Em 4/Ago/2020 houve uma enorme explosão em Beirute que,
segundo este artigo do The New York Times, causou a morte de mais de 130 pessoas, feriu outras 4000 e obrigou 300.000 a abandonar as suas casas, muitas das quais já não existem.
A explosão teve origem em 2.750 toneladas de nitrato de amónio, um fertilizante também usado como explosivo em minas, nalgumas aplicações militares e em actos terroristas. Investiga-se actualmente quais as razões de armazenamento num mesmo local de uma quantidade tão grande de fertilizante mas já ocorreram acidentes enormes com nitrato de amónio noutros portos além deste no porto de Beirute.
Segundo contas rápidas desse artigo do NYTimes esta quantidade de nitrato de amónio equivale a 1.155 toneladas de TNT que produziria uma onda de choque capaz de destruir a maior parte dos edifícios num raio de 250 metros e estilhaçaria vidros num raio de 2 km.
A bomba não nuclear mais potente lançada por um avião dos EUA em 2017 (GBU-43 Massive Ordnance Air Blast) tem um poder explosivo de 9,35 toneladas de TNT.
Já a bomba que foi lançada em Hiroshima em 6/Ago/1945, há exactamente 75 anos, a mais fraca bomba nuclear usada num ataque militar até aos dias de hoje, equivalia a 15.000 toneladas de TNT.
Existem movimentos com o objectivo de eliminar todas as armas nucleares armazenadas no nosso planeta. O Global Zero é um desses movimentos.
Adenda: neste artigo da Wired, um especialista em explosões, através da análise dos vídeos disponíveis na net e de outras explosões que aconteceram noutras cidades tendencialmente portuárias, aponta para o nitrato de amónio, rejeitando a hipótese duma bomba construída para provocar uma explosão.