2012-11-23

Mosaicos Bizantinos



Ao continuar a falar de Mosaicos Bizantinos sinto-me na obrigação de avisar o leitor que, à semelhança do Gotlib da Rubrique-à-Brac, estou a partilhar com ele a minha ignorância, pois sobre este tema que acho tão interessante não tenho qualquer formação académica.

Enquanto os mosaicos contemporâneos de Kotsonis, quer com motivos clássicos quer com motivos modernos, me parecem ter evoluído no sentido de uma maior simplicidade, quer na maior regularidade da colocação das pedras quer na renúncia a uma representação muito detalhada do motivo da obra, talvez porque se sabe que para uma cópia mais exacta já temos a fotografia, numa direcção semelhante à seguida, por exemplo, pela Maluda, como refiro neste post, houve entre o século VI em que foram construídos os arcanjos que mostrei aqui e este São Nicolau que encontrei no terraço sobre a porta da entrada da Basílica de São Marcos em Veneza e fotografei com uma máquina digital



um enriquecimento dos detalhes, no sentido de tornar a representação mais parecida com a realidade. A importância das variações de cor estão bem patentes no detalhe deste mesmo mosaico, resultante duma digitalização dum slide que tinha tirado anteriormente há muitos anos no mesmo local:




Para verificar o que acabo de dizer fiz uma operação num programa processador de imagens que consiste em reduzir o número de cores de uma imagem a apenas 16. Mostro a imagem da Virgem Maria de Kotsonis antes e depois da redução a 16 cores


onde se constata ter pouco impacto a redução do numero de cores, enquanto que esse impacto é muito maior na imagem da cabeça de S.Nicolau que mostro a seguir:



Os contactos frequentes e intensos entre Veneza e o império Bizantino mantiveram e desenvolveram esta arte do mosaico em Veneza, com a vantagem de não terem sofrido os dois períodos de destruição iconoclasta. É também por isso que o interior da Basílica de São Marcos é um autêntico deslumbramento mas isso será objecto de um próximo post.

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