2009-03-28
Primavera
2009-03-24
Palácios
Em princípio, havendo tão poucos marajás e tantos indianos, a opulência daqueles não seria a causa directa da miséria do resto da população mas mais a falha da sua liderança, que se afundou na entrega da administração à potência colonial.
Às vezes falta-nos tempo para pensar e descobrimos com alguma surpresa pormenores que sempre estiveram à nossa frente. Foi o que me aconteceu mais uma vez ao ler a descrição que a autora do livro faz dos aposentos que lhe foram atribuídos no Rambagh Palace após ter tomado o papel de segunda esposa do Marajá de Jaipur.
Tendo vivido toda a vida num ambiente de classe média, achava que essa gente riquíssima se limitava a viver com a sua família nuclear ou um pouco alargada em palácios disparatadamente grandes. Na realidade esses palácios eram construídos para neles viverem comunidades muito maiores do que a família alargada e parte dos seus habitantes viviam aí como se fossem actualmente hóspedes permanentes de um hotel. Era esse o caso desta Maharani.
Esse modo de funcionamento justifica em parte o grande sucesso do grupo Taj na conversão dos antigos palácios dos marajás em hotéis de luxo. Muitas das Pousadas Portugal são antigos conventos, onde também viviam grandes comunidades embora de forma mais modesta.
Fui buscar a fotografia do Rambagh Palace que mostro a seguir a este artigo da Wikipedia, porque as que tirei não ficaram tão boas. Constatei depois que além de ter sido tirada por um profissional (Ray Main.co.uk) este usou uma Hasselblad, marca que eu julgava que já não existia. Afinal o modelo H3D II-39 está actualmente em promoção por "apenas" 14995 € (mais IVA).
2009-03-17
O Mar, de pernas para o ar
Uma vez vi uma versão em papel desta imagem nesta posição e tive dificuldade em reconhecer uma superfície aquática. Continuo a ter essa dificuldade. É curioso como uma transformação tão simples pode tornar uma cena comum tão estranha.
2009-03-13
Audiências deste Blogue
2009-03-08
O Cubo de Rubik e a Identidade
Erno Rubik, um arquitecto húngaro, inventou em 1974 o famoso cubo que ficou com o seu nome, tendo sido posto à venda com grande sucesso em 1980. Em Mar/1981 Douglas Hofstadter escreveu sobre ele na sua coluna do Scientific American, num ensaio também disponível no livro Metamagical Themas e eu comprei o objecto em Mai/1982.
D.Hofstadter referia no seu ensaio o livro de David Singmaster, como a referência sobre as várias técnicas de resolução do cubo mas eu estava mais interessado em descobrir eu próprio um método do que em aprender métodos já descobertos.
Provavelmente resolvi o cubo no Verão de 1983, no período de férias, dado que algumas das folhas que usei para rascunho, durante a procura duma metodologia, são datadas de Jul/1983. Dado que já eram conhecidas e publicadas técnicas de solução do passatempo, este meu trabalho apenas se justifica como uma actividade lúdica.
No entanto esta actividade lúdica exigiu algum esforço e, passados alguns anos, comecei a recear que, caso alguém tirasse o cubo da sua configuração inicial, não fosse capaz de regressar a ela.
Tudo isto é bastante irracional pois poderia sempre desmanchar o cubo e voltar a montá-lo visto tratar-se de uma tarefa bem documentada e bastante simples, ou ler os métodos de resolução publicados. Por outro lado gostaria de me convencer da generalidade dos métodos que usei para resolver o Cubo e também para no futuro ter uma referência mais completa a que pudesse recorrer para restaurar o estado original.
Acabei por documentar a metodologia no ficheiro RUBIK_v2.doc disponível no meu site, tendo as maiores dúvidas sobre a existência de leitores nele interessados.
Quando era mais jovem reconhecia o aspecto gráfico da quase totalidade dos meus manuscritos. Há muito tempo que isso deixou de acontecer e muitas vezes não me lembro sequer do tratamento que dei a um dado assunto. Em documentos mais esquecidos, de que este é um exemplo pois foi feito em Mai/1995, o que acabo por reconhecer melhor parece ser o estilo da escrita, mas fico sempre algo perplexo a pensar no que será a minha identidade.
Nesta revisitação do tema, causada por uma notícia de um renascimento do interesse no cubo de Rubik e pela possibilidade recente de disponibilizar ficheiros MSWord no meu site, fotografei o meu cubo na sua posição original e em duas outras configurações bastante fáceis de obter a partir da original e juntei tudo numa única imagem que apresento a seguir. Para cada posição tirei duas fotos para mostrar a totalidade das faces.
Adenda: o ficheiro RUBIK_v2.doc ficou inacessível devido à frequente mudança de endereços na internet. Uma versão .pdf está disponível em RUBIK.pdf.