2015-08-27

Algarve em Agosto


Em princípio dever-se-ia evitar o Algarve em Agosto, as infra-estruturas estão todas no seu pico de utilização, o que provoca degradação dificilmente evitável na qualidade dos serviços.

Mas também não é por acaso que tanta gente vai de férias em Agosto e muitas vezes é difícil evitar este período.

Este ano o tempo tem estado atípico. Uma pessoa espera um céu azul imaculado sem sinal de nuvens, o que tem sido raro. Porém ontem de manhã estava uma atmosfera límpida pelo que não resisti a tirar esta foto




mesmo a praia ao pé ainda tinha pouca gente se bem que ainda só fossem 08:40




e Lagos via-se com a nitidez dos dias de Setembro que, pensando bem, estão mesmo a chegar





2015-08-24

Arte decorativa


Gostei desta natureza morta que vi num poster numa casa que aluguei, de composição minimalista, contendo hiperbolóides de revolução. Gostei das sombras que me lembraram os desenhos à vista no liceu, dos reflexos, da delicadeza dos vimes de salgueiro.

Depois fui à procura da autora, a partir da assinatura de Karin v.d. Valk, e constatei pouca variedade nos numerosos posters dela que estavam à venda na internet.

Mas continuei a gostar desta imagem.




2015-08-20

Solitaire


Trata-se de um passatempo clássico que resolvi no princípio dos anos 70 do século XX.

Passados uns tempos fiquei com uma ligeira apreensão se ainda conseguiria resolver este passatempo mas nunca tive paciência para escrever notas sobre o assunto, ao contrário do Cubo de Rubik que já referi noutro post.

Agora fiz uma apresentação em Power-Point com animação, converti-a a seguir para video e fiz depois o carregamento para o Youtube que mostro a seguir, dura 72 segundos.



Não sei se existem outras formas de resolver este passatempo que sejam variantes não triviais deste método, existem pequenas variações possiveis na ordem de alguns dos movimentos aqui indicados.


2015-08-18

Pentágonos que preenchem o plano



As cracas do post anterior conseguiram preencher uma superfície aproximadamente plana com formas quase poligonais.

Quando se pretende preencher um plano com formas idênticas as soluções com polígonos regulares são 3: com triângulos, com quadrados e com hexágonos. Modificando uma das escalas, do eixo dos XX ou do eixo dos YY, obtêm-se também figuras que podem preencher o plano transformando, por exemplo, quadrados em rectângulos. Outras transformações ligeiramente mais complicadas mas também triviais consistem um transformar, por exemplo, um quadrado num losango e este num paralelogramo.

Em relação aos pentágonos existiam até este mês 14 classes conhecidas de pentágonos irrregulares que conseguiam preencher o plano. Durante 30 anos não se descobrira mais nenhuma, tendo agora sido descoberta a 15ª, conforme relatam no zap.aeiou e no Guardian.

Esta é a versão colorida mostrada no Guardian mas os pentágonos têm  todos a mesma forma:

 

Na wikipédia tem já (a velocidade de actualização da wikipédia é imbatível) um artigo com a colecção dos 15 tipos de pentágonos de que mostro a imagem:



É óbvio que o 3º padrão corresponde à obtenção de um hexágono com 3 pentágonos, fazendo-se o enchimento depois com os hexágonos, fenómeno semelhante se passa com o 5º mas embora a malha seja hexagonal os hexágonos não aparecem de forma explícita. A última parece bastante irregular, certamente isso pesou na lentidão da sua descoberta.

Gostei muito da 5ª que é abordada de forma mais detalhada na wikipédia que lhe chama Floret pentagonal tiling e de que mostro uma possível coloração destacando simetrias existentes:



 termino com este pentágono não convexo intitulado esfinge, referido também na Wikipédia

 



2015-08-13

Cracas sobre Sienito de Monchique


Ontem ao fim da tarde, passeando no pontão da Praia da Rocha, gostei de ver este conjunto de cracas, fazendo lembrar um trabalho de crochet, sobre uma das pedras que protege o pontão e que veio da serra de Monchique.




Quando eu era pequeno diziam-me que as pedras que extraíam numa grande pedreira da serra de Monchique eram “uma espécie de granito” mas, enquanto este tinha quartzo, feldspato e mica a pedra de Monchique tinha apenas o quartzo e o feldspato, faltando-lhe a mica. Podem ver na wikipédia que a rocha de Monchique se chama Sienito sendo de cor cinzenta e é por isso que tendo a foto sido tirada a cores acaba por parecer a preto-e-branco. Desta vez a foto tem 2048 x 1536 pixels.

Existem muitas espécies de cracas, a presença destes animais sobre as pedras na zona intertidal (afectada pelas marés) acaba quase por definir até onde a maré chega. São desagradáveis ao provocar arranhões a quem roça o corpo por eles, são vantajosos para pessoas calçadas pois evitam que escorreguem nas rochas.

A sua aderência aos cascos dos barcos causa problemas de maior resistência à deslocação do barco, tendo que ser periodicamente eliminados.

As cracas pertencem à classe Cirripedia cujo nome comum em inglês é “Barnacle”, dos quais existem cerca de 1200 espécies conhecidas.

Na foto acima parece-me que as cracas estão todas mortas. No artigo que referi (https://en.wikipedia.org/wiki/Barnacle ) podem-se ver fotos de cracas vivas, no centro de cada animal não têm um buraco, como na foto.

Achei graça a os ingleses chamarem “Gooseneck barnacles” ao que chamamos percebes.

Tirei esta imagem daqui:



e estoutra daqui:


2015-08-08

Uma conchinha comum (Acanthocardia)


Em Agosto estou a ir à praia todos os dias, seria melhor em meses adjacentes mas existem muitas razões para tanta gente tirar férias em Agosto.

Desde a mais tenra infância que vejo estas conchas nas areias das praias do Algarve. desta vez apanhei uma muito pequena e fotografei-a ao pé duma moedinha de 1 cêntimo



A seguir seleccionei apenas a concha e obtive a imagem seguinte



Depois peguei na imagem, coloquei-a no Google Imagens e apareceu-me logo o nome Acanthocardia seguido doutro nome que já não me lembro.

Na wikipédia e noutros sítios têm artigos sobre este bivalve, parece que é comestível mas apenas vi referência a uma receita da Croácia. Na realidade esta concha intrigava-me por ser frequente vê-la na areia molhada das praias e nunca a ter visto num prato de casa particular ou restaurante. Como mnemónica para o nome temos as folhas de acanto que serviam de motivo de decoração dos capitéis das colunas Coríntias e o cardia de coração.

Na juventude faziam-se cinzeiros com estas conchas mas com cerca de 5 cm de diâmetro em vez do centímetro e meio deste pequeno exemplar. Colavam 3 conchas deste tipo com cola universal transparente e depois colavam uma 4ª concha que iria servir de base do cinzeiro. Colavam parte de conchas de lingueirão em cada uma das 3 conchas, para ter um descanso para os cigarros. Há uma ano vi um cinzeiro desse tipo numa feira de artesanato em Olhão ou  em Tavira.

Deixo imagem da mesma concha, agora de perfil



2015-08-04

Folhas verdes, Daltonismo e a Natureza Humana


Ontem ao almoço gostei muito de ver estes vários tons de verde (alguns a fugir para o amarelo) dumas árvores que têm demorado muito tempo a dar sombra que se veja na Av. Tomás Cabreira na Praia da Rocha.




Tenho um fraquinho por folhas de plantas iluminadas à contra-luz pelo sol mas um dia destes, ao ver imagens dum livro sobre o Jardim da Gulbenkian, constatei que não estou sózinho nesta minha preferência.

Não consegui regular bem o telemóvel que não conseguiu focar bem tanta folha, faz de conta que é uma imagem género quadro impressionista.

E achei que os hibiscos vermelhos que se vêem ao fundo contribuíam para o tom alegre da imagem.

Já tinha decidido publicá-la quando um meu amigo, que tem uma percepção das cores que difere em alguns aspectos da percepção mais comum entre os seres humanos, me enviou uma ligação para este vídeo sobre daltonismo e sobre uns óculos (Enchroma) que alegadamente permitem ultrapassar algumas situações




e fiquei a pensar que muitas vezes não reparamos na riqueza das percepções que estão ao nosso dispor.

Depois ainda vi mais este sobre as nossas percepções, apresentando problemas clássicos da filosofia




e concluindo que uma característica importante dos seres humanos é acreditar que os outros seres humanos podem saber coisas que o próprio não sabe e que vale a pena fazer-lhes perguntas!

Até agora não encontraram esta característica nos outros animais