2013-05-30

Mais árvores dos Olivais Sul



Há poucos dias, a caminho dum café do bairro dos Olivaiis Sul, achei graça à coincidência do fim do cipreste que se vê na foto ao lado com a configuração da nuvem por trás e tirei uma foto com o telemóvel.

A lente do telemóvel é uma grande angular pelo que é frequente ficarem coisas a mais nas fotografias, sendo necessário reenquadrar as fotos para ficarem mais apresentáveis.

Fiz assim uma primeira tentativa em que retirei, além do candeeiro e do prédio no cantinho da imagem, uma boa parte da base porque apareciam uns fios metálicos indesejáveis.


Ficou assim:



depois cortei um bocado dos lados para um zoom maior e um desenvolvimento mais vertical, passando para 640 pixéis de largura



Entretanto lembrei-e dumas árvores sobre fundo de nuvens que já mostrara aqui.


2013-05-26

Jardim à Beira-Mar (5 e fim)


Chamou-me a atenção a planta erecta que está quase no alinhamento do que parece um leito seco de uma ribeira,



mostrando-a com maior detalhe na imagem seguinte




se algum leitor souber o nome, agradeço a informação.

Este jardim à beira-mar não me parece ter sido plantado, o que o torna verdadeiramente sustentável. não é preciso trabalho humano para o manter.

Esta ribeira revela um caminho da água, é natural que os jardns selvagens sejam atravessados, umas vezes por água outras vezes por animais. Na imagem seguinte vejo um carreiro provavelmente feito por seres humanos, passeantes ou pescadores do mar que se vê ao fundo.



Se alguém solicitar uma imagem destes posts sobre o jardim à beira-mar com maior definição poderei substituir as actuais que, na maior parte dos casos, têm apenas 800 pixels de largura.

2013-05-22

Jardim à Beira-Mar (4)


Os leitores mais regulares deste blog poderão começar a estar fartos desta linda vegetação selvagem à beira-mar, mas cansei-me temporariamente das palavras e estou a gozar o silêncio




destas plantas resistentes à brisa do mar



e ao Sol forte dum céu sem nuvens



2013-05-20

Jardim à Beira-Mar (3)


Olhando para a foto constata-se que é outra perspectiva da zona já mostrada no post anterior, agora vendo-se o mar. Faz-me impressão a espuma branca que persiste depois das ondas terem rebentado há muito tempo, julgo tratar-se de poluição, mas era o que havia




continuando a mostrar a mesma foto mas reduzindo a zona enquadrada para a mostrar com mais detalhe


2013-05-18

Jardim à Beira-Mar (2)


Continuando o post anterior, mais dois enquadramentos duma mesma foto, primeiro a versão mais completa



seguido de um maior detalhe


2013-05-17

Jardim à Beira-Mar


Há umas 3 semanas passei pela estrada que vai de Cascais para  o Guincho e deparei-me com este autêntico jardim à Beira-Mar, que nem foi preciso plantar




e que mostro a seguir, um pouco mais ampliado


2013-05-12

Os Maravilhosos Produtos Naturais



Já em tempos falei sobre a distinção artificial entre produtos naturais e produtos feitos pelo homem. Para evitar repetir-me neste blogue faço às vezes nele uma busca por uma palavra que me parece mais relevante. Antes de escrever este post fiz uma busca através da caixa localizada no canto superior esquerdo do blogue onde coloquei a palavra “Natureza”. Constatei que já quase não precisava de escrever nada.

Por isso limito-me a dizer agora que quando me falam na bondade dos produtos naturais penso sempre nos cogumelos venenosos, ainda por cima selvagens, portanto alegadamente bons a dobrar por serem “naturais” e “selvagens”. Não faço ideia se estes cogumelos, que fotografei em Jan/2011 nos Olivais Sul numa época bastante húmida que proporcionou boas condições quer aos cogumelos quer ao musgo e às outras plantas da foto, serão comestíveis, não experimentei nem experimentarei antes de realizar um curso sobre o tema, o que me parece pouco provável. Mas gosto de os ver de vez em quando e aprecio a velocidade com que crescem, fazendo jus ao ditado “crescem como cogumelos”:




Tenho visto cogumelos parecidos aos da figura a cima com frequência, embora estas parecenças possam ser perigosas. Recentemente (meados de Abril, estava a acabar o tempo húmido que durou tanto) vi ao pé da minha casa nos Olivais uma cena diferente da habitual:




tão diferente que fui buscar a máquina fotográfica para os fotografar em conjunto e depois mais ao pé




e em grande plano para finalizar



Entretanto estes cogumelos já desapareceram , tão depressa como tinham chegado. Serão alucinogénicos?

2013-05-08

Um Equilíbrio Muito Delicado ou a Importância das Pequenas Coisas


Cheguei a este espectáculo lindíssimo através do 2 Dedos de Conversa.

Também repito o conselho de lá: quem não tiver os 7 minutos e 15 segundos para ver tudo que veja um bocado do princípio, depois o meio e não perca o fim.


Miyoko Shida é uma bailarina japonesa, tem o CV aqui, um site aqui e este espectáculo chama-se "Sanddorn Balance".

P.S. Aqui tem outra versão da mesma performance, com enquadramentos mais próximos e também muito boa.

2013-05-07

Primavera de 2013 e Mau Governo



Continuo a considerar mau o actual governo de Portugal, sobretudo a sua figura principal o nosso ministro das finanças, o senhor Wolfgang Schaüble, que vive na Alemanha e que fez alguma delegação de competências no seu assistente Vítor Gaspar.

Achei interessante a imagem do Pedro Marques Lopes, quando diz numa crónica recente no DN que «...Ninguém tem a mínima confiança em Passos Coelho. O primeiro-ministro pode anunciar que à noite se seguirá o dia, que ninguém acredita....» e actualmente tento não ouvir o primeiro-ministro em directo, limitando-me a ler os resumos noticiosos posteriores, pois ele já me mentiu tantas vezes que a sua presença me é desagradável.

Também considerei que não valeria a pena ouvir o Sr.Schaüble ou os seus assistentes sobre o que pensavam fazer face ao que vai acontecendo porque ele já disse que, aconteça o que acontecer, é preciso manter o rumo. Trata-se portanto de um sistema de controlo desprovido de retroacção. Em domínios não económicos, por exemplo nos automóveis, as sociedades não aceitam sistemas deste tipo mas em domínios da economia parece que qualquer tipo de sistema de controlo é válido, desde que se vá mantendo o poder e a fé.

Continuo a considerar que este é o governo que mais tem mentido aos Portugueses. A última mentira é chamar “despedimento por mútuo acordo” a um despedimento obtido sob a ameaça de reduzir o vencimento de forma substancial durante 18 meses e depois deixar de pagar o que quer que seja. Um “acordo” obtido sob este tipo de ameaça não é mútuo acordo. Não consigo confiar em pessoas que chamam mútuo acordo a um “acordo” obtido nestas condições.

Considero que se há necessidade de poupar na despesa pública na parte das despesas de pessoal se deveria suspender o pagamento de horas extraordinárias movimentando o pessoal doutros serviços onde houvesse menor ocupação caso necessário. E no caso de haver falta de trabalho num departamento dever-se-ia reduzir o horário de trabalho dos trabalhadores menos necessários, com redução proporcional do salário mensal. Dessa forma partilhar-se-ia um recurso actualmente escasso que é o trabalho, em vez de o reservar para uns deixando os outros no desemprego.

Entretanto o ministro Aguiar Branco disse que o Governo estava coeso. Não se fazem afirmações deste tipo sobre um governo que esteja coeso, talvez o governo se desagregue e surja alguma oportunidade de mudança.

Enquanto tal não acontece vou mostrando mais umas imagens, desta vez dos prados dos Olivais Sul, repetindo os malmequeres mas agora fotografados com uma máquina fotográfica em vez do telemóvel.



os seguintes, como são menos numerosos talvez se chamem bem-me-queres



seguido deste detalhe dum prado com florinhas lilases



e outro com florinhas amarelas.

2013-05-01

Masterpiece


Há pouco tempo em Hamburgo nesta livraria/galeria de arte Felix Jud, na Neuer Wall 13, 20354 Hamburg, ao pé da Câmara Municipal



reparei no quadro ali ao fundo que mostro melhor a seguir



Engracei com o quadro, pedi autorização à pessoa da loja para o fotografar e perguntei o nome do autor. A pessoa disse-me que o autor se chamava Hein e que o modelo era uma senhora americana, tendo o quadro poucos anos. Não levei máquina fotográfica desta vez pelo que tive que usar o telemóvel. Das 3 ou 4 fotos que tirei seleccionei uma em que depois pintei o corrimão com o preto do quadro, usando um programa simples de retoque de imagens digitais.

Obtive assim esta imagem, que é pouco satisfatória mas que foi o melhor que consegui a partir das fotos do telemóvel.


Julgo que o fundo preto é bastante uniforme no original mas o quadro estava a ser iluminado por cima, donde a diferença que se nota na intensidade da cor preta.


O que vemos é o resultado de um processamento intenso do nosso cérebro e neste caso parece-me adivinhar um vestido preto que olhando com atenção constato que não está lá. No entanto, o pequeno decote e os ombros cobertos sobre os quais caem os cabelos são uma sugestão suficiente para me parecer que estou a ver alguma coisa.



Gosto desta representação minimalista, relativamente original mas que foi usada por pintores flamengos, geograficamente próximos de Hamburgo, naquelas noites compridas de Inverno em que ficavam à luz das velas e, no meio dum negro de breu, só tinham que pintar meia-dúzia de pequenos motivos que a fraca luz das velas tornava visíveis, como neste auto-retrato de Rembrandt aqui ao lado.


 Fiquei a pensar porque seria que a imagem desta mulher me parece contemporânea, digamos depois dos anos 70 do século XX. A ausência de chapéu, ou de qualquer véu a cobrir a cabeça será uma indicação, a simplicidade aparente do penteado será outra. Sugeriram-me que a ausência de jóias num retrato formal para a posteridade seria ainda outro indício e cheguei a ir rever este 500 Years of Female Portraits in Western Art



mas não consegui chegar a uma conclusão inteiramente satisfatória sobre a essência do aspecto contemporâneo. E se o essencial são os cabelos soltos e lisos pergunto-me porque não se lembraram de os usar assim há uns séculos atrás. Talvez porque não existiam shampôs com a qualidade suficiente, a contemporaneidade afinal baseia-se na química dos shampôs.

Entretanto a pintura apenas do rosto e das mãos fez-me lembrar um pequeno livro para turistas sobre a deslumbrante biblioteca Piccolomini, na catedral de  Siena em Itália, em que aprendi, relativamente ao contrato das pinturas dessa sala, que “a totalidade dos rostos teria que ser executada por Pintoricchio, uma vez que era comum as partes de menor responsabilidade, serem executadas por aprendizes que trabalhavam para o pintor principal” conforme referi no post sobre a biblioteca atrás linkado.

Agora digitalizei a capa do pequeno livro para turistas e coloquei-a aqui



podendo-se constatar que nenhuma das caras tem um arranjo dos nossos tempos. Trata-se do encontro do imperador do Sacro Império Romano-Germânico Frederico III com a princesa Leonor de Portugal (filha do rei D.Duarte e de Leonor de Aragão).

O dote da princesa foi substancial, levando alguma liquidez ao tesouro exaurido do imperador alemão, se calhar estava a ficar sem fundos para alimentar o seu funcionalismo público, acontece a toda a gente, o casamento foi em 1452, um ano antes da queda de Constantinopla.

Mas voltando ao tema dos rostos e do seu contexto nos retratos lembrei-me ainda deste quadro de Velazquez, exibido no Museu do Prado em Madrid, a cujo sítio da internet fui buscar a imagem que mostro a seguir



Por qualquer motivo eu estava convencido que o manto imenso era usado pelo rei Filipe IV de Espanha mas afinal era usado pela esposa, a rainha Doña Isabel de Borbón. Constatei que enquanto nos retratos equestres dos reis espanhóis desta época os cavalos se apresentavam com toda a sua anatomia, nos retratos equestres das rainhas a natureza animal do cavalo é atenuada através de mantos imensos.

Na ficha deste quadro no sítio do museu conjectura-se que provavelmente o trabalho de Velazquez se limitou à cabeça da rainha e à do cavalo, tudo o resto terá sido feito por ajudantes do seu atelier. Acho o manto enorme bastante monótono e parece-me muito pouco funcional. Deveria ser para mostrar o poder real através da grande extensão dum tecido certamente muito caro. A rainha tinha que suportar um peso imenso, era por assim dizer o castigo da vaidade.

Quando cheguei a casa fui à procura na net de Hein, colocando no Google Imagens a imagem do quadro que mostrei em cima. Apareceu-me logo este site de Jochen Hein, com imagens que me agradaram e de onde tirei esta versão mais exacta do detalhe da obra com que iniciei este post, que se chama “Tanja”, tendo sido pintado em 2006



Não havendo dúvidas que tudo isto foi obra do mestre pintor, um colega disse-me com presença de espírito não haver tão pouco dúvidas que se tratava de uma “Masterpiece”.