2018-08-14

Jerusalém



Consegui ler do princípio ao fim, de forma relativamente rápida, o livro "Jerusalém" de Simon Sebag Montefiore sobre a história desta cidade.

Frequentemente quando leio um livro escrevo (a lápis) referências a algumas páginas com detalhes que me interessaram e/ou surpreenderam. Neste caso não tenho essas notas disponíveis pois a obra ficou em Lisboa e assim tenho uma razoável desculpa para não me pronunciar sobre a situação actual, tão intratável que parece insolúvel, pelo menos até que aconteça algo tão inverosímil que viabilize novos caminhos actualmente inexistentes.

Mesmo assim custa-me a  perceber a atracção tão forte por uma região da Terra que parece deter o recorde de atrocidades ao longo da sua longa história. Em Lisboa, além das fomes e pestes da Idade Média tivemos o terrível terramoto de 1755, mas nada que chegue aos horrores da destruição da cidade e massacre dos seus habitantes no ano 70 DC e da segunda destruição do que restava da cidade por Adriano em 132 DC, na sequência de outra  revolta judaica, onde construiu outra povoação a que deu o nome de Élia Capitolina, em que era proibido que entrassem judeus.

O mesmo imperador renomeou a região chamada Judeia como Síria Palestina, um nome derivado de Filistina, terra dos Filisteus, habituais inimigos dos Judeus nas narrativas bíblicas. A cidade teve ainda que sofrer as investidas dos árabes na sua guerra santa no seúlo VII, dos cruzados, com algumas invasões sanguinolentas, assim como as diversas guerras entre muçulmanos pelo controlo da cidade, finalizando no mandato britânico, na independência de Israel e nas guerras permanentes entre judeus e árabes desde 1948 até à actualidade.

Descobri ao ler o livro que existia a crença que no fim do mundo a ressureição dos mortos começaria pelos cemitérios de Jerusalém, donde existirem pessoas que viajavam até lá para aí serem enterradas e a consequente abundância de cemitérios, como se vê na imagem.



Fez-me pensar em Varanasi, outro sítio onde parece ser conveniente morrer.

Os meus avós paternos fizeram uma viagem à Terra Santa, na primeira metade do século XX, mas não me descreveram a viagem e é sítio que até agora não me suscitou intenção de visitar.

Sem comentários: