Acho que não passou um Verão em que não tenha passado pelo menos uns dias no Algarve, terra bonita e cheirosa, vítima de promoção imobiliária excessiva.
Há pouco tempo passei lá um fim-de-semana em que tirei esta foto na praia de Alvor, com umas plumas minimalistas recortando-se no céu-mar.
Ainda no Algarve fui surpreendido por estas abóboras Gila (ou Chila) a uma distância considerável do chão. Estes frutos não crescem nas árvores mas, como são plantas trepadeiras, podem aproveitar a boleia de uma árvore que esteja ao pé. O nome em latim é Cucurbita ficifolia.
Nunca fui grande apreciador de doces e ainda menos dos hiper doces algarvios. Lembro-me dos antigos morgados com um cobertura espessa de açúcar a envolver uma doce massa de amêndoa recheada com ovos moles ou fios-de-ovos e precisamente doce de abóbora-gila. Ultimamente fazem-se umas versões apenas com massa de amêndoa e fios-de-ovos que mesmo assim ainda são muito doces.
O que eu achava mais engraçado ou original nesta Gila era a proibição de usar faca para cortar o fruto, pois o contacto com o metal daria um gosto desagradável, parece-me que se dizia que ficaria a saber a peixe, bom noutras ocasiões mas desapropriado para um doce. Assim tinha que se bater com o fruto numa mesa de pedra ou deixá-lo cair numa zona do chão, de preferência previamente lavada...
Por estranha coincidência cruzei-me com uma Gila, aberta segundo o processo canónico de queda no chão, num passeio dos Olivais Sul, ao pé da Quinta Pedagógica. Nunca tal me tinha acontecido.
2009-07-28
2009-07-24
Buganvílias
Nos tempos que correm, em que muitas vezes os telemóveis têm máquina fotográfica, acontece-me com maior frequência tirar fotografias "de impulso", mesmo sabendo que a qualidade da imagem não é extraordinária. Muitas vezes por falta de fidelidade das cores mas, neste caso, até talvez tenha ficado mais interessante:
Tenho simpatia por esta outra buganvília (Bougainvillea), crescendo há muitos anos na Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha e que em Jun/2006 apresentava este aspecto:
Em Jul/2009, com um novo telemóvel que tira fotos um pouco melhores, voltei a registar a mesma buganvília:
desta vez acompanhada por um aloendro (Nerium oleander) de flores rosa com um cheiro muito doce mas que, segundo a wikipédia, se trata de uma das plantas mais tóxicas do mundo.
Tenho simpatia por esta outra buganvília (Bougainvillea), crescendo há muitos anos na Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha e que em Jun/2006 apresentava este aspecto:
Em Jul/2009, com um novo telemóvel que tira fotos um pouco melhores, voltei a registar a mesma buganvília:
desta vez acompanhada por um aloendro (Nerium oleander) de flores rosa com um cheiro muito doce mas que, segundo a wikipédia, se trata de uma das plantas mais tóxicas do mundo.
2009-07-22
Partilhando a minha ignorância
Nos artigos da Wikipédia sobre o Bodisattva Avalokitesvara, que li antes de escrever o post anterior, referia que teriam partido a cabeça ao Bodisattva e da cabeça inicial teriam nascido muitas mais cabeças.
Ainda no post anterior, numa das vezes em que vi o filme do Youtube com o Guan Yin, concluí que os muitos braços da figura eram uma metáfora simples para o poder do trabalho em equipa. Depois achei que tinha demorado um tempo excessivo para chegar a uma conclusão tão simples...
De qualquer forma nesta equipa com muitos braços só existe uma cabeça pensante o que, facilitando a coordenação, pode limitar a criatividade e capacidade de resposta a situações novas por parte da equipa.
Assim, as figuras míticas com muitos braços e com várias cabeças representariam equipas menos autocráticas, permitindo a coexistência de várias opiniões.
Quando vi esta figura, que fotografei na mesma visita ao museu Guimet, pensei que fosse um dos Bodisattva Avalokitesvara com várias cabeças
mas afinal, depois de encontrar no site do museu Guimet a ficha respectiva constatei que se tratava duma peça feita no séc. XVI nos Himalaias, na tradição artística tibetana, representando Hevajra e Nairatmya, duas divindades de que nunca tinha ouvido falar, o que me fez mais uma vez tomar consciência da minha grande ignorância destes temas.
De vez em quando estas peças suscitam-me algum interesse pelo seu exotismo e/ou pela sua beleza, mas esgoto rapidamente a paciência com a teia intricada de personagens e de histórias fantásticas a que estão associados. E há pormenores que acho desagradáveis, como esta insistência em pisar demónios com figuras humanóides.
Nas buscas na Wikipédia uso a maior parte do tempo palavras inglesas, mudando ocasionalmente para a versão em português para verificar se é muito diferente. Uma vez ou outra tenho encontrado os temas mais desenvolvidos em português mas na maioria dos casos o inglês está mais completo. Nestes temas sobre divindades orientais pareceu-me que as versões em português estavam mais completas do que o habitual.
Ainda no post anterior, numa das vezes em que vi o filme do Youtube com o Guan Yin, concluí que os muitos braços da figura eram uma metáfora simples para o poder do trabalho em equipa. Depois achei que tinha demorado um tempo excessivo para chegar a uma conclusão tão simples...
De qualquer forma nesta equipa com muitos braços só existe uma cabeça pensante o que, facilitando a coordenação, pode limitar a criatividade e capacidade de resposta a situações novas por parte da equipa.
Assim, as figuras míticas com muitos braços e com várias cabeças representariam equipas menos autocráticas, permitindo a coexistência de várias opiniões.
Quando vi esta figura, que fotografei na mesma visita ao museu Guimet, pensei que fosse um dos Bodisattva Avalokitesvara com várias cabeças
mas afinal, depois de encontrar no site do museu Guimet a ficha respectiva constatei que se tratava duma peça feita no séc. XVI nos Himalaias, na tradição artística tibetana, representando Hevajra e Nairatmya, duas divindades de que nunca tinha ouvido falar, o que me fez mais uma vez tomar consciência da minha grande ignorância destes temas.
De vez em quando estas peças suscitam-me algum interesse pelo seu exotismo e/ou pela sua beleza, mas esgoto rapidamente a paciência com a teia intricada de personagens e de histórias fantásticas a que estão associados. E há pormenores que acho desagradáveis, como esta insistência em pisar demónios com figuras humanóides.
Nas buscas na Wikipédia uso a maior parte do tempo palavras inglesas, mudando ocasionalmente para a versão em português para verificar se é muito diferente. Uma vez ou outra tenho encontrado os temas mais desenvolvidos em português mas na maioria dos casos o inglês está mais completo. Nestes temas sobre divindades orientais pareceu-me que as versões em português estavam mais completas do que o habitual.
2009-07-16
Bodisattva Avalokitesvara Sahasrabhuja Sahasnetra (Guan Yin)
Numa visita ao museu Guimet, sobre arte do Extremo Oriente, em Paris, encontrei esta estátua de muitos braços
Desde que tenho uma máquina fotográfica digital que adquiri o hábito de fotografar as etiquetas das peças dos museus que achei mais interessantes.
Desta vez fiquei com a informação na imagem à direita, com muitas pistas para o Google e a Wikipédia.
Começando por Bodhisattva, ficamos a saber aqui que em sânscrito quer dizer "ser (sattva) de sabedoria (bodhi)". No Budismo os sábios dedicam-se a salvar as outras pessoas da Samsara, o ciclo permanente de morte e renascimento (curioso como deram este nome de Samsara a um perfume...).
Passamos depois a Avalokitesvara que pode ser decomposto em Ava (baixo)+lokita (que olha, que observa) + esvara (senhor), querendo dizer “senhor que observa o que está em baixo (o mundo)”. Guanyin ou Guan Yin é o nome ou qualificador que se usa (em chinês) quando o dito senhor assume uma forma feminina, tratando-se afinal de uma senhora.
A Bodhisattva Avalokitesvara (Guanyin) precisava daqueles braços todos para salvar muita gente do Samsara e/ou dos infernos. Resta “Sahasrabhuja sahasranetra” que o final deste artigo diz que significa mil (sahasra) braços (bhuja), mil(sahasra) olhos (netra). Nesta figura não vejo os mil olhos e parece-me que os muitos braços da estátua não chegam a mil.
Descobrimos assim com alguma facilidade o significado do título deste post. Já mais difícil é entender a diferença nos comprimentos destes nomes em sânscrito e em chinês.
Na imagem seguinte mostro a mesma estátua mas vista de costas.
Ao ver tantos braços pensei inicialmente em intitular este post “A tendência para o exagero”, quando vemos que uma coisa é boa, neste caso os braços, temos alguma tendência para pensar que quanto mais melhor.
Entretanto, por uma coincidência curiosa recebi, de um amigo que me costuma mandar muitos filmes e power-points, uma ligação para este filme em que um corpo de bailado materializa uma Guan Yin. Recomendo vivamente:
Desde que tenho uma máquina fotográfica digital que adquiri o hábito de fotografar as etiquetas das peças dos museus que achei mais interessantes.
Desta vez fiquei com a informação na imagem à direita, com muitas pistas para o Google e a Wikipédia.
Começando por Bodhisattva, ficamos a saber aqui que em sânscrito quer dizer "ser (sattva) de sabedoria (bodhi)". No Budismo os sábios dedicam-se a salvar as outras pessoas da Samsara, o ciclo permanente de morte e renascimento (curioso como deram este nome de Samsara a um perfume...).
Passamos depois a Avalokitesvara que pode ser decomposto em Ava (baixo)+lokita (que olha, que observa) + esvara (senhor), querendo dizer “senhor que observa o que está em baixo (o mundo)”. Guanyin ou Guan Yin é o nome ou qualificador que se usa (em chinês) quando o dito senhor assume uma forma feminina, tratando-se afinal de uma senhora.
A Bodhisattva Avalokitesvara (Guanyin) precisava daqueles braços todos para salvar muita gente do Samsara e/ou dos infernos. Resta “Sahasrabhuja sahasranetra” que o final deste artigo diz que significa mil (sahasra) braços (bhuja), mil(sahasra) olhos (netra). Nesta figura não vejo os mil olhos e parece-me que os muitos braços da estátua não chegam a mil.
Descobrimos assim com alguma facilidade o significado do título deste post. Já mais difícil é entender a diferença nos comprimentos destes nomes em sânscrito e em chinês.
Na imagem seguinte mostro a mesma estátua mas vista de costas.
Ao ver tantos braços pensei inicialmente em intitular este post “A tendência para o exagero”, quando vemos que uma coisa é boa, neste caso os braços, temos alguma tendência para pensar que quanto mais melhor.
Entretanto, por uma coincidência curiosa recebi, de um amigo que me costuma mandar muitos filmes e power-points, uma ligação para este filme em que um corpo de bailado materializa uma Guan Yin. Recomendo vivamente:
2009-07-14
Veneza, sol-posto
Não perdendo uma oportunidade para divagar, apresento agora uma foto que tirei de Veneza,
já o sol se tinha posto, se não por trás do horizonte, pelo menos por trás das nuvens. Sendo o fim do dia, deverá ser a parte mais relacionada com o Xiva do post anterior e aparece aqui para marcar a reanimação da Vida Breve pelo Luís M. Jorge que colocou lá 4 belíssimas imagens de Veneza.
já o sol se tinha posto, se não por trás do horizonte, pelo menos por trás das nuvens. Sendo o fim do dia, deverá ser a parte mais relacionada com o Xiva do post anterior e aparece aqui para marcar a reanimação da Vida Breve pelo Luís M. Jorge que colocou lá 4 belíssimas imagens de Veneza.
2009-07-12
Shiva
Todas as civilizações têm as suas figuras míticas e em tempos pensei que seria bom que toda a gente conhecesse os mitos de todas as outras sociedades, para facilitar o entendimento mútuo.
Agora já não tenho tanta certeza, dada a imensidade da tarefa. Talvez o melhor seja cada sociedade estudar melhor os seus e estudar os mitos dos outros em alturas de maior interacção.
Esta estátua de metal de Siva como Nataraja (Nata= dançarino, Raja= rei), que trouxe da Índia, teve o seu modelo original construído antes do século X.
As 3 divindades hindus mais importantes são Brama, o criador, Vixnu, o que preserva e Siva, o que destrói. Trata-se duma destruição que cria condições para uma nova criação, sendo assim uma destruição criadora. Estas divindades correspondem ao ciclo de nascimento, vida e morte.
A presença de 4 braços indica que se trata de alguém mais poderoso do que o comum dos mortais. Está a dançar sobre o que dizem ser um demónio que por vezes se diz representar a ignorância. O círculo de línguas de fogo evoca o poder destruidor. Gosto da representação do cabelo esvoaçante e do movimento da figura, de grande elegância mesmo com os 4 braços.
Não percebo porque se liga a dança a um poder destruidor, nem porque o dançarino precisa de espezinhar um demónio.
Agora já não tenho tanta certeza, dada a imensidade da tarefa. Talvez o melhor seja cada sociedade estudar melhor os seus e estudar os mitos dos outros em alturas de maior interacção.
Esta estátua de metal de Siva como Nataraja (Nata= dançarino, Raja= rei), que trouxe da Índia, teve o seu modelo original construído antes do século X.
As 3 divindades hindus mais importantes são Brama, o criador, Vixnu, o que preserva e Siva, o que destrói. Trata-se duma destruição que cria condições para uma nova criação, sendo assim uma destruição criadora. Estas divindades correspondem ao ciclo de nascimento, vida e morte.
A presença de 4 braços indica que se trata de alguém mais poderoso do que o comum dos mortais. Está a dançar sobre o que dizem ser um demónio que por vezes se diz representar a ignorância. O círculo de línguas de fogo evoca o poder destruidor. Gosto da representação do cabelo esvoaçante e do movimento da figura, de grande elegância mesmo com os 4 braços.
Não percebo porque se liga a dança a um poder destruidor, nem porque o dançarino precisa de espezinhar um demónio.
2009-07-10
Quinta dos Loridos
O Buda reclinado do post anterior está na Quinta dos Loridos, uma propriedade agrícola de Joe Berardo onde este criou um jardim com muitas estátuas trazidas do Oriente. Nesta imagem vê-se o contexto onde está o Buda referido. O cenário tem aspectos que serão kitsch, mas merece bem uma visita.
Na imagem seguinte mostro uma parte dos guerreiros de terracota que se podem observar no jardim, iguais ou parecidos aos de Xian mas com a vantagem de estarem pintados.
A quinta situa-se mesmo ao pé do Bombarral, é facilmente acessível através da A8, saída 12, seguindo os sinais 'Buddha Eden' durante +/- 2km. A entrada é gratuita e a quinta está aberta 7 dias por semana, do nascer ao pôr-do-sol.
Na imagem seguinte mostro uma parte dos guerreiros de terracota que se podem observar no jardim, iguais ou parecidos aos de Xian mas com a vantagem de estarem pintados.
A quinta situa-se mesmo ao pé do Bombarral, é facilmente acessível através da A8, saída 12, seguindo os sinais 'Buddha Eden' durante +/- 2km. A entrada é gratuita e a quinta está aberta 7 dias por semana, do nascer ao pôr-do-sol.
2009-07-08
Nirvana
2009-07-04
Verão na Tunísia
Mar de manhã com coluna ocre à direita:
Casa nova com arquitectura antiga:
poderia ser menos tradicional mas é bem adaptada ao clima.
Casa nova com arquitectura antiga:
poderia ser menos tradicional mas é bem adaptada ao clima.
2009-07-02
Vestido Versace
Este vestido numa montra de Bruxelas fez-me lembrar a segunda foto deste post a que tinha dado o título “Reflexos sobre a água do Tejo da luz dourada do sol poente incidindo nos tirantes da ponte Vasco da Gama”.
Por curiosidade fui ver o preço do vestido que custava 1800 euros. Escapa-me bastante a razão da existência de artigos com este preço, actualmente não deve ser devido à qualidade da matéria-prima, nem à dificuldade da manufactura, tratando-se mais provavelmente do desenho e do privilégio do acesso a um produto exclusivo.
Há uns anos achava a existência destes produtos um bocado imoral, agora já não tenho tanta certeza. Segundo o Peter Singer, em vez de irmos a restaurantes deveríamos comer em casa e doar a diferença aos países onde existe fome. Esta argumentação parece-me fraca, a fome existe nesses países por a sociedade estar aí organizada de forma deficiente e não porque precisem do nosso dinheiro. Ao não irmos a restaurantes criaríamos desemprego nos nossos países.
2009-07-01
Tapetes
A minha boa impressão da Tunísia não impede uma grande desconfiança em relação aos vendedores de tapetes. Costumava dizer aos companheiros de viagem que em Tunis, na proximidade da medina, qualquer estranho que lhes dirigisse a palavra, fosse para perguntar que horas eram, de que país vinha, para indagar se tinha ouvido falar numa feira de artesanato que acabava nesse dia, ou para comentar que estava um lindo fim de tarde, ou outro assunto qualquer, na realidade o que pretendia era levá-los a uma loja de venda de tapetes.
Na figura a o lado mostro um tipo de tapete tunisino típico, com desenhos geométricos simples. Embora goste normalmente de objectos minimalistas, nesta zona dos tapetes tenho alguma queda por desenhos persas com alguma exuberância.
Mas estou a escrever este post também para me penitenciar dos meus preconceitos em relação a estes países menos desenvolvidos. Acompanhei um colega a uma loja de venda de tapetes e como ele comprou um ganhei coragem para perguntar ao dono da loja qual era a relação entre o stock de tapetes que ele tinha na loja e o seu volume de vendas anual. Quando passo pelos bazares dos países muçulmanos fico sempre admirado de ver tanta mercadoria exposta e de estarem portanto tão longe de um "just in time", pelo que andava há muito tempo para fazer esta pergunta, mas não tinha tido a oportunidade e tinha dúvidas sobre se teria sucesso na resposta, o meu preconceito levava-me a pensar que os vendedores não teriam ideia do que se passava. Claro que estava errado, o tunisino perguntou-me se eu era contabilista mas disse-me logo a seguir que a rotação do stock de tapetes tinha um ciclo aproximadamente de um ano, queria dizer, o volume de vendas anual e o stock na loja tinham aproximadamente o mesmo valor.
Da próxima vez que for a uma loja de tapetes em Portugal vou-lhes fazer a mesma pergunta. Se algum dos leitores deste post tiver alguma informação breve sobre este assunto e ma quiser enviar agradeço desde já.
Na figura a o lado mostro um tipo de tapete tunisino típico, com desenhos geométricos simples. Embora goste normalmente de objectos minimalistas, nesta zona dos tapetes tenho alguma queda por desenhos persas com alguma exuberância.
Mas estou a escrever este post também para me penitenciar dos meus preconceitos em relação a estes países menos desenvolvidos. Acompanhei um colega a uma loja de venda de tapetes e como ele comprou um ganhei coragem para perguntar ao dono da loja qual era a relação entre o stock de tapetes que ele tinha na loja e o seu volume de vendas anual. Quando passo pelos bazares dos países muçulmanos fico sempre admirado de ver tanta mercadoria exposta e de estarem portanto tão longe de um "just in time", pelo que andava há muito tempo para fazer esta pergunta, mas não tinha tido a oportunidade e tinha dúvidas sobre se teria sucesso na resposta, o meu preconceito levava-me a pensar que os vendedores não teriam ideia do que se passava. Claro que estava errado, o tunisino perguntou-me se eu era contabilista mas disse-me logo a seguir que a rotação do stock de tapetes tinha um ciclo aproximadamente de um ano, queria dizer, o volume de vendas anual e o stock na loja tinham aproximadamente o mesmo valor.
Da próxima vez que for a uma loja de tapetes em Portugal vou-lhes fazer a mesma pergunta. Se algum dos leitores deste post tiver alguma informação breve sobre este assunto e ma quiser enviar agradeço desde já.
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