Lisboa não é o sítio ideal para contemplar os amarelos, laranjas, acobreados e vermelhos da vegetação, mais comuns e tão bonitos em maiores latitudes.
Em Portugal lembro-me de ter visto uma composição notável de rectângulos de várias cores das vinhas nas encostas do vale do Douro, na antiga estrada de 120 curvas de Lamego para a Régua, mas ultimamente não tenho passado por lá nem por outros sítios do país onde provavelmente existirão florestas de alguma dimensão com árvores de folhas caducas.
Assim limito-me a mostrar uns ramos duns carvalhos do Parque das Nações que já referi num post em Nov/2013 (http://imagenscomtexto.blogspot.pt/2013/11/carvalhos.html ) que dão pelo nome
quercus palustris, vulgo carvalho-vermelho-americano.
Esta manhã dei um passeio à beira-Tejo de manhã, já na minha nova condição de reformado, desde o dia 1 de Novembro deste ano, e constatei neste conjunto de árvores a falta de tons Outonais de que me “queixei” acima:
Este ano o Verão de S.Martinho em curso foi precedido de alguma chuva pelo que os campos amarelados do fim do Verão deram lugar a esta erva muito verde, ainda na beira-Tejo:
Quem quiser ver tons outonais clássicos deve-se dirigir ao 2 Dedos de Conversa onde a Helena Araújo nos continua a oferecer fotografias de
cores de Outono e de
nuvens em vales de grande beleza.
Parece que os acordos do PS com os outros partidos da esquerda irão viabilizar um governo PS com apoio parlamentar.
A agressividade dos discursos recentes da direita têm-me levado a pensar na montanha-russa pela qual tem passado: de uma derrota anunciada por praticamente toda a gente passou a uma esperança de que o PS não tivesse a maioria absoluta, depois entreviu a possibilidade da coligação ter uma maioria relativa que se concretizou na noite das eleições, com uma continuação governativa praticamente assegurada, para afinal começar a aperceber-se que essa continuação estava gravemente ameaçada, depositar esperanças numa luta interna do PS, em que a facção liderada por Francisco Assis se revelou afinal de pequena dimensão e talvez alguma esperança em problemas de última hora das negociações do PS com os parceiros.
Tenho achado alguns dos argumentos da direita muito fracos, designadamente:
- a insistência na existência de um vencedor e de um derrotado numa eleição em que existem mais do que dois concorrentes;
- a referência a uma tradição que não tem nada de essencial no âmbito da nossa Constituição e cuja existência derivava da dificuldade que sempre existiu na prática do PS fazer acordos à esquerda;
- a ânsia de poder do António Costa e uma sua alegada arrogância, argumento que a maior parte das vezes deriva da projecção sobre o outro dos seus próprios problemas;
- a referência constante à NATO, como se esse fosse um tema falado ou com alguma relevância nas discussões políticas nos últimos 4 anos.
Aguardo com espectativa os próximos capítulos que podem trazer muitas surpresas.
Noto com agrado que na sondagem apresentada no ultimo Expresso a popularidade de António Costa é muito superior à de Passos Coelho e que depois do acordo as pessoas continuariam a votar no PS, BE e CDU em percentagens semelhantes às observadas na eleição, demonstrando assim a incorrecção da conjectura de que as pessoas votariam de forma significativamente diferente caso soubessem antes que seria possível a celebração de acordos do PS à sua esquerda.