2009-05-28

Taj Mahal

Depois da alusão no post anterior é quase uma obrigação mostrar o Taj Mahal por inteiro. Tentarei ser breve pois abundam descrições deste edifício maravilhoso.

Começo com a perspectiva clássica do Taj Mahal, de que tirei um slide em 1993, que posteriormente digitalizei.



Devido ao horário da viagem cheguei já o sol ia alto, talvez por volta das 11, dizem que as horas ideais são ao amanhecer e ao pôr-do-sol, como aliás para a maioria das situações.

Nesta segunda imagem vêem-se melhor os embutidos de pedras coloridas no mármore branco:



e para terminar uma imagem tirada no interior do mausoléu ao rendilhado de pedra que envolve os cenotáfios de Mumtaz Mahal e de Shah Jahan, ao nível da plataforma exterior que rodeia o mausoléu, dado que os verdadeiros túmulos estão num nível inferior. A imagem original foi tirada com pouca luz pelo que precisou de uns ligeiros retoques.



O mármore branco, os embutidos com motivos florais de pedras semipreciosas e o rendilhado de mármore é o que me leva a dizer que o meu prato é um bocadinho do Taj Mahal.

O edifício foi mandado construir pelo imperador Shah Jahan, como mausoléu para a sua esposa Mumtaz Mahal, entre 1630 e 1652, quando a península ibérica se voltava a separar em dois reinos distintos.

Nos séculos 16 e 17 o sub-continente indiano esteve quase totalmente unificado pelos Grão-Mogóis, imperadores de fé muçulmana oriundos do Afganistão. O último grande Grão-mogol foi Aurangzeb, depois dele iniciou-se um rápido declínio que terminou em 1857 com a prisão e envio para o exílio do último Grão-mogol (cujos domínios se restringiam a Delhi) pela administração inglesa. Resumi na tabela a seguir as datas de nascimento e morte, bem como os anos em que reinaram, dos seis grandes Grão-Mogóis:


Após Aurangzeb os grão-mogóis adquiriram o hábito de se matarem uns aos outros, passando os reinados a ter durações muito inferiores. Defenderem-se dos pretendentes ao trono deve ter passado a primeira prioridade e a governação do império entrou em declínio acelerado. Por curiosidade fui ver quantos reis tivemos em Portugal entre 1526 e 1707 e constatei que reinaram no total 8 reis, a saber: João III (1521-57), Sebastião (1557-78), Filipe I (1580-98), Filipe II (1598-1621), Filipe III(1621-40), João IV(1640-56), Afonso VI(1656-83) e Pedro II(1683-1706).

2009-05-20

Um bocadinho do Taj Mahal

Do prato de artesanato turco de cerâmica esmaltada do post anterior é fácil passar a este prato feito na Índia, em mármore com pedras semi-preciosas embutidas, fazendo lembrar os embutidos sobre mármore branco do Taj Mahal.



O prato tem 30cm de diâmetro e está colocado sobre a sua caixa forrada de veludo azul escuro. Com a minha paixão pelos nomes não resisto a indicar os nomes das pedras semi-preciosas nele embutidas:



- Malaquite, de cor verde
- Lápis-lazuli, azul escuro
- Turquesa, de cor azul-turquesa
- Cornalina, de cor laranja mais ou menos avermelhada
- Madrepérola

Não deixo de me surpreender com todos aqueles pequenos buraquinhos no mármore, formando uma espécie de renda e pondo em risco todo o trabalho anterior caso um gesto mais brusco parta o mármore que envolve os buracos.

A imagem aqui ao lado foi tirada pendurando o prato em frente duma janela, para dar a ideia da transparência do mármore, mas acho que o efeito se perdeu devido ao uso do flash. Editei a foto (na parte de baixo tirei umas casas e umas árvores e em cima tirei o fio de suspensão) para o prato ficar sózinho na imagem.



Tirei então outra foto com o prato contra a janela mas desta vez sem flash, claro que é mais realista mas aqui não se vêem as cores das pedrinhas. Embora estas pedras sejam semi-preciosas, dado o seu tamanho muito pequeno deverão ter pouco valor, devem ser lascas de objectos mais importantes, o que deve ter aqui mais valor é o trabalho minucioso do artesão e possivelmente o mármore de grande qualidade.

Na Índia não encontrei o que acho ser a loja ideal: uma loja em que não se tem que regatear o preço, em que os empregados não nos assediam mas que nos atendem quando para tal solicitados. Em todos os sítios onde fui os vendedores não deixavam de nos assediar à excepção da loja onde comprei este prato, a Central Cottage Industries Emporium, em Delhi, em que eram mais do tipo do antigo Grandella: nunca nos ligavam nenhuma, quer na fase da escolha, quer quando queríamos pagar e irmos embora. Não era a loja ideal mas parecia um paraíso de sossego em relação a todas as outras de assédio permanente.

Estes produtos estão na secção CRAFTS-> Pottery and Marble Crafts e se calhar até podem ser comprados pela internet, embora deva haver questões alfandegárias a ultrapassar.

2009-05-16

Artesanato de Kütahya

Numa viagem à Turquia comprei este prato de porcelana esmaltada que no outro dia se partiu, ao ser atingido por outro objecto que me tinha escapado das mãos. Colei o prato e, com receio que se partisse de forma mais difícil de reparar, fotografei-o.

Depois, não resisti a apagar na imagem a fractura que, embora passe despercebida à primeira vista, ficaria ligeiramente visível.




É aliás este um dos problemas da bricolage: quando contemplamos a obra que fizemos o nosso olhar é atraído pelas imperfeições que sabemos onde estão, que passariam provavelmente despercebidas se tivessem sido feitas por outras pessoas.

O prato tem uma forma côncava, motivo pelo qual não consegui uma iluminação uniforme, sobretudo no bordo exterior, tendo também tido alguma dificuldade em evitar o aparecimento de reflexos.

2009-05-14

Arbustos



Para finalizar esta série de plantas fotografadas no Fundão mostro à direita os arbustos, bastante comuns em Portugal, que apresento depois em fotografias tiradas mais ao pé.

A maioria das pessoas dizem-me que são cedros mas não consegui confirmar na internet o nome destes arbustos. Suponho que sejam arbustos e não árvores mas li que por vezes a mesma planta desenvolve-se sob a forma de árvore ou de arbusto conforme a natureza do tereno em que foi plantada.

A primeira foto que apresento foi tirada a um dos arbustos mais pequenos, dispostos em fiada, amarelados, do lado esquerdo da foto.




A segunda é um detalhe do arbusto maior do lado direito. Gosto muito da disposição das folhas, organizadas em planos radiais quase perfeitos, da variação da cor, dum verde muito aberto, quase amarelo, evoluindo para tons mais escuros em direcção ao centro da planta




Se algum leitor me indicar o nome destas duas plantas agradeço desde já.

2009-05-13

Tempo de Cerejas

Na ida ao Fundão no passado fim-de-semana vi pela primeira vez cerejeiras com os respectivos frutos. É curioso como o meu contacto com as cerejas se limitou até agora aos sítios onde as vendiam mas não costumo ir para as zonas da Beira onde estas árvores são mais numerosas.

No meu papel de citadino embasbacado e para documentar o encontro tirei logo esta foto a partir do chão:



A que se seguiram estas duas, quando num escadote a colher cerejas:







finalizando uma vista do produto da colheita:

2009-05-12

Três rosas

No passado fim de semana fui ao Fundão onde encontrei estas 3 magníficas rosas, uma amarela




uma rosa pálida (que são duas mas só a do primeiro plano é que conta):




em que alterei o canto inferior esquerdo da imagem sobrepondo várias vezes a mesma folha para tapar a minha mão que não se integrava bem na fotografia. Não sou muito fundamentalista em relação à integridade das imagens, uma vez ou outra dou uns pequenos retoques, este poderia parecer muito forçado.

E para finalizar uma rosa de cor rosa-choque:


2009-05-06

Flores das oliveiras

Depois da urbanização dos Olivais Sul, nas décadas de 60 e 70 do século XX, ainda ficaram bastantes oliveiras, que mantêm este hábito milenar de florescer na Primavera. O ano passado, neste post, dei conta do aspecto das árvores quando em flor.

Hoje deixo aqui três fotos em que se vêm as florinhas com mais detalhe. São muito discretas e não diria que tenham uma beleza excepcional, mas são agradáveis de ver e dão um fruto muito útil. Nos Olivais julgo que quem aproveita mais as azeitonas são os pombos, que se vêem frequentemente a debicar no chão por baixo das oliveiras.





2009-05-02

Organização alemã

Gosto do ar arrumado da Alemanha, da organização do território, nos campos, nas florestas, nas aldeias, nas cidades.

Talvez algumas pessoas se fartem de tanta organização ao fim de algum tempo, mas julgo que não seria o meu caso.

Desta vez gostei do edifício do aeroporto de Dusseldorf, com esta estrutura lateral que suporta um pequeno “combóio vaivém” automático. Gosto de ver a estrutura e ao mesmo tempo da ocultação parcial proporcionada pela rede metálica. Ao longe não sou incomodado pela estrutura mas posso vê-la com detalhe se me apetecer.




Os arquitectos têm tendência para viajar, já no tempo das catedrais o faziam, e lembro-me agora que as estações do combóio de Entrecampos e de Sete Rios em Lisboa também usam redes metálicas para esta função de ocultação parcial.

Gosto muito da luminosidade dos grandes espaços interiores dos edifícios modernos, como nalguns centros comerciais em Lisboa e como neste hotel, em que também gosto muito do aspecto geral do espaço, simples sem ser monótono. Os hotéis são os palácios do nosso tempo.




Vejo com cada vez maior frequência a existência de terra, onde foram colocadas plantas, nas coberturas dos edifícios, penso que será para melhorar o isolamento térmico, como neste caso, em que sobressai também o aspecto reluzente das infraestruturas técnicas. Afinal o Hundertwasser teria alguma razão...




Para finalizar deixo esta imagem, também no aeroporto de Dusseldorf, que me suscitou vários pensamentos:




- mesmo num país densamente povoado como a Alemanha, esta zona apresenta muito pouca gente, na Índia ver-se-ia muito mais e as pessoas mais parecem as figuras humanas de uma maqueta;
- achei muita graça quer às pedras brancas que cobrem os círculos de terra que rodeiam as árvores no passeio, quer à fusão de dois dos círculos formando uma espécie de um oito, é o género de pormenor organizativo a que acho tanta graça na Alemanha;
- surpreende-me sempre a existência daqueles pilaretes metálicos verticais que servem para evitar que os automóveis invadam os passeios, mostrando que a disciplina alemã afinal precisa de uns artefactos de suporte. Na realidade tenho visto lá pilaretes em sítios onde os condutores portugueses nem sonhariam em pôr os carros!

Não tenho a certeza de me ter ocorrido mostrar estas imagens por o Lutz ter em boa hora regressado à escrita, mas é bem provável.