Tenho uma pasta chamada “ainda_nao” com imagens para publicar no blogue, à espera de um encadeado de associações de ideias que torne a sua exibição oportuna. Às vezes ficam lá uma data de tempo à espera e foi o caso desta, que me fartei de ver nessa pasta. Como me cansei de esperar por um pretexto para a mostrar, sai mesmo assim
Em Abril de 2006 fui numa excursão ao Egipto e no fim fiquei mais um ou dois dias na cidade do Cairo, para ver o ambiente com calma.
No meio das deambulações, numa zona central da cidade, fotografei esta mulher com uma criança “às cavalitas”, numa variante que me pareceu melhor do que a técnica mais habitual em Portugal, em que a criança fica com cada perna em cima de cada ombro.
Nesta variante a criança não tem que ter as pernas tão abertas, parecendo-me que fica numa situação mais confortável do que no nosso caso. Por outro lado, quem leva a criança fica com uma mão livre, sem perda de segurança para a criança, que é segura pela perna que fica em frente do peito. Este não foi um caso único, a maior parte das crianças, quando ia às cavalitas, era desta forma, agarrando-se com naturalidade à cabeça de quem as levava.
Mas a foto mostra mais uma data de coisas para quem tenha vagar para olhar por elas. Das mais óbvias é a presença da electrónica japonesa, com destaque para a marca TOSHIBA, tão conhecida também em Portugal. É curioso que neste país árabe, com uma presença importante da escrita com caracteres árabes, a entrada da Toshiba se faça com o apoio dos caracteres latinos em vez de passar directamente dos caracteres japoneses para os árabes.
É curiosa também a diversidade dos trajes dos homens em que a túnica clássica azul clara do egípcio sentado coexiste com o homem de casaco e colarinho aberto e outro mesmo de fato e gravata. O rapazinho sentado no chão é quem me observa e tem umas sandálias que parecem boas para fazer corridas.
Embora os prédios tenham muitas vezes esta “cor de burro quando foge” uma das lojas (parede por trás do miúdo) tem acabamento em pedra mármore, podia acontecer em Portugal.
Nota-se também a presença de lâmpadas economizadoras, um sinal da globalização, estas lâmpadas aparecem por toda a parte.