2018-11-05

Da Mobília até Claire Bretécher (continuação e fim)


Os leitores mais atentos terão reparado que o conjunto de sofás Mah-Jong, ícone do fabricante RocheBobois que apresentei no post anterior, são uma ruptura radical com a forma tradicional de estar numa sala ocidental. Por exemplo, os meus pais não se sentiriam à vontade numa sala com sofás Mah-Jong.

Talvez também por isso o fabricante francês “Ligne Roset” lançou em 1973 a linha de sofás “Togo”, desenhada por Michel Ducaroy, que comemorou o 40º aniversário em 2013, continuando também actualmente em produção



Os assentos são mais altos do que os Mah Jong mas mais baixos do que o que era normal nos anos 70. As pessoas mais idosas têm por vezes dificuldade em se levantar destes sofás, o que não acontece para quem está habituado a sentar-se no chão com as pernas cruzadas. Estes sofás suportam as pessoas confortavelmante em várias posições, desde as costas quase verticais, com a cabeça bem afastada do topo do sofá, até posições em que a cabeça se apoia nesse topo. É esse tipo de posição que é apresentado, com algum exagero, nesta outra capa de “Les Frustrés” de Claire Bretécher


Na comemoração dos 40 anos em 2013 vi numa loja fora de Portugal esta variante dos sofás originais



em que me interroguei para que serviriam as almofadas num sofá já por si tão confortável. E fiquei na dúvida se com um sofá destes na sala faria sentido ter na mesma casa um quarto de dormir.

Para finalizar mostro outro sketch da Claire Bretécher com as protagonistas sentadas descontraidamente num sofá mais parecido com esta linha Togo



1 comentário:

Helena Araújo disse...

Os tios do meu marido tinham esses Togo. Que belos sofás!
Mas alguns familiares da geração deles (andariam pelos 55 anos) queixavam-se de serem demasiado baixos. Pelo que me parece que 55 anos há 30 anos era bem diferente dos 55 anos hoje - nunca me passaria pela cabeça dizer que aqueles sofás são demasiado baixos e desconfortáveis.