O Luís M. Jorge de “A Vida Breve”, que tem analisado bem a nossa realidade política, tem andado bastante satisfeito com a sua capacidade de previsão dos resultados das Eleições Legislativas de Setembro/2009.
Para ilustrar essa clarividência, cujo original já tinha mostrado aqui, fiz umas alterações bastante toscas a esse quadro famoso de Magritte, que mostro a seguir:
2009-09-30
Mobilidade em Pequim
Face aos enormes problemas de poluição em Pequim, as autoridades decidiram proibir os motores a dois tempos, fontes de poluição sonora e atmosférica. As bicicletas a pedais deixaram de ser o meio de transporte mais frequente, vendo-se actualmente com frequência veículos de duas e três rodas com motorização eléctrica. É notável a ausência de ruído deste tipo de veículos. Neste aspecto específico Pequim adiantou-se a muitas outras cidades. Vêm-me à memória as vespas das cidades italianas, indispensáveis nos centros históricos de ruas estreitas, que muito ganhariam com a electrificação desses veículos.
Nesta imagem vê-se um motociclo, com pedais auxiliares, como numa motorizada Honda que tive há muito tempo
seguida doutra que mostra uma bicicleta (da Pizza Hut...) com a bateria e talvez alguma electrónica de controlo nuns objectos de forma prismática por baixo do assento
e ainda outra apenas com o receptáculo para colocar a bateria que estaria a carregar ou a bom recato:
A rede de metropolitano de Pequim pareceu-me pequena para os vinte milhões de habitantes da cidade. Como os chineses se estão a motorizar a grande velocidade, já têm os engarrafamentos característicos dessa motorização, como imagem a seguir.
Existe racionamento de circulação baseado nos números das matrículas. Às 2ªs não circulam as matrículas terminadas em x, às 3ªs em y, etc.
Nesta imagem vê-se um motociclo, com pedais auxiliares, como numa motorizada Honda que tive há muito tempo
seguida doutra que mostra uma bicicleta (da Pizza Hut...) com a bateria e talvez alguma electrónica de controlo nuns objectos de forma prismática por baixo do assento
e ainda outra apenas com o receptáculo para colocar a bateria que estaria a carregar ou a bom recato:
A rede de metropolitano de Pequim pareceu-me pequena para os vinte milhões de habitantes da cidade. Como os chineses se estão a motorizar a grande velocidade, já têm os engarrafamentos característicos dessa motorização, como imagem a seguir.
Existe racionamento de circulação baseado nos números das matrículas. Às 2ªs não circulam as matrículas terminadas em x, às 3ªs em y, etc.
2009-09-26
Torre do Céu
Tinha estado em Macau, Hong-Kong e Cantão em 1990 e 1993 e na altura pareceu-me que estava noutro planeta. Sendo apreciador dos jardins chineses, não me tinha apercebido da escala que podiam assumir nem do rigor geométrico que caracteriza alguns deles.
No regresso de Pequim fui ao Google, revisitar os sítios por onde passei, e seleccionei esta vista aérea do enorme parque onde se situa a Torre do Céu (Temple of Heaven), com uma quantidade enorme de árvores colocadas numa matriz muito regular.
Havia muitos significados atribuídos ao número e disposição relativa dos elementos constitutivos do conjunto, o que me parece sempre potencialmente perigoso pois costuma ser possível encontrar uma coincidência pouco auspiciosa que faça cair em desgraça o arquitecto.
A torre serviu para os imperadores das dinastias Ming e Qing executarem os rituais para propiciar boas colheitas.
Nos tempos que correm estes rituais foram substituídos nalguns países por cerimónias muito mais complicadas, em que os candidatos a governantes tentam convencer os eleitores que eles são capazes de propiciar o que agora seria equivalente às boas colheitas dessa época.
Depois de tanto trabalho para nos vermos livres das arbitrariedades dos príncipes, reis e imperadores, é pena que tanta gente se abstenha de escolher senão o melhor, pelo menos o menos mau dos candidatos.
Talvez a animação desta campanha leve mais gente a votar nas eleições no próximo Domingo.
Além das duas vistas aéreas do Google deixo ainda uma imagem da Torre do Céu, outro dos cromos do álbum das Maravilhas do Mundo que ainda não tinha visitado.
Notem como os chineses ainda não esqueceram a origem da palavra "sombrinha" que em Portugal se usa quase exclusivamente para os objectos que nos protegem da chuva, quando o mesmo objecto nos pode também proteger do sol.
2009-09-23
Jetlag
Nos tempos em que a maioria da população dependia integralmente da agricultura e em que não havia electricidade, havia grande vantagem em aproveitar ao máximo a luz do dia e portanto em se levantar com o nascer-do-sol.
Nos tempos que correm essa vantagem desapareceu na maior parte dos casos, subsistindo como preferência anacrónica. Na realidade como é muito mais dispendioso, sob um ponto de vista energético, aquecer uma casa do que mantê-la iluminada, pode fazer sentido passar as horas da alvorada dentro dos cobertores saindo apenas quando o sol já aqueceu um bocado o ambiente. Este argumento será mais válido nos países em que o sol aquece mais o ambiente.
Actualmente em muitos casos é possível alguma flexibilidade no horário e como gosto de me deitar e levantar tarde é muito raro assistir ao nascer do sol.
Aproveito portanto as ocasiões raras em que regressei de um país a leste de Portugal para me levantar cedíssimo sem qualquer esforço.
Neste verão fui à China, com 7 horas de diferença em relação à hora de Lisboa, pelo que após o regresso foi muito fácil fotografar este nascer do sol sobre a ria do Arade, na Praia da Rocha.
2009-09-22
Céu Azul
Continuo a ter dificuldade em entender como os artistas têm lata para fazer quadros monocromáticos.
Mas as saudades do azul do céu levaram-me agora a tirar um bocadinho da imagem anterior e a apresentar um azul quase puro neste rectângulo que segue.
Fico bem disposto quando vejo o céu azul.
Mas as saudades do azul do céu levaram-me agora a tirar um bocadinho da imagem anterior e a apresentar um azul quase puro neste rectângulo que segue.
Fico bem disposto quando vejo o céu azul.
2009-09-21
Falésia
Gosto muito das falésias em tons amarelos e ocres do Algarve, conforme já referi noutro post. Mas sempre me inspiraram algum receio, pela fragilidade patente e aparente iminência da queda.
Soube com algum atraso das mortes provocadas pela queda de uma falésia na praia Maria Luísa mas fiquei algo surpreendido ou melhor desagradado com muito do que foi publicado depois da tragédia.
Por isso foi com alívio que li este texto em que senti que a minha opinião sobre este assunto estava muito bem acompanhada. O blogue Janelas tem publicado imagens de grande beleza, acompanhadas por textos muito interessantes.
Deixo aqui uma imagem de mais uma falésia frágil, nas proximidades da praia do Vau.
2009-09-19
Sueste
O Algarve divide-se em duas zonas, o Barlavento (de onde sopra o vento) e o Sotavento, para onde sopra o vento. Dado que o Barlavento se situa no Oeste algarvio isto quer dizer que o vento vem normalmente do quadrante Oeste, para ser mais exacto a direcção dominante na maior parte da costa Sul é o Sudoeste.
Este vento do Sudoeste costuma aparecer pelas onze horas da manhã e vai aumentando de intensidade até ao fim da tarde, levantando areia nas praias não abrigadas, trazendo noites frescas e arrefecendo a água do mar. Como é o vento mais frequente o seu nome não costuma ser invocado, as pessoas limitam-se a dizer que hoje está muito vento, não se pode estar na praia
Mas de vez em quando aparece o Sueste que costuma ser mais forte de manhã amainando ao longo do dia e trazendo a água quente que dá boa fama ao Algarve e por vezes algumas ondinhas. As noites de Sueste costumam não ter brisa, sendo muito agradáveis no Barlavento e talvez um pouco quentes demais no Sotavento. O ambiente muda tanto que as pessoas costumam ou costumavam dizer "está Sueste". Não me lembro de em Lisboa existirem expressões referindo a direcção do vento.
Na imagem ao lado mostro um pedaço de pano negro que içam no mastro da Fortaleza de Stª Catarina, na Praia da Rocha, para sinalizar aos navegantes que está Sueste, com alguma intensidade. Gosto deste sinal que perdura, neste tempo de rádios transistorizados, telemóveis e internet. É bom ver ainda algumas sinalizações reais, no meio de tanta virtualidade e alguma estabilidade, no meio de tanta mudança.
P.S. na costa oeste do Algarve e na costa sul até às proximidades de Lagos a direcção predominante é a Nortada, comum a toda a costa ocidental.
2009-09-18
Gráficos mentirosos
Uma vez li num livro ("The Visual display of Quantitative Information" de Edward R.Tufte) que muitos dos gráficos publicados nos jornais desrespeitavam de forma clamorosa os números que supostamente representavam.
Vi agora um exemplo no Diário de Notícias, coloquei a imagem em "background" num grafico duma folha Excel e mostro aqui o resultado: o PS e o PSD têm figuras proporcionadas às percentagens, o BE, o PCP e o CDS estão grosseiramente maiores do que os números.
Vi agora um exemplo no Diário de Notícias, coloquei a imagem em "background" num grafico duma folha Excel e mostro aqui o resultado: o PS e o PSD têm figuras proporcionadas às percentagens, o BE, o PCP e o CDS estão grosseiramente maiores do que os números.
2009-09-17
Mary Travers
Faleceu Mary Travers, a voz feminina do trio Peter Paul and Mary, de leucemia, tinha 72 anos.
No programa de rádio "Em Òrbita", diziam que havia sempre lugar para eles e passavam muitas vezes esta música, "Because All Men Are Brothers"(The Whole Wide World Around), que constatei agora ter sido composta por J.S.Bach:
Deixo ainda um link para o "Kisses Sweeter than Wine", interpretado em conjunto com Andy Williams.
No programa de rádio "Em Òrbita", diziam que havia sempre lugar para eles e passavam muitas vezes esta música, "Because All Men Are Brothers"(The Whole Wide World Around), que constatei agora ter sido composta por J.S.Bach:
Deixo ainda um link para o "Kisses Sweeter than Wine", interpretado em conjunto com Andy Williams.
2009-09-15
Nostalgia da Ria do Arade
Depois da imagem do último post antes de férias, que mostrava a margem de Ferragudo da Ria do Arade vista da Praia da Rocha, em Setembro de 1974, lembrei-me de voltar a fotografar o mesmo motivo neste Verão de 2009, indo repescar mais dois slides antigos, outro do Verão de 74 e outro do Verão de 75.
As imagens antigas resultaram da digitalização de slides tirados com uma Olympus OM-1 com uma objectiva de 50mm. Na Olympus digital com que tirei agora as fotos não sei exactamente qual a distância focal quando estou a tirar a foto mas vi depois nas "propriedades" dos f icheiros que foram 9, 10 e 11 mmm , o que corresponde a 43, 48 e 53 mm (para os rolos de 24 x 36mm) para as 3 fotos que tirei neste Verão.
Tentei usar o mesmo enquadramento das imagens antigas, fazendo uns cortes posteriores, dado que as relações altura/largura das máquinas são diferentes.
Já não sei se as cores dos slides são irreais, parecem-me muito melhores do que as que vi neste Verão, mas talvez os dias de 2009 não estivessem com a luz ideal.
Acho que a construção da marina de Portimão prejudicou as vistas que existiam anteriormente, embora não seja um fenómeno comparável ao caos urbanístico da Praia da Rocha. Por outro lado é impossível possibilitar o gozo de férias a mais gente sem construir algumas casas adicionais. Duvido contudo que fossem precisas tantas.
Ferragudo, no concelho de Lagoa, tem tido um desenvolvimento com um ritmo razoável, julgo que por mérito da câmara. Em Armação de Pêra, outra catástrofe urbanística do Algarve, os prédios feios, altos e desordenados começam exactamente a seguir à placa marcando o fim da jurisdição da câmara de Lagoa e o início da de Silves.
Para terminar deixo uma imagem grande actual do enquadramento do último post.
As imagens antigas resultaram da digitalização de slides tirados com uma Olympus OM-1 com uma objectiva de 50mm. Na Olympus digital com que tirei agora as fotos não sei exactamente qual a distância focal quando estou a tirar a foto mas vi depois nas "propriedades" dos f icheiros que foram 9, 10 e 11 mmm , o que corresponde a 43, 48 e 53 mm (para os rolos de 24 x 36mm) para as 3 fotos que tirei neste Verão.
Tentei usar o mesmo enquadramento das imagens antigas, fazendo uns cortes posteriores, dado que as relações altura/largura das máquinas são diferentes.
Já não sei se as cores dos slides são irreais, parecem-me muito melhores do que as que vi neste Verão, mas talvez os dias de 2009 não estivessem com a luz ideal.
Acho que a construção da marina de Portimão prejudicou as vistas que existiam anteriormente, embora não seja um fenómeno comparável ao caos urbanístico da Praia da Rocha. Por outro lado é impossível possibilitar o gozo de férias a mais gente sem construir algumas casas adicionais. Duvido contudo que fossem precisas tantas.
Ferragudo, no concelho de Lagoa, tem tido um desenvolvimento com um ritmo razoável, julgo que por mérito da câmara. Em Armação de Pêra, outra catástrofe urbanística do Algarve, os prédios feios, altos e desordenados começam exactamente a seguir à placa marcando o fim da jurisdição da câmara de Lagoa e o início da de Silves.
Para terminar deixo uma imagem grande actual do enquadramento do último post.
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