De 8 a 13/Jun/2024 fiz uma pequena excursão ao Sul de França em que visitei as cidades de Avignon, Nîmes, Aix-en-Provencee e Nice e passei pelo Mónaco.
Uma das visita foi à Pont-du-Gard um dos maiores aquedutos construído pelos Romanos no século I DC que durou até aos nossos dias. A obra era enorme, como se pode constatar pelo tamanho das pessoas visitantes em comparação com a obra na foto seguinte
tendo a altura de 49 metros em relação ao leito do rio. Na Wikipédia referem que o também famoso aqueduto de Segóvia tem uma altuta de 28m mas 6 são das fundações, este aqueduto tem assim uma altura mais do dobro da altura daquele.
Existe uma ponte adjacente ao aqueduto que foi construída no século XVIII, permitindo a passagem de veículos sobre o rio
e que só existe deste lado do aqueduto como se constata na foto seguinte do outro lado
Nas proximidades do aqueduto existe um museu magnifico sobre o mesmo, sua construção e seu uso, ou abandono, ao longo dos tempos.
Em tempos julguei que os aquedutos dos romanos tinham o mesmo papel de canais de irrigação, para ajudar as actividades agrícolas, trazendo a água de encostas inóspitas para os vales férteis. Afinal, na sua grande maioria, os aquedutos foram construídos para abastecer as cidades romanas de água em boas condições, existindo fontes para o abastecimento dos habitantes e mesmo água corrente para as casas mais abastadas. Grande consumo também para os banhos públicos, instituição que requeria grandes quantidades de água. A cidade onde terminava este aqueduto era Nîmes de que falarei noutra altura.
Percebe-se assim que com o declínio do império romano e a diminuição drástica da população urbana, passando a predominar as pequenas aldeias, os aquedutos perderam a utilidade que tiveram quando foram construídos.
Gostei da escultura de D.Sebastião em Lagos do escultor no título deste post, quer quando foi inaugurada em 1972, com algum embaraço pelas autoridades de então por ser tão pouco convencional, quer quando a vejo quando vou a Lagos. Tentei fotografá-la mas havia excessiva actividade à volta da estátua, não consegui fotografias satisfatórias.
Achei e acho a estátua que ficou no alto do parque Eduardo VII é uma desgraça, preferiria que a retirassem de lá, o sítio tem uma vista suficientemente interessante para prescidir de uma escultura no local.
Mas gostei das esculturas de João Cutileiro no pequeno lago entre o Pavilhão Multiusos do Parque das Nações e o rio Tejo. O lago passou uns meses largos completamente seco mas finalmente lá o encheram de água e quando passei por lá ontem gostei tanto do regresso da água a enquadrar as esculturas que tirei umas fotos que passo a mostrar, primeiro do lado direito do lago para quem está de costas para o rio
Ao passar por umas fotos antigas de Viena, esta tirei em Fev/2013
voltei a ver este mosaico que tive dificuldade em fotografar de forma completa, passando a mostrar a parte esquerda da foto mais ampliada
e a parte do lado direito
Depois, como me parecia que isto estava numa rua adjacente a um dos lados da Ópera de Viena fui ao Google Maps e percorri a Kärntner Straße em "street view" até reencontrar o mosaico
onde se constata que na esplanada estava uma pessoa que tem a sua cara desfocada por ua questão de privacidade.
Quando o Google começou a disponibilizar as imagens captadas nas ruas de algumas cidades foram detectadas presenças inesperadas de pessoas cujos familiares ou conhecidos esperavam que naquela altura estivessem noutro local. Para evitar processos em tribunal a Google passou a desfocar as caras de todos os transeuntes captados pelas câmaras.
Quando aumentei o zoom do Google Maps para ver melhor o mosaico, designadamente nas parte que não estavam na minha fotografia
constatei com alguma surpresa que o Google Maps também desfocara algumas mas não todas as representações em mosaicos das caras das figuras do mosaico!
Não se trata dum efeito indesejável pois o objectivo do Google Maps não é fazer uma reprodução de alta qualidade das paredes dos prédios das diversas ruas, mas apresentar uma imagem que seja identificável e esta cumpre esse objectivo mas é um efeito indesejado pois não seria necessário visto não haver privacidade a resguardar e não melhora a reprodução do conjunto edificado.
Fica a questão de algumas das caras que nós reconhecemos como tal não terem sido desfocadas enquanto não me lembro de ter recentemente visto alguma cara duma pessoa não desfocada no Google Maps.
Nas guerras, nos programas de computador e em muitas outras actividades é muito difícil prever todos os efeitos colaterais de qualqer actividade.
Constatando que com a "street view" não conseguia obter uma imagem completa do mosaico googlei (16 Kärntner Straße) chegei rapidamente a este sítio da Wikimedia Commons donde retirei esta imagem com 1280 x 495 pixels
Clicando sobre a imagem ela aparece maior e no sítio acima referido tem versões com mais pixels.
Trata-se dum conjunto de figuras alegadamente típicas e/ou míticas do Ocidente do lado esquerdo e do Orirnte do lado direito.
Viena não só está mais próxima do Oriente do que a maioria das cidades da Europa Ocidental como esteve mesmo cercada de 17/Jul a 12/Setembro de 1683 por tropas do império otomano. O insucesso desse cerco marca o início do declínio da dominação otomana na Europa.
Faleceu no dia 11/Jun/2024 a cantora francesa Françoise Hardy que se tornou mundialmente famosa no ano de 1962 com a canção "Tous les Garçons et les Filles".
Eu fazia nesse ano 13 anos, era então um adolescente que não se apercebera que era agora um "teenager", classificação anglo-saxónica pouco em voga nessa época, concluíra em Junho o então 3º ano do liceu, que era o 7º ano de escolaridade, no 5º e 6º ano tivera 5 horas de francês por semana e no 7º ano apenas 2h, fazendo um total de 12h/semana até então enquanto com o inglês apenas tivera 5h/semana no 7º ano. Nessa altura quando se chegava ao fim do 9º ano tinham-se tido 5+5+2+2+2=16h/semana de aulas de francês e 5+5+5=15h de inglês.
Quando fiz 50 anos apercebi-me que um século, ao contrário do que até então julgara, não era uma eternidade mas simplesmente o dobro do que até então tinha vivido. Agora que vou fazer 75 anos, quando escrevo sobre a minha juventude, em vez duma história parece-me que sai um texto de História Contemporânea.
A RTP (Rádio Televisão Portuguesa) transmitia em canal único das 12:30 às 24:00 a preto e branco, talvez passassem um filme francês por semana.
Quando se compravam discos de vinil, nessa altura a música popular era comercializada em discos de 45 rpm (rotações por minuto), os chamados EP (Extended Play), eles continham duas canções no lado A e mais duas canções no lado B, Existiam também os "singles" com apenas uma canção de cada lado. Além destes também existiam ainda os discos grandes de 78 rpm contendo árias famosas de ópera doutros tempos e os mais recentes LPs (Long Play) que continham cerca de 30 minutos de música de cada lado, nessa altura reservados para a música clássica.
No meio desta escassez de música presumo que cada canção de um disco seria ouvida mais vezes do que os milhares de canções disponíveis, por exemplo, no Spotify. Como a oportunidade de ouvir falar francês era muito reduzida, as canções da Françoise Hardy, além de agradáveis de ouvir, eram também uma espécie de exercício para entender o francês falado pois as canções com um fundo sonoro discreto pareciam por vezes quase uma poesia declamada, como por exemplo, na canção "Le Premier Bonheur du Jour"
A música francesa seria nessa altura a música estrangeira que mais se ouvia em Portugal, mas seria brevemente ultrapassada pela inglesa, com as guitarras eléctricas dos "Shadows", o Cliff Richard, os Beatles e os Rolling Stones, a que se seguiram os americanos.
Além de cantora e compositora, muitas das canções que interpretava tinham a letra da sua autoria, Françoise Hardy foi modelo, muito apreciada por Yves St Laurent e Paco Rabanne e entrou nalguns filmes.
Lembro-me também que os cabelos compridos lisos que ela usava na juventude eram por vezes referidos em Portugal como cabelos à Françoise Hardy, antes dela era mais frequente serem apanhados de várias formas ou então fortemente lacados. Passar a ferro os cabelos foi uma novidade da época.
À semelhança doutros CDs que comprei para substituir os discos de vinil que eu comprara e cuja audição já tivera melhores dias sob o ponto de vista da qualidade sonora, comprei esta colectânea de títulos antigos da Françoise Hardy
Entretanto começaram a aparecer LPs ou Álbuns com conjuntos de canções de música popular, concebidos como um conjunto de canções, talvez o primeiro tenha sido o "Rubber Soul" dos Beatles, seguido pela obra-prima "Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band" seguidos por LPs de muitos autores. Por essa altura eu deixara de ouvir regularmente música francesa.
Por motivos que agora me escapam vi um programa da TV francesa em que a Françoise Hardy era entrevistada a propósito do lançamento de mais um álbum. Tomei na altura conhecimento que continuara a publicar álbuns de vez em quando e que tivera doenças graves de que recuperara. Esse programa de TV poderia ter sido este "Quotidien"
gravado em 2018 a propósito do lançamento do seu oitavo e último álbum "Personne d'Autre".
Em Março/2021 anunciou que não poderia voltar a cantar devido aos tratamentos de cancro da laringe, depois sofreu algumas quedas com hospitalizações, defendeu a eutanásia e finalmente faleceu há poucos dias.