2018-06-14

Gluten-free Gluten


Seguir boas regras de nutrição é essencial para manter uma boa saúde, o problema é identificar as que merecem o qualificativo "boas".

Percebe-se que à medida que o nosso conhecimento vai aumentando existam variações no que é considerado bom e no que é considerado mau, mesmo nas técnicas médicas isso tem acontecido, mas é muito frustrante uma pessoa privar-se dum alimento que muito aprecia por ter sido considerado nocivo à saúde e passados uns anos se conclui que afinal é benéfico, como foi o caso da manteiga e do azeite na segunda metade do século XX. Existe ainda o caso de uma pessoa consumir alimentos de que não gosta porque são alegadamente muito benéficos para depois se concluir que afinal não trazem benefício especial.

Por esse motivo não consumo alimentos que me desagradam mesmo que digam que fazem muito bem à saúde e tento reduzir o consumo de alimentos que me dizem que são maus mas que me sabem bem. Quanto aos maus que não gosto aproveito para os banir da minha dieta.

Como toda a gente precisa de comer todos os dias, a classificação da qualidade de cada tipo de alimento, além de incluir conselhos de natureza científica inclui também muita moda, a que não será alheia a existência de interesses económicos importantes.

Por exemplo a existência de pessoas cujo organismo não tolera o glúten levou ao exagero de se considerar que os alimentos sem glúten são melhores do que os que contêm glúten, aparecendo muitos alimentos promovidos como livres de glúten. É bom que existam produtos sem glúten nos supermercados para facilitar a vida a quem tem intolerância ao glúten mas não é uma característica que os aconselhe a toda a gente.

Esta capa da New Yorker que apresento a seguir, feita pelo autor Bruce McCall, ironiza sobre este tema. Achei muita graça ao anúncio do "Glúten sem glúten" na rulote da direita, ao "ar artesanal" e à troca de pratos com alimentos nocivos e saudáveis entre os vendedores das rulotes.






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