2013-06-27

Tipuana tipu



Depois dos Jacarandás floresce a Tipuana tipu, de que já falei aqui. Impressiona-me este exemplar magnífico, localizado nos Olivais Norte, em 38°46'16.54"N,  9° 6'40.25"W, coordenadas do Google Earth




Mostro a seguir um detalhe da mesma árvore




ambas as fotos tiradas com telemóvel.

2013-06-22

Plantas iluminadas no jardim Majorelle em Marraquexe


Continuo sem compreender o Governo de Portugal. Agora Paulo Portas vem dizer que o IRS deveria baixar ainda nesta legislatura enquanto o primeiro-ministro diz que não pode prometer essa descida. Mas desde quando é que este governo se preocupa em fazer promessas que tenha intenção de cumprir?

Enquanto espero por uma iluminação vou apreciando plantas iluminadas por um sol de fim de tarde no Jardim Majorelle em Marraquexe, jardim construído por Jacques Majorelle, filho do "ébéniste" Louis Majorelle. O jardim foi comprado por Yves Saint-Laurent e Pierre Berger que o "ressuscitaram", tornando-o numa grande atracção turística de Marraquexe.

Nesta primeira imagem gostei da penugem iluminada no contorno das folhas do cacto colocado nos centro da imagem


enquanto a segunda imagem tem iluminada no centro o que me parece ser uma Agave americana var. marginata que já referi aqui e aqui



em relação à terceira imagem não tomei nota do nome da planta e agora não a consigo identificar mas aproveito para chamar a atenção para a boa ideia de cobrir o chão com gravilha, fazendo sobressair cada uma das plantas do jardim



e termino com uma folha de palmeira também iluminada



2013-06-21

Candeeiros de tecto


Tenho sentimentos contraditórios em relação aos candeeiros de tecto metálicos artesanais de Marrocos. Por um lado muitas das peças são belas, por outro lado a iluminação que originam tem aspectos desconfortáveis.

De qualquer forma não resisti nem a estes dois candeeiros iluminando um tecto de grande beleza




nem a esta perspectiva em que não se vê o foco de luz deste outro exemplar:


2013-06-18

João Pinto e Castro (Ago/1950 - Jun/2013)


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0TiBvHsSSg1Kh_KFScxXMIE1yNFV1JUXrIE1ZKTTTgpCwW-wDKY31UntlaYld-I5ZFhVT-cvfIDC8xegPSA_MMVEZTxho0PYM4Iqa8Ju3fNEVomTWyxjIul_SXRvPuMDycgwpt1ACWjI/s1600/Pinto+e+Castro.jpg


Conheci o João Pinto e Castro quando ele andava a acabar o curso de Económicas e desde o princípio me agradou a conversa vivíssima, o pensamento original, a cultura muito vasta, a vontade de mudar a apagada e vil tristeza em que se vivia em Portugal antes do 25 de Abril.

Partindo de posições muito radicais na juventude, fui observando uma riqueza cada vez maior nas análises político-económicas que ia fazendo, mantendo sempre uma originalidade / radicalidade que nos fazia pensar e que era uma alegria face ao pensamento cinzento seguidor das teologias económicas que se têm imposto nas universidades, que se demitiram de confrontar a Teoria com a realidade económica, política e social, transformando a Teoria em Teologia.

E era consoladora a sua honestidade intelectual, nestes tempos de tanta mentira, qualidade que estará na origem de tantas referências elogiosas que correm pela blogosfera.

A sua especialização em marketing foi consistente com a sua capacidade de comunicar, de encontrar frases curtas capazes de sintetizar pensamentos complexos. E por vezes tinha sucesso excessivo nessas frases pois, já não as achando adequadas, continuava a ter que as ouvir como citações que os amigos faziam das suas intervenções. É possível que esta citação que estou a fazer, que tem uma dose de auto-referência, já tivesse entrado no círculo das citações gastas, é algo que será agora difícil de apurar, restando-nos a perenidade dos seus escritos e o exemplo de que é bom aprender com os outros sem prescindir de pensar por si.

Bem hajas João!

2013-06-10

Sinais



Em meados do passado mês de Maio fui a uma reunião em Madrid. Chegando de véspera passei pela entrada do Museu da Rainha Sofia muito ao fim da  tarde (depois das 19h), mais pelo passeio de antes do jantar do que pela expectativa de que estivesse aberto. Neste caso poderia visitar a exposição do Salvador Dali que talvez me ajudasse a compreender melhor a situação surreal em que se encontra a sociedade portuguesa.

Claro que o museu estava fechado mas fui surpreendido por um sinal de indicação turística em que estava afixado “Museu Rainha Sofia” em espanhol, em inglês e também em caracteres chineses.

Na manhã do dia seguinte constatei no hotel que, além dos jornais espanhóis e dos habituais mensageiros da importância anglo-saxónica, designadamente o Finantial Times, o Wall Street Journal e talvez o USA Today, estava disponível também desta vez o que presumo que fosse um exemplar do jornal ChinaDaily referido na Wikipédia aqui, com várias notícias sobre a China e sobre o Mundo, vistos numa perspectiva chinesa.

Regressei de Espanha a pensar que nuestros hermanos estavam muito activos nas relações sino-espanholas, lembrei-me que uns netos do rei andam a aprender mandarim mas não pensei mais no assunto.

Na passada quinta-feira, ao chegar ao aeroporto da Portela vindo de outra reunião reparei neste anúncio à chegada



de que destaco o canto inferior direito na imagem seguinte


Talvez tenha andado distraído mas foi a primeira vez que reparei em Portugal no uso de caracteres chineses num cartaz publicitário. Claro que se vêem ideogramas nos restaurantes chineses e nas lojas chinesas que vão abrindo em muitos sítios mas aí funcionam mais como símbolos de identificação da loja, enquanto aqui representam uma cortesia para potenciais clientes de língua chinesa.

Há muitos anos, as marcas de luxo da Europa começaram a incluir versões em japonês das suas mensagens publicitárias. Embora a escrita japonesa tenha uma grande complexidade, dada a coexistência de ideogramas (normalmente variantes japonesas de originais chineses) com a de dois tipos de silabários e ainda uma ou outra letra latina para acrónimos como CD ou DVD, os silabários serão talvez de uso mais frequente tendo os símbolos respectivos uma constituição mais simples do que os ideogramas chineses. Era a partir dessa simplicidade gráfica que eu conjecturava que se tratava de japonês.

Ultimamente não tenho reparado tanto em mensagens em japonês, não sei se isso será devido à crise económica em que está o Japão há cerca de duas décadas, se as marcas passaram a vender directamente no Japão, através de lojas ou mesmo da internet ou eventualmente por se ter tornado normal umas mensagens em japonês.



O aparecimento de mensagens publicitárias em chinês é um sinal claro do maior protagonismo que a China vem assumindo na cena mundial.


 Para evitar sentir-me analfabeto em Portugal, repetindo a experiência que já tivera ao observar ideogramas nas visitas a Macau e à China, pensei em traduzir o conjunto de ideogramas mostrado acima mas antes fui à procura dos sinais que tinha visto ao pé do museu da Rainha Sofia, para ilustrar este post, visto que desta vez não tinha usado o telemóvel para fixar esses sinais.


O Google torna tudo mais fácil mas não torna tudo fácil, neste caso não consegui encontrar uma palavra portuguesa que descrevesse o sinal e muito menos uma espanhola.

Sinalética não me levou a lado nenhum e no site do museu Rainha Sofia tinham assuntos mais importantes para tratar do que as placas sinalizadoras ao pé da entrada.



Lembrei-me então do GoogleMaps e da “street view”, tendo obtido esta imagem aqui à direita, infelizmente sem discriminação suficiente para se conseguir ler o que se vê no sinal.


Usei então a imagem do sinal para procurar outras imagens através do Google Images mas esta não era suficientemente expressiva e continuava (como ainda continuo) sem saber que nome dar a este objecto.

Lembrei-me então de reduzir a imagem omitindo o pilar, como se vê à direita e desta vez tive mais sucesso localizando a imagem que vem a seguir e que encontrei aqui





Fui depois verificar no tradutor do Google como se diria “Prado Museum” em Chinês e deu-me esta sequência de caracteres: “普拉多博物馆”, enquanto a tradução para japonês deu esta “プラド美術館”, revelando que afinal, o que eu pensara ser chinês era japonês, restando apenas a pequena consolação que a sequência de ideogramas chineses tem um grafismo mais complexo do que o japonês, conforme eu pensava, bem como a confirmação da importância do turismo japonês em Espanha.

Regressando então ao projecto de compreensão da mensagem que mostrei acima e que volto a mostrar aqui


É fácil constatar no google tradutor que os 3 primeiros ideogramas correspondem a “Portugal”.

Os nomes dos países em chinês são normalmente constituídos por ideogramas associados a sons cujo conjunto forma um som parecido ao do nome do país. No caso de Portugal os sons são pu-tao-ya. O 4º e 5º caracteres significam “o maior” ou “largest”. O 6º significa “tempo”, enquanto os 7º e 8º significam “relógios”. A tradução de “cadeia de lojas" deu imediatamente a sequência dos 9º, 10º e 11º ideogramas, faltando apenas o significado dos 3 últimos caracteres, que mostro a seguir

e que deram algum trabalho, como verão.

Não se conhecendo o som associado ao carácter, desconhecendo portanto a transcrição fonética pin yin, não se consegue obter o carácter nos programas que existem para produzir ideogramas a partir do pin yin.

Resta assim o uso de programas de reconhecimento de caracteres, “optical caracter recognition”, naturalmente específicos para o chinês pois um programa para reconhecer caracteres do alfabeto latino não será aqui de grande utilidade.

Descobri um programa aqui que possibilita o reconhecimento de caracteres desenhados com o rato e foi usando este programa que reconheci o 1º desta série de 3 e que vi no google significar “feliz” ou “happy”

O uso do rato faz sempre os traços parecerem muito infantis mas neste caso é provável que o aspecto infantil não se deva apenas ao uso do rato mas também à absoluta falta de prática da caligrafia chinesa. Gostei muito de fazer os traços que mostro a seguir:


constatando com alegria que o ideograma correcto é a primeira sugestão do programa.


Não tive sucesso na identificação do 2º carácter mas o terceiro foi identificado na 2ª sugestão, marcada a amarelo:


O Google tradutor disse que este carácter queria dizer “você”

Para o 2º recorri  a este programa de reconhecimento de caracteres que recebe como input ficheiros .jpg.

Trata-se do carácter “迎” que significa “boas-vindas”

Temos assim que literalmente o conjunto de 3 caracteres significa “feliz boas-vindas a você” ou “happy welcome you”. Eu diria que o “feliz” é aqui um elemento de realce ou para enfatizar as boas-vindas que além de boas deverão também ser felizes, talvez em português se pudesse dizer “Muito boas-vindas”, desconheço como se poderia realçar o “welcome” inglês. Notar que o 3º ideograma refere “você” pelo que em inglês a frase do cartaz está incompleta, deveria ser “Portugal’s largest watch chain welcomes you”, enquanto em português poderia ser “A maior cadeia de relojoarias de Portugal dá-lhe as boas-vindas”.

Na imagem a seguir mostro o resumo gráfico deste esforços de tradução



Um dia ainda vou perguntar a um chinês se estas minhas conjecturas estão correctas.

Entretanto vai-se constatando a esmerada educação chinesa. Enquanto para os lusófonos e anglófonos a Boutique dos Relógios se limita a dizer no cartaz que são os maiores em Portugal, quando se exprime em chinês diz além disso que deseja as boas-vindas!

2013-06-02

Ball of Whacks


Começo por mostrar um conjunto de 30 pirâmides, em que a base é um losango, que alinhei com a ajuda duma régua


Estas pirâmides têm a particularidade de estarem magnetizadas pelo que se podem juntar com facilidade em muitas configurações. Na imagem seguinte mostro 10 conjuntos de 3 pirâmides cada um


Quando os vértices das 30 pirâmides coexistem no mesmo ponto obtemos o objecto que dá o título a este post, uma "Ball of Whacks"


O local geométrico dos vértices de todas as pirãmides é precisamente o centro desta bola. Não encontrei uma tradução satisfatória para "Ball of Whacks", "whack" é uma onomatopeia que significa "batida seca", "golpe" e as pirâmides ao serem atraídas umas pelas outras e ao juntarem-se fazem um ruído seco que é o tal "whack"


Tomei conhecimento deste gadget na loja do MoMA, estou a ganhar um interesse crescente pelas lojas dos museus e a do MoMA é das melhores, mas naturalmente que é fácil adquirir isto na internet. Os meus netos são grandes apreciadores deste objecto.

É fácil fazer variações da bola, transformando-a por exemplo numa estrela com uma simetria ternária


ou com uma simetria pentagonal


Foi baseado nesta forma que a artista canadiana Kristi Malakoff fez o poliedro que mostro a seguir e que está também aqui


O gadget vem com um livrinho com muitas sugestões e foi nele que descobri esta organização tão original:


Este vermelho sobre branco recormou-me estas duas rosas vermelhas e um filminho com um canguru de corda que dá saltos mortais, de posts antigos deste blogue.