2024-09-29

Vistas da Ponta da Piedade


 Há muitos anos visitei a Ponta da Piedade ficando a memória dum sítio impressionante, um cabo bastante alto, com vistas desimpedidas sobre o mar de mais de 270º, para Oeste, Sul e Leste, com as rochas apresentando numerosos algares (poços naturais provocados por chuvas sobre calcário), cavernas e arcos naturais, produtos da erosão da chuva e do mar como se vê nas duas imagens seguintes
 


Essas formações rochosas frequentemente abrigadas do vento na parte Leste do cabo, com pouca ondulação e águas de grande transparência, são visitadas por uma multidão de pequenos barcos a motor como se vê na segunda imagem. Eu próprio fiz uma vez uma passagem por aqui, num pequeno semirígido a motor, de 4,2 metros, em que fui de Portimão até ao Burgao atestando o depósito na Marina de Lagos com receio de “pane seca” no meio da navegação.

Ainda sobre o lado Leste tirei a foto seguinte

 

em que reparei em duas fiadas de canoas sendo cada uma rebocada por pequeno barco a motor, reparando também num conjunto de canoas dispersas com um barco a motor ao pé como destaco em detalhes da imagem anterior


 


Fiz logo a conjectura que sendo as praias próximas das grutas bastante pequenas para terem um número razoável de kaiakes, estes teriam de partir de sítios mais longínquos e os remadores dos kaiakes chegariam cansados à zona das grutas de onde ainda teriam a viagem de regresso. Como o reboque se tem que fazer em velocidade moderada, seria muito dispendioso em tempo de rebocador rebocar apenas um kaiake de cada vez e estes combóios de kaiakes resolvem esse obstáculo. Uma vez chegados ao sítio onde há mais grutas cada kaiake fica liberto para fazer a exploração ao seu ritmo. Uma consulta posterior breve na internet revelou-me logo uma empresa que parte de uma marina de Lagos rebocando kaiakes para visitar estas grutas. Não sei se será a única.

Entretanto tentei localizar sítios na extensa costa algarvia que vai da Ponta da Piedade até ao Sul de Faro. Caso clique na imagem seguinte, que é um detalhe da imagem do lado Leste verá uma imagem com 3809 x 317 pixels onde localizei o hotel Delfim (agora “Pestana Blue Alvor Beach”) e o hotel Alvor (agora “Pestana Alvor Praia”), além dos prédios da Praia da Rocha terminando na Fortaleza de Sta Catarina e o início da visão da margem esquerda da ria do Arade, i.e. do lado de Ferragudo.

 

Fui então consultar o Google Earth obtendo esta primeira vista de satélite da costa algarvia
 

desde o Cabo de S.Vicente até à ilha Deserta, ao Sul de Faro

Deixo este tema do que se avista na Ponta da Piedade para outro post deixando apenas mais duas vistas de satélite deste local em zoom crescente
 

 

Para finalizar mostro uma vista desimpedida para Sul

 

e uma vista para Oeste com Sagres lá muito ao fundo e a esteira solar sobre o mar que aparece da parte da tarde, esta foto é das 17:40

 


2024-09-27

Dempsey and Makepeace

 

Estava a rever  um episódio do "Death in Paradise" no canal Star Crime de 2013 intitulado "A Deadly Curse" quando reconheci nesta personagem 

 


o actor que, nos anos 80 do século XX, representara o detective americano pouco educado Dempsey, da série policial da ITV "Dempsey and Makepeace", 

 


que revi agora ser o actor Michael Brandon (1945-), contracenando com a Makepeace, uma agente policial inglesa de boas famílias e esmerada educação, interpretada pela actriz Glynis Barber (1955-).

A série foi muito apreciada cá em casa, designadamente por mim, que constato ter gravado em 6 cassetes VHS muitos dos episódios da série, cassetes que ainda não deitei fora embora me falte um leitor VHS para as tocar.

Constatei agora na internet onde tudo isto é fácil de descobrir, que os dois actores, que não se conheciam antes da série acima referida, casaram-se em Novembro/1989, tiveram um filho e, embora não se saiba se foram felizes para sempre, têm continuado casados desde então, como se constata neste Youtube gravado em Fereiro/2024

 





2024-09-22

Brutalismo

 

Trata-se dum movimento arquitectónico, que deve o seu nome não porque seja "brutal" mas porque usa o que os franceses designam por "béton brut", o betão deixado como ficou depois de retiradas as cofragens que o contiveram enquanto no estado líquido.

Claro que quando se deixa o betão em bruto existe normalmente um maior cuidado nos acabamentos das cofragens do que quando se sabe que o betão será revestido por pedra ou por algum produto para obter uma superfície mais lisa suportando uma pintura.

A técnica foi usada por Le Corbusier e pelos seus seguidores tendo atingido o pico nos anos 70 do século XX, continuando a ser usada posteriormente com menor frequência.

Inscrevi-me neste sítio do Canal ARTE para receber a Newsletter e passei a ser periodicamente avisado de programas disponíveis no canal, eventualmente também na internet. Normalmente esses vídeos estão disponíveis durante um tempo limitado, como no caso deste conjunto de vídeos  intitulado "Terribly Beautiful Eyesores" que traduzi tentativamente como "Edifícios muito feios de grande beleza" e que estará disponível até 4/Jan/2025.

São 4 vídeos de cerca de 30 minutos cada, até agora vi apenas o primeiro, intitulado "Monstros Brutalistas" onde se fala do Convento de Sainte Marie de La Tourette, próximo da cidade de Lyon, da ordem dos frades Dominicanos, projectado por Le Corbusier

 


numa foto de Fernando Schapochnik.

No vídeo a construção é apresentada por um frade licenciado em arquitectura, actualmente aqui residente, encantado por viver numa construção tão adequada à vida dos habitantes deste convento.

Depois o vídeo mostra o "Royal National Theatre" em Londres, projectado por Denys Lasdun, parte do conjunto arquitectónico na margem Sul do Tamisa que inclui também o Royal Festival Hall e o Queen Elisabeth Hall, estes dois últimos que visitei com agrado na minha primeira viagem a Londres em 1971.

 


O príncipe Carlos detestava o aspecto moderno destes edifícios, terá dito que o conjunto lembrava uma central nuclear no cento de Londres. Eu apreciava a ausência das inúteis colunas neo-clássicas, tão na moda no século XIX, estruturas que tiravam partido do betão armado e um exterior que revelava melhor as necessidades funcionais de cada edifício.

Finalmente o vídeo fala dum gigantesco conjunto habitacional de Berlim na Schlangenbader Strasse que foi construído deixando por baixo um túnel para uma auto-estrada!

Embora essa auto-estrada esteja actualmente fora de serviço, na altura em que o enorme edifício foi construído havia falta de terreno em Berlim Ocidental, cercada pela Alemanha de Leste, Usar o terreno das vias de comunicação para sobre ele colocar outras construções é o que se faz quando se enterra linhas de combóio em túnel. O conjunto é tão comprido e com curvas que os Berlinenses o designam por "Serpente". Mostro foto do conjunto, cujo arquitecto não consegui identificar:

 


Não gosto do termo "Brutalismo" para designar construções que deixam o betão à vista mas a designação "Modernismo" é também infeliz por ser desadequada passado algum tempo.

E aprecio muitas das construções com betão à vista, como por exemplo a lindíssima sede da Fundação Calouste Gulbenkian, seu museu e magnífico jardim.


Adenda

Dois leitores comentaram este post via e-mail pelo que fiz esta adenda:

Um leitor referindo:
«
No sé si será la obra más “brutal” que existe pero sin investigar mucho apuesto a que si debe ser la más extensa en superficie do mundo.

Se trata de la Universidad Laboral de Cheste, donde yo estudié becado e interno dos cursos entre 1971 a 1973.

Fue un concepto de centro tan “brutal”  que se concibió para 4.000 (si, cuatro mil) alumnos residentes  (entre 10 y 14 años)   que actuábamos simultáneamente (comer, dormir, ir a clase, ir al cine, hacer deporte, etc etc) todo todo sin recurrir al sistema de turnos ni siquiera en aquellos aspectos en que esto  fuera viable (p ej. el comedor o las clases)  lo que resultó en una construcción de dimensiones brutales  apropiadas para 4.000 alumnos  y los correspondientes profesores. Comedores para 4.000 comensales + Dormitorios para 4.000 camas + Aulas para 4.000 alumnos y así todo.

De hecho su Paraninfo (para 4.500 asistentes) fue durante algún tiempo tras su inauguración el auditorio mais grande de Europa por capacidad de espectadores.

Visto en perspectiva todo ello, es un resultado de  aplicar los concepto de edificación y formación en línea con la “modernidad” de un régimen dictatorial  a comienzos del baby boom.
»


Este sítio (https://cecheste.com/evolucionhistorica/) refere a evolução histórica desta instituição que quando foi criada em 1969 a cerca de 20 km da cidade de Valencia se chamou "Universidad Laboral de Cheste". Em 1978 foi extinta como instituição com as regras estabelecidas desde 1959 e depois de outras designações ficou "Complejo Educativo de Cheste (CECheste)" em 1988.

O outro leitor referindo este sítio:


https://de.m.wikipedia.org/wiki/Autobahn%C3%BCberbauung_Schlangenbader_Stra%C3%9Fe
que possivelmente eu encontrara mas que desistira de consultar por estar escrito em alemão, não havendo versões noutras línguas. Dada a referência do leitor acedi ao sítio e pedi tradução para inglês, ficando um texto inteligível, falando de forma interessante sobre os problemas desta construção gigantesca.

Normalmente recorro à tradução para inglês, língua que leio sem dificuldade, evitando os percalços de duas traduções automáticas pois na maioria dos casos as traduções do Google Tradutor fazem-se traduzindo da língua inicial (neste caso o alemão) para inglês e depois desta língua para o idioma final que neste caso seria o português.
Esta tradução que me apeteceu qualificar como "quase em inglês" lembrou-me o blogue (http://quaseemportugues.blogspot.com/) do Lutz Brückelmann que nele não escreve desde 2011, embora o português dele fosse muito melhor do que o inglês do Google Tradutor.


2024-09-07

Duas árvores ao vento

 

Quando fomos a o Japão  em Maio/2014 filmei uma árvore Ginkgo Biloba cujo movimento provocado pelo vento me hipnotizou, o movimento dos ramos fazia-me pensar num ser vivo movendo os seus numerosos membros e filmei a cena durante uns 15 segundos no telemóvel da altura. O ficheiro resultante Kyoto_Gingko com 43 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Entretanto, usando o antigo programa Moviemaker da Microsoft, gerei uma versão adequada para email com apenas 3 MB, com definição de 426x240 pixels, mais adequada para ficar neste blogue em permanência mas menos atractiva do que a versão de 1920x1080 pixels acima referida.


Recentemente tive oportunidade de ver um pinheiro gigantesco no aldeamento da Prainha em Alvor a oscilar também sob o vento, gravei durante 11 segundos e o ficheiro resultante Prainha_Pinheiros com 44,7 Mbytes, com definição de 1920x1080 pixels e também estará disponível no Google Drive até final de  Setembro e pode ser descarregado.

Esta versão para email ocupa 2,26 MB com 426x240 pixels



Nessa viagem ao Japão em que visitámos Tóquio, passámos pelo Fujiyama e visitámos Kyoto, numa tarde livre nesta cidade fomos a uns templos que ficavam ao pé do hotel,  adjacente ao enorme Centro Comercial associado à estação de caminhos de ferro.

Vi agora no google que foram os templos Higashi Hongan-ji, de que mostrei parte interior num post sobre posturas corporais, e Nishi Hongan-ji onde crescem pelo menos dois Gingko bilobas de dimensões impressionantes, sendo um deles um marco histórico (Historical landmark).

Nas fotos que tirei este Ginkgo estará nas coordenadas 34.99227646925224, 135.75230522632614 e será o que depois filmei ao vento

 


enquanto o Ginkgo seguinte será o marco histórico com as coordenadas 34.9915689703009, 135.75230392648635