2018-01-12

Sapiens, Parte III : A Unificação da Humanidade


(Parte I e Parte II em posts anteriores)

Cada cultura está em permanente evolução, tentando reconciliar as contradições que nelas existem sempre.

Existe também um sentido na história, culturas pequenas e simples fundiram-se gradualmente em civilizações maiores e mais complexas. Este sentido geral não garante uma evolução sem retrocessos nem a ausência de um apocalipse.

Actualmente quase todos os seres humanos partilham o mesmo sistema geopolítico (organização em estados internacionalmente reconhecidos), económico, legal e científico se bem que exista grande heterogeneidade em cada uma destas áreas.

Esta unificação fez-se através do dinheiro (e comércio), dos impérios e das religiões. Estas três realidades unificaram a humanidade sem que nenhuma delas tenha até agora conseguido excluir completamente qualquer uma das outras duas. A análise que o autor faz  é muito interessante, designadamente ao apontar os lados positivos dos impérios de que ultimamente só se apontam os lados negativos. Nas religiões refere o animismo, o politeísmo que originou o monoteísmo e o dualismo. No primeiro milénio AC apareceram religiões pré-modernas “da lei natural” que dispensavam os deuses como o taoismo e o budismo. Nos últimos 300 anos surgiram novas religiões das leis naturais tais como o liberalismo, o comunismo, o capitalismo, o nacionalismo e o nazismo. Acho interessante esta classificação na categoria de religiões do que se costuma chamar “ideologias”. De facto requerem uma fé num conjunto de crenças que são praticamente impossíveis de verificar, sendo dificilmente “falsificáveis” no sentido que Karl Popper dava às teorias científicas.

Esta parte conclui com duas teses principais:
- existe um lado caótico muito importante na evolução da humanidade, há decisões que são tomadas cujas consequências são impossíveis de prever na totalidade e que por vezes são impossíveis de reverter;
- a evolução não é feita necessariamente em benefício dos seres humanos, mesmo que estes tivessem esse objectivo.

Termino esta parte com uma imagem (tirei a foto em 2004) da cabeça duma estátua do imperador romano Constantino, que deve ter feito parte duma estátua gigante, actualmente no Museu Capitolino em Roma



A adopção do cristianismo como religião do império romano pertence ao tipo de decisões com consequências incalculáveis para o futuro da época em que foi tomada.

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