Gostei muito de ler o livro Sapiens de Yuval Noah Harari, professor de História na Universidade Hebraica de Jerusalém. O subtítulo História Breve da Humanidade é adequado (ou melhor, merecido) pois consegue, nas suas cerca de 500 páginas da versão em português, uma síntese notável do que o Homo Sapiens tem realizado.
O livro divide-se em 4 partes intituladas “A revolução cognitiva”, “A revolução agrícola”, “A unificação da humanidade” e a “Revolução científica”.
Mais do que um resumo do livro refiro os pormenores que mais me impressionaram.
Para começar a constatação que o Homo Sapiens é a única espécie do género Homo, todas as outras se extinguiram ou foram extintas, sendo o Sapiens o principal suspeito.
Depois, a continuação do aprofundamento do estudo da Pré-História, através das técnicas de datação e de identificação de ADN de vestígios que vão sendo descobertos nos mais variados locais do planeta.
Vão-se acumulando evidências, já referidas por Jared Diamond, do papel do Sapiens nas extinções das megafaunas americana e australiana, iniciadas quando chegou a estes continentes. Estima-se que há 70000 anos existiriam cerca de 200 géneros de grandes mamíferos terrestres com mais de 50 quilos. Quando se iniciou a revolução agrícola há 12000 anos não existiriam mais do que 100.
A “revolução cognitiva” que se desenvolveu entre 70000 e 30000 anos atrás, refere-se à criação do que actualmente se considera a Cultura de uma comunidade, com as suas crenças, práticas, lendas e mitos, tendo estas últimas segundo o autor um papel crucial viabilizando a cooperação de grandes grupos de seres humanos, dando-lhes uma vantagem decisiva sobre as outras espécies. Por exemplo os chimpanzés raras vezes conseguem constituir grupos com mais de 50 elementos, a partir desse valor o grupo torna-se instável e parte-se em dois ou mais subgrupos.
A transmissão da Cultura é muitíssimo mais rápida do que a incorporação de características inatas através do ADN, possibilitando adaptações muito rápidas a alterações do meio envolvente, quer no tempo quer no espaço.
O autor mostra bastante simpatia pelo estilo de vida dos caçadores recolectores que, pelos exemplos das comunidades ainda existentes, possuíam um conjunto importante de conhecimentos sobre as plantas e os animais que lhes permitiam viver sem precisar de trabalhar tanto como os agricultores que lhes sucederiam.
Este texto já vai longo, vou deixar o resto para outro(s) post(s).
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