Começo por mostrar um candeeiro que me surpreendeu pelas suas linhas elegantes no hotel Raintree em Chennai. Os 4 pontos luminosos reflectidos pela mesa
dão a pista de que se deve tratar de um candeeiro com LEDs (Light Emitting Diodes), uma tecnologia com décadas mas que só recentemente conseguiu produzir LEDs com cor azul e finalmente em 1993 LEDs emitindo luz branca. Estas invenções foram feitas por Shuji Nakamura, enquanto trabalhava no Japão para a Nichia Corporation mostrando, se ainda fosse preciso, que os japoneses não se limitam a copiar os ocidentais.
Quando estava a olhar para a fotografia reparei numas letras na base do candeeiro que a imagem aqui ao lado mostra ser “Koncept”. Uma busca no Google localizou logo o fabricante especialista em iluminação baseada em LEDs neste sítio. Trata-se de uma firma americana, fundada em 2002, com vários prémios de design. O candeeiro em questão é o modelo “i-Bar Mini", acessível aqui.
Confesso que numa viagem à Índia não costumo esperar contacto com novidades tecnológicas e/ou de design inovador mas constato que desta vez tomei contacto na Índia com um produto de design moderno e atraente concebido por uma empresa americana que usou uma tecnologia desenvolvida no Japão.
Na mesa de cabeceira tinha, além da Bíblia habitual da tradição protestante, um exemplar do Bhagavad-gita,
um texto clássico da Índia, que os ocidentais datam entre 200AC e 200DC. O texto descreve um diálogo de Krishna com o príncipe Arjuna, assaltado por dúvidas sobre se deveria travar uma batalha.
Segundo a Wikipédia o texto era, entre muitos indianos, apreciado pelo Mahatma Gandi e por Sri Aurobindo e também por ocidentais como Robert Oppenheimer e Albert Einstein, estes dois últimos possivelmente preocupados sobre a validade moral do seu envolvimento no fabrico da bomba atómica.
A propósito do nome do hotel “Raintree” vi, passados alguns dias, esta árvore portentosa em Cochim
Não resisti a fotografar a magnífica copa da árvore que criava uma sombra generosamente protectora em conjunto com outras da mesma espécie.
Um indiano disse-me que era uma “Raintree” e que fora trazido pelos Portugueses do Brasil para aqui. Na Wikipédia encontrei esta entrada sobre a Albizia Saman que parece corroborar esta informação. É possível que no Brasil a chamem “árvore-da-chuva” ou “chorona”. Em Portugal não lhe devem chamar nada por ser inexistente aqui ou muito rara.
Mais uma coisa que existe apenas fora da Europa.