2018-09-27

Sobre o roubo em Tancos


Apreciei o texto do Daniel Oliveira sobre os desenvolvimentos recentes, com a constituição de arguidos incluindo o director da Polícia Judiciária Militar, no âmbito da investigação do roubo de material militar em Tancos, que apareceu no jornal Expresso e de que destaco:

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Se as coisas são o que parecem, não é o crime que virá a envergonhar as Forças Armadas. Não é sequer a insegurança. É o ridículo. Havia um tipo que tinha gamado umas armas, coisa sem importância. Mas aquilo, vai-se lá saber porquê, apareceu na televisão. Ele assustou-se e quis desfazer o erro. Como o ladrão era um ex-militar, tinha um amigo na GNR que falou com outro que conhecia um gajo lá na PJM. E trataram de devolver tudo e até mais um bocadinho, que um homem perde-se no inventário. Isto é o que parece mas não pode ser, porque transformava a nossa tropa numa anedota

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Porque sem elas a Justiça está condenada: só há Justiça com democracia e só há democracia com instituições fortes. Assim sendo, a única coisa que se exige é ponderação e bom-senso. Os cuidados da procuradora-geral, ao fazer um contacto prévio com o ministro da Defesa, fazem-me acreditar que desta vez alguém percebeu isso. Até porque suspeito que no fim o ridículo de toda esta história será tão grande que é melhor dar aprumo ao que não tem aprumo nenhum. Já nem a roubar há disciplina.
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