A propósito da recente Conferêcia sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas (COP26) em Glasgow, no contexto do antagonismo crescente no Ocidente em relação à China, circulam opiniões que as manifestações ambientais devem ser contra a China e não contra o Ocidente.
De vez em quando digo que o conceito de "país” tem que ser tratado com cautela pois nessa mesma categoria cabem realidades tão distintas como a China e Portugal.
Claro que um país maior terá maiores responsabilidades na quantidade de produto poluidor que terá que reduzir mas, para calcular essas reduções, deve-se ter em conta entre vários factores a poluição per capita além do volume global.
Consultando este sítio (https://www.worldometers.info/co2-emissions/co2-emissions-per-capita/) e ordenando a produção de CO2 per capita (no ano de 2016) constata-se que a China (7.4 ton CO2/capita) poluía metade dos EUA (15,5 ton CO2/capita) e a Índia ainda muito menos (1.9 ton CO2/capita).
Quando fui a Macau em 1990 passei no caminho para Cantão por esta povoação em que me surpreendeu o número de chaminés visível na foto:
O Ocidente exportou boa quantidade de fábricas para a China, reservando para si muitas vezes a parte de projecto que produz pouco CO2, comprando depois as coisas fabricadas lá longe, onde se precisa de gastar mais energia para produzir os produtos consumidos pelo Ocidente.
Diz ainda nesse sítio do Worldometers que a produção per capita do planeta se cifrava em 4.79 ton /per capita reforçando a minha ideia que, sendo conveniente que todos reduzam, se compreende que a Índia, dado o seu muito baixo índice, tenha mais dificuldade em reduzir.
Portugal produzia em 2016 4.86 ton/capita, estamos próximos mas um pouco acima da média planetária que tem que ser reduzida.
1 comentário:
Bom resumo para reflexão.
Todos, desde os EUA até à China, devem reduzir emissões. É nós também, a começar pela redução de desperdícios e reciclando como deve ser.
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