Os Estados Unidos da América do Norte dão uma sensação de terem entrado em declínio, elegeram para presidentes George W. Bush e, passado 8 anos, Donald Trump.
Quando foi eleito G.W.Bush pensei que os EUA se podiam dar ao luxo de escolher um homem sem qualidades para seu presidente pois as instituições eram suficientemente fortes para funcionarem bem qualquer que fosse o homem escolhido para o cargo.
Constatei depois que me enganei, G.W.Bush e a sua equipa arrastaram o país para a guerra do Iraque, mentindo sobre a existência de armas de destruição maciça, causando uma quantidade enorme de mortes de iraquianos que continuam ainda hoje a ocorrer com frequência.
Com Donald Trump a evolução será provavelmente pior. É estranho que tanta gente aprecie uma pessoa que se notabilizou num programa de TV cujo momento alto é o despedimento de um dos concorrentes cujo objectivo era trabalhar nas empresas Trump! Será que os espectadores se sentem vingados por em tempos terem sido despedidos?
Lembro-me que há muitos anos o Pedro Ferraz da Costa disse na TV que não se daria por satisfeito enquanto não pudesse despedir um funcionário da sua empresa sem ter que dar qualquer justificação. Esse parece ser um dos valores da sociedade americana, muito apreciado pelos eleitores do actual presidente. Felizmente em Portugal ainda é mais difícil despedir um trabalhador do que fazer um despedimento colectivo e surpreende-me de cada vez que alguém apresenta esta situação como absurda. O despedimento sem justa causa dá um poder excessivo à entidade patronal contribuindo para a arbitrariedade e fomentando a submissão em vez duma participação activa na empresa. O despedimento colectivo pode resultar de factores externos à empresa que não foi possível prever e pode ser a única forma de salvar alguns postos de trabalho.
Dum homem que tem um momento de glória ao afirmar o seu poder sobre os trabalhadores das suas empresas despedindo-os será de esperar muitas decisões erradas.
A primeira com algum impacto económico será esta muralha inútil entre o México e os EUA para a qual assinou uma “executive order”. A longo prazo a NAFTA (North American Free Trade Association) seria um passo adequado para, ao desenvolver os 3 países da América do Norte, reduzir a emigração do México para os EUA, aproximando o saldo migratório de um valor nulo. No curto prazo poder-se-iam erguer mais algumas barreiras para evitar passagens de fronteira excessivamente fáceis. Mas um muro ao longo de milhares de quilómetros parece um enorme desperdício de esforço e dinheiro. Os muros poderão ser eficazes em zonas densamente povoadas, dando algum tempo para a intervenção de forças militares ou policiais. Em zonas desabitadas e remotas, o tempo necessário para as forças de segurança intervirem no local é mais do que suficiente para qualquer candidato a emigrante passar o muro.
Atendendo a que a Grande Muralha da China é actualmente uma grande atracção turística, talvez a ideia de Donald Trump seja fazer uma cadeia de hotéis Trump ao longo do muro com o México, para serem visitados pelos seus eleitores, embevecidos com o lindo muro costruído pelo seu presidente.
Talvez nalgumas secções possam usar a grande muralha da China como inspiração. Deixo aqui uma imagem da mesma.