2025-04-30

Algarve em Abril

 

 

 

 

Na sequência do grande apagão ibérico de 28/Abril/2025 alguns leitores têm-me contactado perguntando quando vou abordar ese tema. 

Dada a complexidade destes fenómenos vou esperar pacientemente qua a poeira assente, os milhares de informações recolhidas em tempo real pelo que se passa no sistema eléctrico requerem algum tempo para serem analisadas.

 

 

Nos feriados da Páscoa demos um saltinho ao Algarve cujo coberto vegetal sempre me "surpreende" pela sua frescura e ausência de poeira, em contraste com a habitual secura do Verão, estação em que passo lá mais tempo.

Desta vez reparei neste exemplar, na imagem aqui ao lado, da Canafrecha (Ferula Communis) de que já tenho falado neste blogue.

A maioria das imagens que mostro têm maior dimensão na horizontal do que na vertical , mas constatei que para motivos com desenvolvimento vertical não hesito em fazer enquadramentos deste tipo.

Mesmo assim nestas alturas interrogo-me porque será que os chineses, na sua representação de paisagens, têm muito maior preferência do que os ocidentais pelo formato vertical.

 

 

A seguir fotografei um miniprado com os seus malmequeres e outras florinhas campestres


 e estes chorões roxos também muito frequentes no Algarve

 



 

2025-04-24

Falar em Liberdade: 50 anos do 25 de Abril

 

Realizou-se  no dia 21/Abril/2025 no BdP (Banco de Portugal) uma sessão comemorativa intitulada "Falar em Liberdade nos 50 anos do 25 de Abril". Receio que a morte do papa Francisco na manhã desse mesmo dia tenha ofuscado quase completamente a notícia desta sessão, designadamente nas Televisões.

Vários jornais, entre outros o Diário de Notícias, noticiou o evento nesta notícia, que me deu acesso a esta página do BdP contendo um vídeo com a totalidade da sessão.

Por enquanto vi a intervenção inaugural de Mário Centeno ( do início até minuto 20:30) e a de Paul Krugman desde 20:30 até 50:48.

Além de se ter falado em liberdade durante estes 50 anos, o Governador do Banco de Portugal chamou a atenção para os imensos progressos conseguidos durante esse período, bem como sobre os obstáculos que foram aparecendo pelo caminho e os sacrifícios necessários para os ultrapassar. Próximo do final da sua intervenção inaugural Mário Centeno afirmou "Portugal é um exemplo de como um país se pode desenvolver, ser aberto ao exterior, com diversidade, equidade, e inclusão", as iniciais D.E.I. tão justas e ao mesmo tempo tão injustamente perseguidas noutros países, nomeadamente nos E.U.A..


O orador seguinte foi o economista Paul Krugman, prémio Nobel de Economia em 2008 , que visitou Portugal em 1976 integrado numa pequena equipa de doutorandos do MIT incluindo Miguel Beleza, a convite do então governador do BdP dr. Silva Lopes.

Essa missão  despertou-lhe o interesse para ir seguindo o trajecto económico  e político de Portugal ao longo destes 50 anos, a ele se referindo de vez em quando nas suas crónicas no New York Times, congratulando o país pelos sucessos entretanto obtidos.

Com o fim da sua colaboração de 2000 a 2024 nesse jornal abriu um blogue no Substack em https://paulkrugman.substack.com/ , onde continua a escrever as suas observações claras e incisivas que lhe têm criado muitos admiradores bem como também muitos críticos.

No artigo da Wikipédia refere

«According to Krugman, his interest in economics began with Isaac Asimov's Foundation novels, in which the social scientists of the future use a new science of "psychohistory" to try to save civilization. Since present-day science fell far short of "psychohistory", Krugman turned to economics as the next best thing »

Refere-se ainda nesse artigo que, para se animar quando se sentiu um "professor assistente oprimido", fez um estudo intitulado ""Teoria do Comércio Interestelar" analisando problemas colocados por efeitos relativistas ocorrendo nas naves deslocando-se com velocidades próximas da luz, tendo demonstrado a validade de dois teoremas infelizmente inúteis.  Esse estudo está disponível em pdf aqui.



 

2025-04-23

Caracol

 

Nas minhas estadias no Algarve numa casa térrea tenho oportunidade de observar interacções de maior variedade de animais com a minha habitação, no meu andar em Lisboa essas interacções limitam-se a moscas, mosquitos, borboletas nocturnas e pouco mais.

No Algarve aparecem insectos de maior dimensão, mais aves, infelizmente incluindo gaivotas que parecem passar a vida a evacuar dejectos volumosos, etc.

Desta vez vi um caracol saído da casca a progredir numa parede branca. Um dos encantos do caracol, para o fotógrafo amador que demora tempo considerável a ir buscar o telemóvel e a escolher o ponto de vista e o enquadramento é que, ao contrário das aves que estão constantemente (e prudentemente) a mudar de sítio, se move com grande lentidão, pelo que não resisti desta vez a fotografar o animal.

 


Continuo sem perceber o interesse que uma parede branca terá para um caracol que, vi agora na net, se trata na maior parte dos casos das espécies terrestres de herbívoros.

 


 

Continua também a ser um mistério para mim o interesse que manifestam em estacionar entre as ripas de alumínio lacado das portadas das janelas da nossa casa, de que mostro um exemplo aqui ao lado.

 

 

2025-04-22

Malva Cheirosa (3)

 

Referi a Malva cheirosa (Pelargonium_graveolens) brevemente num post de 2018 e noutro de 2019, entretanto trouxe uma estaca desta planta para um canteiro adjacente à nossa casa num aldeamento algarvio, mas tive que a colocar num vaso (escondido pela planta nesta imagem) pois os alegadamente "jardineiros" confundiam-na com ervas daninhas e cortavam tudo a eito incluindo a malva. É a limitação do vaso que justifica que a planta não esteja tão desenvolvida como as outras plantas envolventes que provavelmente serão cortadas pelos "jardineiros" na próxima limpeza de ervas daninhas.

Desta vez, na passada sexta-feira dia 18/Abril/2025 fui surpreendido por a planta já estar em floração, constatando que as folhas já estavam cheirosas, confirmando assim que adquirem cheiro na altura da floração. Atribuí esta floração temporã  à abundância de chuva no Algarve neste ano hidrológico pois no post de 2019 em 2/Maio as folhas ainda não estavam cheirosas nem existiam flores.
 

2025-04-16

Kilmar Abrego-Garcia



Não tenho escrito ultimamente sobre o Presidente dos EUA Donald Trump dado que tem sido permanentemente objecto de numerosas notícias e comentários.

Considero que é uma pessoa mal formada, que é pena que os americanos o tenham eleito como seu presidente, que o sistema judicial americano mostrou a sua fraqueza ao ser incapaz de o acusar e julgar pela sua recusa em aceitar os resultados da eleição presidencial de 2020 e pelo incitamento público e óbvio aos acontecimentos de 06Jan2021 com a invasão do Capitólio tentando impedir a homologação da eleição que tinha perdido. O seu incitamento evidente foi confirmado, se dúvidas houvera, pelo perdão presidencial concedido a todos os participantes na insurreição mal tomou posse em Janeiro/2025.

Os “checks and balances” tão persistentemente referidos e louvados sobre a fortaleza da democracia dos Estados Unidos da América do Norte revelaram-se afinal frágeis e ineficazes pois o poder legislativo obedece cegamente ao poder executivo do presidente, e o poder judicial se tem mostrado impotente de forçar o poder executivo a seguir a legislação americana em vigor.

A separação dos poderes legislativo, executivo e judicial é condição necessária para existir democracia, o poder legislativo tem a obrigação de fazer leis justas e claras para que os cidadãos conheçam os seus direitos e deveres, o executivo os seus poderes e respectivos limites e o poder judicial esteja em condições de aplicar sanções das leis existentes quando elas sejam violadas.

Na ausência desta separação cai-se na situação actual de dificuldade de fazer investimentos pois a sua rentabilidade dependerá completamente, ou excessivamentwe, dos humores do Rei Absoluto dos Estados Unidos da América em que se está a tornar Donald Trump, por enquanto de jure apenas presidente eleito dos EUA mas já de facto autoridade de que quase tudo depende.

Numa pequena confrontação com o poder judicial sobre o destino dum imigrante nacional de El Salvador chamado Kilmar Armando Abrego-Garcia, que emigrou clandestinamente para os EUA mas a quem um juiz em 2019 concedeu “withholding of removal” (suspensão de deportação) . Esta protecção ainda válida impede os EUA de enviar um estrangeiro para um país onde, é mais provável do que não, ser vítima de perseguição com risco da sua vida ou da sua liberdade. Ao lado mostro foto de data desconhecida de Abrego-Garcia que copiei duma notícia da CNN sobre este assunto.

Esse imigrante foi detido por autoridades dos EUA, dado como membro dum gangue Salvadorenho considerado como grupo terrorista pelos EUA e foi deportado para o CECOT (Centro de Confinamento del Terrorismo) uma prisão de alta segurança situada em El Salvador. Esse envio vem na sequência duma oferta do governo Salvadorenho para receber criminosos enviados pelos EUA. A prisão foi inaugurada em Janeiro/2023 com 2000 presos, tem actualmente 4000 presos e foi projectada para albergar até 40000 presos.

Mostro uma fotografia desse Centro obtida na Wikipédia (Pool photo by Alex Brandon)



Na internet existem também fotos do interior desta prisão.

Abrego-Garcia é casado e com 3 filhos tendo apresentado queixa contra as autoridades americanas por o terem deportado desrespeitando assim a “suspensão de deportação” emitida por juiz em 2019 e ainda em vigor. Num dos documentos do processo em tribunal disponível aqui, conduzido pela juíza federal Paula Xinis, perante o reconhecimento pelas autoridades que procederan à deportação que houvera um erro administrativo no processo não devendo a  deportação de Abrego-Garcia ter ocorrido, a juíza ordenou que recuperassem o deportado. Julgo que essa ordem foi emitida em 4/Abr/2025 e a juíza fixou as 23:59 de 6/Abr/2025 como prazo limite para trazerem o deportado para território dos EUA.

As autoridades da deportação recorreram sem sucesso para uma 2ª instância e perante a confirmação da ordem da 1ª instância para o Supremo Tribunal de Justiça que aprovou uma pausa da ordem a ser cumprida até 6/Abril, avisou o tribunal de 1ª instância que devia usar um tom mais comedido no tratamento do poder executivo mas afirmou que este deverá “facilitar” que Abrego-Garcia volte aos EUA.

O poder executivo tem-se refugiado em argumentos de litigante de má fé alegando que El Salvador é um estado soberano e que os EUA não o podem obrigar a devolver o deportado.

À parte a estranheza desta prática do executivo de Trump de deportar imigrantes para uma prisão de El Salvador, não se vê que objecção poderia El Salvador alegar para recusar a devolução do deportado que saiu desse país há muitos anos sendo portanto inverosímil que seja lá procurado pela justiça. Esta alegada impotência dos EUA sobre estados soberanos recordou-me o comportamento de Trump quando neste ano a Colômbia se recusou a receber colombianos deportados pelos EUA transportados num avião algemados e com correntes nos pés. Nessa altura Trump ameaçou colocar tarifa de 50% em todas as exportações dea Colômbia para os EUA o que fez o governo soberano da Colômbia passar a aceitar esses deportados nas condições determinadas pelo poder soberano estadunidense.

Recentemente Trump recebeu o presidente Salvadorenho na Casa Branca, certamente convocado como participante neste conflito judicial, e este afirmou que nunca poderia enviar para os EUA o criminoso Abrego-Garcia.

Durante essa visita Stephen Miller afirmou que o erro administrativo admitido em tribunal não tinha importância pois Abrego-Garcia era membro dum gangue de bandidos, alegando existência de provas desse “facto”. As “provas” apresentadas em tribunal mereceram no documento que refiro acima  o seguinte comentário:
«
The “evidence” against Abrego Garcia consisted of nothing more than his Chicago Bulls hat and hoodie, and a vague, uncorroborated allegation from a confidential informant claiming he belonged to MS-13’s “Western” clique in New York—a place he has never lived. ECF No. 31
»

Fui ver quem era Stephen Miller, trata-se dum consultor político americano, actual director-adjunto do pessoal da Casa Branca, já membro da equipa de Trump na presidência de 2016-2020. Provavelmente estaria a  mentir quando disse ter visto provas de Abrego-Garcia ser membro dum gangue dado que se essas provas existissem teriam sido mostradas no processo em tribunal acima referido.

Neste vídeo da CBSnews ele é citado:
 
«
White House aide Stephen Miller defends wrongful deportation of man to El Salvador
White House Deputy Chief of Staff Stephen Miller said the Trump administration does not plan to make any new efforts to bring a mistakenly deported Maryland man, Kilmar Abrego Garcia, back to the U.S., pointing the responsibility on El Salvador to return him. CBS News' Nancy Cordes has more.Apr 15, 2025

»

Ao se referir a este imigrante” usando o termo “invader” (invasor) Stephen Miller levou-me a pensar nos perigos de ser considerado um invasor quando se visita os EUA pois o visto pode ser retirado a qualquer momento da estadia. E se estão a considerar a hipótese de enviar americanos para o El Salvador, muito mais simples será enviar invasores portugueses.

De qualquer forma a expressão “facilitate” usada pelo Supremo Tribunal parece agora um artifício para evitar um choque com o poder executivo sobre um assunto menor. É quanto a mim um mau princípio, num país decente os erros administrativos devem ser corrigidos.


2025-04-10

LISNAVE


Quando noutro dia fui visitar a fábrica de papel Navigator na Mitrena era inevitável reparar no caminho e próximo dessa fábrica noutra instalação industrial de fácil identificação com as letras garrafais pintadas na grua gigante como se vê na imagem a seguir

Clicando na imagem pode-se constatar que o tanker RANDGRID foi cortado em duas partes e estará a ser aumentado ou encurtado.

Nâo tenho seguido com atenção o que se tem passado com esta actividade de construção e manutenção naval pelo que julgava que a Lisnave, empresa com estaleiros navais em Lisboa tinha falido há anos e uma empresa semelhante com estaleiros navais próximos de Setúbal “herdara” essa actividade estando a funcionar em Setúbal.

Pensei assim que a grua gigantesca teria vindo dos estaleiros de Lisboa e que não se tinham dado ao trabalho de pintar o nome “Setenave”. Entretanto informei-me na internet sobre o que se tinha passado:
Este sítio da Wikipédia descreve a história da Lisnave até 1973 possivelmente por membros reformados das administrações dessa época que estiveram ausentes da empresa a partir dessa data. Para a vida da empresa depois de 1973 esta entrada da Wikipédia refere
- o sítio oficial da Lisnave;
- o blogue “A Lisnave…” sobre a história e vida da empresa.
Na esquerda.net tem uma entrevista feita por Sofia Roque a Cipriano Pisco, trabalhador da antiga Setenave e agora na Lisnave. Foi membro da Comissão de Trabalhadores da Setenave, onde começou a trabalhar em 1977, e mais tarde da Gestnave.
Neste blogue de José Carlos Valente descrevem-se as greves na Lisnave de 1974-76.

Depois de consultas breve destes sítios fiz o resumo que segue.
A Lisnave é uma empresa fundada em 1961, herdeira de empresas mais antigas ligadas ao grupo CUF e à família Mello. A concessão ao grupo CUF do Estaleiro da Rocha Conde de Óbidos com os seus 2286 trabalhadores passou em 1963 para esta empresa que nesse ano iniciou a construção do Estaleiro da Margueira em Almada, inaugurado a 23/Junho/1967 quando a empresa já tinha cerca de 4000 trabalhadores, continuando actividades de formação numerosas que proporcionaram competência e bom nome a esta indústria naval.

A Guerra dos Seis Dias de 5 a 10/Junho/1967 entre Israel e os países árabes que bloqueou a Canal do Suez até 1975 foi uma coincidência altamente favorável a esta empresa até então já bem sucedida, pois ao forçar o trânsito naval que usava o canal do Suez a vir pela rota do Cabo aumentou o número de potenciais clientes da Lisnave. Por outro lado a empresa dispôs de espaço para construir docas com capacidade para tratar superpetroleiros, que chegaram às 500.000 toneladas, justificados pelo aumento considerável do trajecto marítimo contornando África, tornando-a mais competitiva para tratar estes superpetroleiros.

A procura pelos serviços da Lisnave justificou a criação de outra empresa, suponho que controlada pela Lisnave, a operar na Mitrena com o nome de Setenave.

A Guerra do Yom Kippur de 6 a 25/Out/1973 criou condições para a reabertura do Canal do Suez em 1975 e os superpetroleiros, justificados pela necessidade de usar a rota do cabo, foram preteridos por petroleiros de dimensões mais reduzidas visto que a tonelagem bruta actual permitida no Canal do Suez é 240.000 toneladas, isto depois de obras de ampliação concluídas em 2015.

No fim de 1973 a Lisnave tinha quase 8000 trabalhadores. Após o 25/Abril/1974 a Lisnave e a Setenave passaram por fases com greves, depois do 11/Março/1975 deverão ter sido nacionalizadas, alguns clientes ocidentais afastaram-se, as tentativas de angariar clientes nos países comunistas não tiveram sucesso, ocorreram os choques petrolíferos de 1973 e 1979 e mais variadas circunstâncias, estando actualmente os estaleiros da Margueira (em Almada) desactivados, embora o projecto imobiliário para a zona não se tenha realizado, a Setenave encerrou e a Lisnave opera agora nos estaleiros que foram da Setenave na Mitrena com um quadro de pessoal permanente de 318 trabalhadores, com recurso a numerosos trabalhadores para projectos específicos, segundo Relatório de Gestão e Contas de 2024 disponível no sítio oficial da Lisnave.

Mostro a seguir outra foto tirada no mesmo sítio da anterior mas com zoom mais potente

 




2025-04-06

Tempo instável

 

Esta foto foi tirada hoje, dia 6/Abril/2025 às 12:21, a previsão era de chuva de manhã no centro e Sul de Portugal com passagem a tempo sem nuvens durante a tarde, o que se  verificou.

Dizia-se que "em Abril águas mil" e julgo ser frequente o tempo instável com sol e chuva no mesmo dia nesta entrada da Primavera. Tivemos uns tantos anos de seca, como também é norma no nosso clima, agora as albufeiras estão cheias, o que é uma boa notícia.

Impressionou-me o forte contraste desta imagem pelo que a registei, aumentando ainda um pouco o contraste no pós-processamento para ficar mais parecida à imagem mental que tive quando tirei a fotografia

 


2025-04-03

Pergunta sobre tarifas

 

Estando os automóveis alemães em boa parte no sector premium no mercado dos EUA e tendo os americanos tanto gosto no uso do seu veículo automóvel como símbolo de status, a imposição de tarifas sobre esses produtos, aumentando o seu preço, não os tornarão mais apetecíveis, como alegadamente o chocolate do Dubai?