O receio da idolatria presente com tanta força no Islão, levou a uma interdição quase absoluta da representação quer de seres humanos quer de animais. No cristianismo ocorreram ideias afins, como por exemplo nos iconoclastas em Bizâncio nos séculos 8 e 9 e, de uma forma mais mitigada, em alguns movimentos protestantes.
Existindo interpretações mais e menos estritas deste interdição (por exemplo, muitas miniaturas da Pérsia representam figuras humanas) a sua existência foi certamente um factor do desenvolvimento de padrões geométricos de grande complexidade e beleza para a pavimentação do plano e também das cúpulas, nomeadamente das mesquitas.
Neste grande plano da cúpula da mesquita e mausoléu do Kaid Bey, nota-se a sofisticação dos motivos geométricos que a ornamentam e que à primeira vista poderão passar despercebidos, dado que o contraste é dado apenas pelo relevo do desenho.
A imagem seguinte estava no site da BBC, mostrando a decoração de uma cúpula do santuário Darb-I Iman, em Isfahan, na Pérsia. O padrão geométrico tem praticamente a estrutura de um quase-cristal, sendo muito semelhante às pavimentações descobertas por Sir Roger Penrose alguns séculos mais tarde.
Ainda no site da BBC descobri este quadro aqui ao lado da artista palestina Laila Shawa, intitulada "Hands od Fatima" e que julgo ser propriedade do British Museum.
É pena que uma ideia boa e prática, proteger o cabelo e a cabeça da areia e do sol, se tenha tornado numa opressão para as mulheres nalguns dos países do mundo islâmico.
Não sei qual o significado do amuleto muito comum nos países islâmicos da "mão de Fátima (filha do profeta Maomé)", uma mão decorada com desenhos e com um olho.
Embora o quadro me transmita uma grande tristeza e melancolia, é de uma grande beleza.
2008-11-21
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