Neste período de 4 semanas seguidas de férias que tenho gosto em manter, mas que me parece um hábito cada vez mais raro entre as pessoas que conheço, abstive-me de publicar posts passando a minha audiência a ser muito maioritariamente constituída por internautas do Brasil. Uma parte substancial dos visitantes deste blog aparece através da busca de imagens do Google, o que parece bastante adequado para um blog composto por tantas imagens. Esta audiência é pouco sensível aos novos posts pelo que noto um aumento da proporção de leitores brasileiros face aos portugueses sempre que passo algum tempo sem publicar posts.
Não sei se para ser gentil com os leitores brasileiros, se para contrariar ou se para fornecer a excepção que confirma a regra, estou utilizando como título deste post um gerúndio, tempo verbal que os brasileiros dizem que os portugueses não usam.
Recortando o céu ou recortando-se no céu, ou contra o céu, foi como me apeteceu fotografar esta taça de vidro vermelho com tampa, que costumo rever em período de férias numa casa de pessoas da família.
Acho que estes vidros não são muito valiosos e eram comuns nas casas das avós da minha geração, mas acho graça a todos aqueles bicos que além de criarem uma textura evitam escorregamentos na mão. Desconheço o nome do criador deste padrão e não tive esperança de conseguir encontrar facilmente esta informação na internet. Julgo que a autoria dos desenhos de objectos mais recentes já estará aí melhor documentada.
Recortar-se contra o céu com vista de baixo para cima dá importância óbvia (talvez demasiada...) ao objecto em questão mas tem a vantagem da apresentação ficar muito focada pois não há competição de outros objectos ou texturas.
Talvez por ter ensaiado esta fotografia da taça de vidro, chamou-me a atenção a imagem desta torre de campanário de uma igreja de Dubrovnik numa luz de fim de tarde.
Na altura achei interessante a cobertura de pedra, a solidão da torre e a circunstância de parecer que emergia do pinheiro.
Só mais tarde reparei na presença do pára-raios cuja existência nas torres das igrejas me faz sempre pensar naquela parte da escritura que diz qualquer coisa do género que nem um só cabelo cai da nossa cabeça sem o assentimento divino. Essa crença na intervenção assídua da divindade nos assuntos terrenos é incompatível com a presença de pára-raios no topo de edifícios cuja função é louvar a Deus.
A grande altura das torres dos sinos destina-se a tornar visível até mais longe a presença do templo e a aumentar o alcance do som dos sinos, sendo irónico que essa característica, cuja função é fazer chegar mais longe a mensagem divina, torne mais provável que a torre seja atingida por um raio.
Pode-se dizer que os pára-raios nas igrejas são o triunfo do pensamento que é céptico em relação a uma intervenção divina frequente nas leis da física.
Ainda recortando o céu deixo para finalizar esta imagem de uma buganvília que cresce na Portela de Sacavém sem qualquer apoio.
Eu julgava que esta planta precisava sempre de suporte mas tal não é o caso. Na ausência de apoio a planta aguenta-se sozinha.
2008-08-31
Tiras breves
Neste regresso de férias queria congratular-me com o regresso da Vida Breve à actividade e agradecer ao Luís M.Jorge a simpática referência a este blogue.
Além de apreciar grande parte dos textos e das referências que esse blogue nos proporciona, gosto dos "banners" que ultimamente têm mudado com bastante frequência.
Esta tira foi uma das que apareceu e que entretanto guardei no meu PC:
Influenciado pelo formato, há uns tempos compuz uma tira, a partir de uma foto de uma oliveira em flor, que se apresenta mais como uma textura do que como uma imagem:
Aqui deixo estas minhas duas últimas imagens para eventuais interessados.
Além de apreciar grande parte dos textos e das referências que esse blogue nos proporciona, gosto dos "banners" que ultimamente têm mudado com bastante frequência.
Esta tira foi uma das que apareceu e que entretanto guardei no meu PC:
Influenciado pelo formato, há uns tempos compuz uma tira, a partir de uma foto de uma oliveira em flor, que se apresenta mais como uma textura do que como uma imagem:
Nestas férias fiz o mesmo a uma falésia no Algarve, obtendo este small canyon:
Aqui deixo estas minhas duas últimas imagens para eventuais interessados.
2008-08-01
Férias
Esta imagem de chapéus de sol na Praia da Rocha, tirada em Setembro de 1974, desperta-me nostalgia.
Podem reparar que as cadeiras de encosto usam ripas de madeira e ainda se viam na praia cadeiras com entrançado de palha.
Gosto muito do brilho nacarado (ou acetinado) da luz sobre os chapéus de sol. Foi sorte cada qual ter a sua cor, vermelho, azul, verde e amarelo.
Pelo aparecimento dos reflexos do Sol sobre a água lá ao longe, ao pé do horizonte, talvez fossem 3 da tarde.
Ainda não se sabia que o Sol fazia tanto mal nesta hora do dia. Uma pessoa dava um mergulhinho e sentava-se toda molhada a secar, com a pele perigosamente coberta de gotas de água, até ficar quase seca.
Não estou completamento satisfeito com o tom da foto, que me parece excessivamente azul, talvez depois ainda lhe dê um retoque.
Vou a banhos e este blogue fica também em férias. Para quem estiver com mais calor volto a deixar aqui a foto do Mar de Creta com que este blogue começou.
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