2015-12-30

Marlis Hoops


Redescobri na arrecadação uns mini-puzzles que foram usados pelos filhos quando pequenos e agora pelos netos.

Tratam-se de puzzles de 48 (8 x 6) peças feitos pela HEYE, uma companhia alemã, que continua a fazer puzzles.

As imagens minhas preferidas destes mini-puzzles de que mostro uma caixa



foram feitas por uma artista chamada Marlis Hoops, talvez uma berlinense. Tive dificuldade em encontrar informação sobre ela na internet, as 3 figuras que mostro a seguir têm datas de 1977-1978.

Supondo que no mínimo teria 22 anos em 1977, teria agora no mínimo 60 anos. Talvez já não esteja viva.

Coloquei a imagem seguinte no Google Imagens



e embora me tenham aparecido várias imagens de felinos, não apareceu nenhuma pintura da  Marlis Hoops, foi preciso colocar o nome para finalmente me aparecer esta pequena referência. Mostro a seguir a mesma imagem mas feita a partir das peças do puzzle.




Depois constatei que existem muitas referências em alemão à artista mas fiquei a pensar que o Google "procura melhor" os textos escritos em inglês.

Mostro agora a imagem de outra caixa, também com gatos



referindo que, dada a minha distância da sociedade alemã, julguei ao princípio que o nome "Marlis" seria de um homem. Depois experimentei no Google "Marlis" e só me apareceram fotografias de mulheres.

Mostro a seguir o puzzle dessa caixa



e finalizo com imagens de um pato, também da mesma pintora de arte naïf



em que se nota bastante variação nas cores, as caixas foram obtidas usando um scanner enquanto os puzzles concluídos foram fotografados




Antes de terminar gostava de mostrar ainda outra imagem que, ao contrário das anteriores, é imediatamente reconhecida pelo Google Imagens:



Trata-se de uma obra contemporânea que foi transaccionada por dezenas de milhões de dólares. Na referência qua a wikipédia faz a esta obra, a primeira característica mencionada é precisamente o valor pelo qual a obra foi transaccionada. Um dia destes o seu possuidor talvez tenha que registar imparidades significativas. Não consigo resistir a dizer que o rei vai nu.

Boa passagem de ano para os leitores deste blogue e que o ano de 2016 traga boas novidades para todos.


2015-12-24

Couve Mandelbrot


Antigamente no Porto no Natal era hábito comer bacalhau com tronchuda. A tronchuda é uma variedade da couve portuguesa que é consumida mais no tempo frio e julgo que essa tradição ainda lá perdura.

Nos tempos que correm as regras são menos rígidas e hoje deparei-me com esta couve em forma de fractal que se devia chamar Mandelbrot.




Disseram-me no supermercado que tinha um gosto parecido à couve-flor, o que já confirmei cozendo parte em vapor e mostro também a prateleira do supermercado


para confirmar que não se trata de uma imagem 3D gerada por algum algoritmo implementado em silício mas por um algoritmo existente no ADN da planta em questão.

Chama-se Romanesca, sendo originária de Itália e mesmo nesta era de globalização só agora chegou a um supermercado perto de mim.

Dei uma vista de olhos pela internet e vi logo imensas referências a esta planta. Por exemplo, aqui tem algumas receitas.

Aproveito para renovar os votos de Boas Festas.




2015-12-20

Governação tranquila


O governo da maioria de esquerda começou bem, começando a corrigir várias medidas do governo anterior que, não tendo impacto económico, revelavam preferências que não são as minhas.

Começo pela substituição dos leilões de automóveis de luxo de um fabricante alemão por Certificados de Aforro num valor que dizem ser equivalente. Não tenho ouvido contestação à eficácia da medida que premeia quem pede factura no aumento do conhecimento pelo fisco de muitos rendimentos de comerciantes. Os estímulos materiais dão bons resultados em muitos casos e este é certamente um deles. Mas discordo profundamente da atribuição de um prémio "em espécie" constituído por um carro de gama alta. O governo anterior acusava os portugueses de viverem acima das suas possibilidades. Não fazia assim sentido premiar alguns com um automóvel cujo custo de  manutenção estaria provavelmente acima das suas possibilidades. E desde a invenção do dinheiro que não é necessário receber como pagamento ou prémio um objecto que eventualmente não nos faz falta e que teremos que trocar por outro objecto de que necessitamos mais. Um governo liberal pagaria em dinheiro vivo. O de Passos Coelho oferecia um prémio que só seria bom para gente rica, mesmo assim cerceando a possibilidade de escolha do premiado. O de António Costa é mais liberal pois usa Certificados de Aforro que são neutros quanto às preferências de bens materiais dos premiados, e sugerindo ao mesmo tempo que será interessante poupar parte ou a totalidade do prémio.

Continuo louvando a reposição da isenção das taxas moderadoras para os dadores de sangue. Talvez porque não dei tanto sangue como o que achava que deveria ter dado sinta um reconhecimento maior aos dadores de sangue. Isentar essas pessoas altruístas de pagar as taxas moderadoras não era um estímulo material para dar sangue, quem fosse tão pobre que pensasse em dar sangue para evitar o pagamento das taxas moderadoras já estaria de certeza isento, tratava-se antes de um gesto de agradecimento. O restauro da isenção para dadores de sangue é uma medida praticamente sem impacto orçamental e que mostra a gratidão da sociedade a essa boa gente que dá sangue para salvar vidas.

Finalizo com a intenção manifestada de acabar com o Banco de Fomento. Em Portugal existia um Banco de Fomento durante muitos anos, lembro-me dum edifício imponente na avenida Casal Ribeiro em Lisboa. Esse Banco de Fomento era uma instituição do Estado Português para fomentar o desenvolvimento económico, vindo de tempos remotos (antes do 25 de Abril!) em que se considerava que o Estado devia ter maior intervenção na economia. Esse banco foi privatizado, vendido ao BPI por volta do ano 2000, era Sousa Franco do PS ministro das finanças. Considerou-se provavelmente nessa altura que a iniciativa privada tinha muito mais capacidade para avaliar projectos de investimento do que um banco estatal. Passados apenas 15 anos e com uma tendência tão forte para privatizar tudo o que é do Estado sempre me pareceu incompreensível a recriação de um Banco de Fomento nesta altura. Para quê? Para privatizar daqui a um par de anos? Assim, a intenção de acabar com o Banco de Fomento parece-me uma boa notícia, tanto mais que a sua criação tem sido muito lenta.

Até novas tempestades, designadamente as do Banif e do Novo Banco, estamos assim numa fase de governação tranquila, corrigindo erros de percurso, uns maiores de que não falei agora e outros menores mas irritantes como os que acabo de mencionar.

A condizer mostro mais um fim-de-tarde calmo à Beira-Tejo com uns selfies das nossas sombras



seguido dum detalhe da foto anterior em que as aves à distãncia são quase só sugestões,



finalizando com a terra, a água e o ar em grande harmonia, e uma bóia vermelha que faz pensar no fogo



2015-12-16

Bruxelas no Natal


Tirei estas fotos no fim de Novembro do ano passado em Bruxelas. Fazem-me lembrar postais ilustrados, faz de conta que são cartões de Boas Festas, emitidos com alguma antecedência para os leitores deste blogue.

Primeiro a Câmara Municipal da cidade, na "Grand Place"




e depois outra vista da "Grand Place", com uma árvore de Natal, grande mas não exagerada




2015-12-11

As Galáxias e a Origem do Universo



Ofereceram-me mais um livro de banda desenhada sobre temas científicos (o outro referido aqui), desta vez o Cosmicomix, sobre a descoberta do Big Bang, de que gostei muito e que tem uma boa apresentação num post do blogue De Rerum Natura.

Durante a leitura surpreendeu-me a referência no Congresso da Academia Nacional de Ciências dos E.U.A. em 26/Abril/1920 a um grande debate também aí em curso sobre se as numerosas nebulosas espirais que se viam nos melhores telescópios de então seriam galáxias iguais à nossa Via Láctea onde se situa o Sol.

Eu lembrava-me dos programas de Carl Sagan na televisão e depois do seu livro “Cosmos”, publicado pela Gradiva que li em 1985. Fui agora ver na net, verificando que a série composta por 13 episódios e emitida em Setembro/1980 foi vista por 500 milhões de pessoas. Constatei também que o livro “Cosmos” foi o 5º da colecção “Ciência Aberta” da Gradiva, uma editora portuguesa fundada em 1981 e que tem dado ênfase a publicações de divulgação científica.

Nessa série a teoria do Big Bang, como explicação da origem do Universo numa enorme explosão, era dada como a melhor descrição científica do que se tinha passado. A melhor prova disponível para essa teoria, foi premiada com o prémio Nobel de Física de 1978, atribuído a Arno Allan Penzias e Robert Woodrow Wilson pela descoberta da radiação cósmica de fundo na frequência das micro-ondas. Os premiados tinham publicado a sua descoberta em 1965. A atribuição dos prémios Nobel rodeia-se de bastantes cuidados, neste caso o reconhecimento veio 13 anos depois.

Nessa série falava-se também da existência das galáxias, agregados de milhões de estrelas como a Via Láctea e outras “nebulosas” que povoam o céu nocturno. Eu lembrava-me de no final dos anos 60 ter lido uns livros de ficção científica em que falavam de viagens intergalácticas, em que as galáxias já apareciam como agregados de estrelas mas fiquei curioso de saber o que teria aprendido no liceu sobre este tema.

Entretive-me então a tentar descobrir em que disciplina o tema poderia ter sido abordado. Não seria assunto para a Biologia onde se descrevia os reinos vegetal e animal, o corpo humano, sua anatomia e fisiologia e a evolução da vida na Terra. A Física tratava das leis mais simples da Mecânica, do Calor e da Electricidade, não faria sentido falar em modelos cósmicos. A Geologia, no 7º ano do liceu, equivalente ao 11º ano do ensino actual tratava da constituição do planeta Terra e da sua história, restavam as Ciências Geográfico-Naturais, disciplina que constava do curriculum do 1º e 2º anos do liceu, os agora 5º e 6º anos.

O livro de J.Correia Monteiro que ainda guardo dessa época de que mostro a capa e a contra-capa

    

era o que estava em vigor (livro único) nos anos lectivos de 1959-60 e 1960-61 em que passei respectivamente pelos 1º e 2º anos do liceu.

No início desse livro, logo na página 9, são referidos os diversos astros visíveis no firmamento, que pertenciam a 4 categorias: Estrelas, Planetas, Cometas e Nebulosas



Das nebulosas refere-se o seu aspecto de manchas esbranquiçadas mas o livro é completamente omisso sobre a existência de galáxias e das estrelas que as constituem.

É um pouco estranho que o livro escolar não fale sobre as galáxias e a sua composição, esta falta de informação sobre conhecimentos adquiridos 30 anos atrás revela talvez alguma lentidão. Gostava de saber como se passam estas coisas noutros países, quanto tempo passa entre uma descoberta científica e o seu aparecimento em livros de texto.

E vou acumulando evidências de que já tenho uma idade considerável, embora muito mais novo do que qualquer das galáxias observáveis.

A galáxia que está mais ao pé da nossa Via Láctea é a galáxia de Andrómeda de que deixo aqui uma imagem muito bonita captada pela NASA, que fui buscar ao artigo da Wikipédia.





Errata do Cosmicomix: na 1ª edição de Julho de 2015 existe um erro de tradução na página 37, pois enquanto na versão original em italiano mostrada na página 143 diz:
"Ora, immagina che la stanza riceva un'improvvisa spinta dal basso"

que o google tradutor traduz correctamente para:
"Agora, imagine que o quarto recebe um impulso repentino do fundo" (ou de baixo)

na edição referida a frase foi traduzida para:
"Agora, imagine que o quarto de repente recebe um impulso para baixo"

2015-12-04

Areal quase deserto


Há alguns dias, na areia seca da Praia da Rocha.




Quando vejo estas pegadas na areia costumo pensar que o caminhante não estava a ouvir o álbum "Learning to fly" dos Pink Floyd

2015-12-01

O Ginkgo Biloba do largo do Príncipe Real


Tenho grande simpatia pelos Ginkgo Bilobas, com as suas folhas bilobadas que lhes dão parte do nome. Ginkgo é uma das poucas etiquetas (labels) que uso neste blogue , para dar acesso a todos os posts onde aparece esta árvore

O ano passado tirei estas fotos em 21/Dezembro mas depois acabei por não as mostrar. Julgo que a cena este ano será parecida pelo que publico já, pois só faltam 3 semanas para o fim do Outono.













Ouro sobre azul!