2015-11-14

Guerra em Paris e Instituto do Mundo Árabe


À medida que o mundo se vai globalizando aumenta também a globalização das consequências dos desastres que antes eram mais locais.

Na Europa tivemos essa experiência em 1914-18 e depois com maior intensidade em 1939-45.

Foi pouco depois desta última devastação que foi criada a União  Europeia, precisamente para tentar evitar a Guerra na Europa através do aumento de trocas comerciais, que além de serem mutuamente benéficas, criariam laços de amizade e de interesses mútuos.

Ama o teu próximo como a ti mesmo ou, não matarás (sobretudo o teu próximo visto que é aquele que deves amar) seria assim estendido aos clientes e f ornecedores. A ética do homo economicus desaconselha que se mate quer o nosso cliente quer o nosso fornecedor de artigos que podemos revender com boa margem ou obter para consumo a preço muito interessante.

Não se tem conseguido até agora estabelecer relações económicas mutuamente vantajosas entre o Ocidente e o Médio Oriente onde, para complicar mais as coisas, persiste uma cultura da morte mais acentuada do que no Ocidente.

Por cá já se apreciou muito os actos de heroísmo da carne para canhão da Guerra de 1914-18 e de vez em quando há quem fale que já não há valores pelos quais valha a pena dar a vida (morrendo). Felizmente tem-se observado uma evolução no Ocidente para lutar por valores pelos quais se dá a vida vivendo.

Mas não se pode continuar a “ignorar” os desastres que se desenrolam no Médio Oriente porque eles acabam por vir dar à nossa porta, como ontem aconteceu com estes atentados horríveis em Paris. Com esta escalada do nível de violência o Ocidente terá que intervir com maior intensidade nos seus vizinhos. Resta determinar como melhorar a estratégia seguida até aqui que acaba de se revelar insuficiente.

Há quem se interrogue porque será a França um alvo importante dos atentados terroristas. Mesmo assim o atentado que causou maior número de mortos na Europa continua a ser o da estação da Atocha em Madrid. Mas existe uma razão simples, a França tem uma interacção forte com o mundo árabe e é um bode espiatório externo muito óbvio quando as coisas correm mal por lá.

Não é por acaso que existe em Paris o Institut du Monde Arabe, uma organização com sede num edifício magnífico inaugurado em 1987 do arquitecto Jean Nouvel e Architecture-Studio ( ).

Uma das fachadas tem este aspecto exterior




que vista no detalhe se constata ser composta de vidro e dispositivos metálicos de geometruia variável cuja imagem fui buscar aqui




tendo reduzido o número de pixels na imagem anterior e enquadrado o detalhe na imagem seguinte, mostrando que cada orifício do dispositivo metálico tem uma dimensão regulável




e usando padrões geométricos de inspiração tão frequente na decoração dos edifícios árabes.

Na imagem seguinte mostro o interior do edifício cuja imagem fui buscar aos prémios Aga Khan para Arquitectura




constatando-se o sucesso na criação dum ambiente que capta a atmosfera de alguns edifícios dos países em que é preciso alguma protecção contra o excesso de luz.


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