumento do número de horas de trabalho mantendo o mesmo salário mensal é a receita do patrão inepto e incapaz quer de investir quer de inovar para aumentar a produtividade.
2010-05-10
Geometria em Yazd
Li em tempos no site da BBC que o preenchimento do plano pelas cerâmicas do Irão concretizava conceitos matemáticos que só foram formalizados no Ocidente em épocas bastante posteriores.
Não sei se será o caso destes, que estão na Mesquita Jameh de Yazd, de grande beleza:
ou visto aqui apenas com o motivo central:
e outro também de polígonos, com maior complexidade:
e agora mudando para formas curvas:
mostrando ainda outra composição de formas curvas mas que terá provavelmente uma estrutura base também poligonal:
Não sei se será o caso destes, que estão na Mesquita Jameh de Yazd, de grande beleza:
ou visto aqui apenas com o motivo central:
e outro também de polígonos, com maior complexidade:
e agora mudando para formas curvas:
mostrando ainda outra composição de formas curvas mas que terá provavelmente uma estrutura base também poligonal:
2010-05-07
Geometria
Esta foi uma das razões para visitar o Irão, as maravilhosas decorações geométricas das suas mesquitas.
Começo por umas "estalactites" da mesquita Nasir-al-Molk em Shiraz, construída de 1876 a 1888
e por este "medalhão", na mesquita Jameh (de sexta-feira, dia da oração principal no Islão), em Yazd:
Acabo de constatar que a língua persa (ou farsi, ou parsi)não está disponível nas ferramentas de idiomas do Google.
Começo por umas "estalactites" da mesquita Nasir-al-Molk em Shiraz, construída de 1876 a 1888
e por este "medalhão", na mesquita Jameh (de sexta-feira, dia da oração principal no Islão), em Yazd:
Acabo de constatar que a língua persa (ou farsi, ou parsi)não está disponível nas ferramentas de idiomas do Google.
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