2015-03-29

Tecnologia- Transistores em papel


No outro dia vi uma notícia no jornal Expresso que dava conta da publicação de um número especial da revista “Another” em que a capa em papel apresentava uma imagem com movimento, como se fosse um écran de TV.

Lembrei-me de outros artigos do mesmo jornal em que falavam de uma equipa de investigadores da Universidade Nova de Lisboa, liderada pela Elvira Fortunato, que se dedicava entre outras actividades a implantar semi-condutores em papel. A tecnologia não estará madura mas para lá caminha.

Esse número da revista é apresentado aqui, vindo esse número da revista com um “jack” para também se poder ouvir música.

Andei à procura de uma imagem .gif na internet para ilustrar este post e aqui encontrei esta:



Talvez a anunciada morte do papel seja bastante exagerada!

2015-03-23

Tecnologia- LEDs



LED é um acrónimo para Light Emitting Diode (Díodo Electroluminescente) tendo os primeiros LEDs sido produzidos nos anos 60 do século XX. Os primeiros eram de cor vermelha, tendo depois aparecido os verdes e os amarelos. No princípio tinham um rendimento luminoso fraco e eram muito caros mas desde muito cedo substituíram as pequenas lâmpadas de incandescência usadas como sinalizadores luminosos em todo o tipo de painéis de instrumentos, dada a conveniência da sua longevidade.

Curiosamente foi bastante difícil a obtenção de um LED que emitisse na cor azul, o que só foi conseguido nos anos 90 por 3 japoneses, Shuji Nakamura, Isamu Akasaki e Hiroshi Amano, que ganharam em 2014 o prémio Nobel devido a essa descoberta.

Lembro-me de os produtos japoneses numa primeira fase terem fama de fancaria, um bocado como agora uma boa parte dos produtos chineses, de uma segunda fase em que começaram a ser sinónimo de grande qualidade mas em que frequentemente se dizia que os japoneses  se “limitavam a copiar e fazer um pouco melhor” mas que a criatividade estava no Ocidente e agora, numa área de tecnologia de ponta, chegaram primeiro à solução de um problema que certamente toda a gente estava interessada em resolver.

A descoberta do LED azul e as grandes melhorias na eficiência dos díodos tornaram viável a aplicação de LEDs para iluminação de interiores, além da sua utilização nos ubíquos monitores de televisão.

É impressionante a rapidez com que algumas tecnologias desaparecem. As lâmpadas fluorescentes compactas, que foram aconselhadas pela DECO  (DEfesa do COnsumidor) em 2004, como substitutos tecnica e economicamente interessantes das lâmpadas de incandescência vão entrar na obsolescência apenas uma década depois de terem sido introduzidas, a DECO recomenda agora, em 2015, as lâmpadas LEDs! As lâmpadas de incandescência aguentaram-se mais de cem anos!

Um pouco antes do surgimento das lâmpadas fluorescentes compactas para as habitações particulares constatei a sua introdução maciça em hotéis e em outros edifícios públicos, é possível que devido a descontos de volume as lâmpadas se tornem economicamente interessantes para edifícios públicos um pouco mais cedo do que para as casas particulares. Em Maio do ano passado estive num hotel onde já só se viam lâmpadas LEDs e elas aí estão em força, a retirar as fluorescentes compactas das prateleiras.

Dada a enorme versatilidade das formas que a tecnologia LED torna possível, prevejo grandes oportunidades para os projectistas de iluminação.

Deixo a imagem de um dos muitos tipos de lâmpadas LED, neste caso praticamente equivalente a uma lâmpada de filamento incandescente.




2015-03-20

Eclipse solar de 20 de Março de 2015


Para ver a explicação das imagens que seguem o leitor poderá consultar o post deste blogue com o título "Luz de eclipse através de persianas sobre parede e cama" que referia o eclipse de 3 de Outubro de 2005.

As imagens que seguem foram tiradas hoje, entretanto mudei várias persianas e os orificios em vez de circulares são agora mais alongados, modificando um pouco a luz projectada na parede.

Nas 3 imagens seguintes, a da esquerda e a do centro foram tiradas no mesmo sítio às 08:43 e às 08:45, no dia a dia não reparamos na velocidade com que a luz do Sol se desloca, as projecções do Sol alteraram-se bastante em 2 minutos! A 3ª imagem foi tirada noutra divisão da casa, às 8:43 como a mais à esquerda.



Depois apeteceu-me apanhar a projecção do Sol na minha mão



Um pouco mais tarde havia mais projecções na parede e desta vez no chão, porque a cama que estava aqui em 2005 mudou entretanto de posição no quarto




mostrando agora apenas a parede



e finalizando com o chão


2015-03-19

Lake Palace em Udaipur


Quando falo da Índia é muito frequente relembrar-me da estadia no hotel Lake Palace em Udaipur, de que falei em posts mais antigos deste blogue e no post de 11 de Março deste ano.





Trata-se de um hotel situado num edifício no meio dum lago artificial criado por uma barragem mandada construir pelo marajá de Udaipur.







Tenho a ideia que o edifício se destinava a alojar visitas do marajá, sendo actualmente explorado pela cadeia de hotéis Taj, que inclui vários palácios indianos antigos.




A presença de tanta água num território quase desértico como o Rajasthan e a própria necessidade de ir de barco da margem do lago até ao hotel cria desde logo um ambiente especial.




Do hotel vêem-se na margem do lago os palácios dos sucessivos marajás,




aparentemente há o palácio do marajá, o do pai dele, o do avô e aí por diante. A obsessão com a construção civil não é um exclusivo de Portugal. E os palácios eram construídos como fortalezas, à semelhança do forte Amber, em Jaipur, que referi aqui.

Nas salas de estar os tectos eram decorados com estes embutidos de vidros coloridos




E depois deste corredor (ou de outro parecido) tanbém decorado com embutidos coloridos



chegava-se ao pátio interior principal:




Todas estas imagens são de 1993.

O tempo voa, o primeiro post deste blogue foi publicado em 17/Mar/2008, há 7 anos!




2015-03-16

Música Indiana


Gostei muito do concerto, referido no post anterior, dado no Grande Auditório da Gulbenkian por Amjad Ali Khan e do seu diálogo com a orquestra da fundação. Surpreendi-me com a semelhança da sonoridade do Sarod com vários instrumentos ocidentais, provavelmente em trechos cuidadosamente escolhidos.

Andei à procura no Youtube de espectáculos do artista que referi e sem grandes selecções, pois os meus conhecimentos nesta área são extremamente limitados, escolhi este concerto de Amjad Ali Khan mais os seus dois filhos num concerto em Colónia de que extraí esta imagem




sendo o Youtube (17 minutos) acessivel aqui



depois escolhi um concerto em conjunto de Shivkumar Sharma e Hariprasad Chaurasia com duração de uma hora e meia (Mumbai, 1996)




tendo só agora descoberto que o Santoor não se parece com uma guitarra,



cuja imagem fui buscar aqui.

Para terminar deixo um concerto de Ravi Shankar mais a sua filha Anoushka, num trecho de 11 minutos dum espectáculo em Birmingham em 1997, tinha ele 77 anos



Desculpar-me-ão a falta de links destes artistas mundialmente famosos mas, precisamente pelo estatuto que têm, é muito fácil encontrar referências sobre todos eles na net.


2015-03-11

Amjad Ali Khan na Gulbenkian


Numa volta no Rajasthan em 2001 tive então o privilégio de passar duas noites no Lake Palace Hotel em Udaipur de que tirei este slide cuja digitalização estive a "limpar" dos pontos negros de pó.




Nesse hotel ouvi no sistema de som uma música indiana que me disseram ser de Amjad Ali Khan.

Em Delhi fui à procura dum CD do artista no Cottage Emporium, onde entre outros intérpretes famosos como Shiv Kumar Sharma em Santoor, Hariprasad Chaurasia em Flauta, Ravi Shankar em Sitar, comprei um CD de Amjad Ali Khan em que ele tocava Sarod, um instrumento de cordas.


O artista, que nunca ouvi ao vivo, vai agora tocar na Gulbenkian, quinta-feira dia 12/Mar às 21:00, sexta-feira dia 13/Mar às 19:00.

2015-03-10

Calendário em dodecaedro pentagonal


Em Dezenbro do ano passado recebi um e-mail com esta planificação de um calendário com a forma de um dodecaedro pentagonal, um dos cinco sólidos perfeitos, ou também chamados sólidos platónicos.

Nunca tinha visto um dodecaedro pentagonal a fazer de calendário quando a presença de 12 faces, tantas quantos os meses de um ano, já o deveria ter sugerido.

Entretanto, na execução do objecto constatei que o fecho do sólido, na parte final da montagem, é algo complicado, talvez seja a essa a razão...

Aqui  deixo uma imagem do objecto, virado para o mês de Março de 2015.


2015-03-09

Prado urbano primaveril


Há vários canteiros com relva nos Olivais Sul que se encheram de tantos malmequeres pequenos de pétalas brancas e pequena corola amarela que parece que estão cobertos de neve.

Neste canteiro no Bairro da Encarnação, aonde me desloquei para liquidar uma taxa moderadora no valor de 1,00 €, de que recebi notificação em carta, felizmente não registada pois, caso contrário o Estado teria logo à partida gasto mais do que o valor em dívida, tinha malmequeres de várias cores.

A foto não ficou grande coisa, foi tirada com o telemóvel. Usei um programa de processamento de imagem para a tornar mais nítida pois estava um bocado desfocada. A foto foi tirada há 4 dias e o calorzinho de ontem e hoje confirmam que o fim do Inverno está muito próximo.





2015-03-05

Antes e Depois


No site da BBC News, vi neste artigo esta sequência de imagens


Dizem no artigo que nem precisaram de programa de editar fotos, ao fim de duas horas, de uns exercícios ligeiros, de um creme para dar um tom mais bronzeado, de uma melhor postura corporal e de uma iluminação adequada, sem consumirem nenhuma pílula nem seguirem uma dieta milagrosa, conseguiram estes resultados espectaculares!

2015-03-03

Vestido de cores ambíguas


Tem-se falado muito da imagem deste vestido que apareceu na internet, não sei bem aonde.



O motivo da discussão é a diferença das cores vistas por diferentes pessoas, olhando para a mesma imagem, no mesmo monitor.

Há quem veja branco e dourado enquanto outros vêem azul e preto.

A BBC fez um pequeno vídeo onde mostra isso mesmo.

Eu próprio já constatei a diferença entre mim e outras pessoas, olhando para esta imagem num mesmo monitor.

E quem vê duma maneira, mantém essa maneira ao longo do tempo.

A questão da cor do vestido é importante porque embora já soubéssemos que existem ilusões de óptica, essas ilusões enganam toda a gente mais ou menos da mesma maneira


Neste caso o nosso cérebro faz uma conjectura baseada na experiência (“educated guess”) sobre a natureza da luz que ilumina o vestido, essa conjetura é para nós inconsciente mas neste caso dramaticamente relevante e duas pessoas olhando para o mesmo objecto vêem cores completamente diferentes, abalando a nossa crença na objectividade da nossa visão.

A Wired escreveu sobre este fenómeno, assim como a Scientific American.


Para eu ver as cores do vestido mais parecidas com a realidade precisei de ajustar a imagem, por exemplo para ela ficar assim: