2013-11-23

Crepúsculo


No último post interroguei-me se a palmeira das Canárias contra os rosas e amarelos do crepúsculo poderia ser em África.

Nesta imagem tirada no mesmo local e poucos instantes depois



vêem-se umas árvores que identifico facilmente como oliveiras, constatando a minha familiariedade com estas plantas. E é claro que esta paisagem podia ser em África mas naquela parte do continente em contacto com o Mediterrâneo, a oliveira é um dos ex-libris das suas margens.

Fui ver a distribuição geográfica das oliveiras constatando que além do Mediterrâneo foi levada para o Peru, o Chile e a Califórnia, onde se estabeleceu em zonas com clima idêntico ao do Mediterrâneo.

Ultimamente tenho reparado que o Picasa me põe as imagens com mais luz do que o Windows Viewer.
Estes programas têm tantos parâmetros que tentar consistência é um trabalho sem fim. E inglório, porque quem vê as imagens tem tantas afinações possíveis no seu monitor que será raro duas pessoas em PCs diferentes verem a mesma imagem da internet com o mesmo aspecto.

A próxima imagem, que classificaria de "crepuscular", talvez esteja mais escura no meu PC do que aqui. Precisa de um ambiente pouco iluminado para ser apreciada, caso contário a parte escura parecerá apenas preto quando está lá o reflexo azul escuro do céu do crepúsculo reflectido ainda na mesma albufeira.



2013-11-19

Talvez pudesse ser África





Os amarelos e violetas do céu fizeram-me lembrar os crepúsculos que vi na Guiné-Bissau há muitos anos, mas trata-se de uma palmeira alentejana, nas margens da alfufeira da barragem do Caia.

2013-11-13

Carvalhos



Quando visitei em Julho deste ano o miradouro de Santa Luzia em Viana do Castelo gostei duma árvore com folhas iluminadas pela luz do Sol que mostrei aqui, indagando se alguém saberia o nome dessa árvore.

O Vítor Santos Lindegaard teve a gentileza de ir procurar o nome da árvore e considera que será provavelmente um Quercus coccinea nome em latim do Carvalho-Vermelho-Americano, conjectura que me pareceu boa.

Passados 2 dias fui a um restaurante na Alameda dos Oceanos no Parque das Nações, no troço entre a rotunda do Cabeço das Rolas e a Estação do Oriente, onde vi umas árvores com umas folhas parecidas às da árvore de Viana do Castelo.

No dia seguinte fui lá fotografá-las, ficaram razoáveis mas sem grande sucesso, penso que já me queixei das dificuldades em enquadrar árvores nas cidades, há uma data de emplastros que se metem nas fotografias, tais como candeeiros, sinais de trânsito, fachadas de prédios, automóveis, etc.

Um dos truques é tentar que só fique a árvore e o céu, mas neste caso o tronco principal fica de fora. Começo por esta com tons de amarelo e bronze



seguida desta com uns tons mais avermelhados



constatei que as fotos estavam mal focadas (árvores são difíceis de focar) mas com a discriminação de 800x600 pixels não se nota muito.

Depois fotografei duas folhas no chão, uma mais castanha e outra mais vermelha, se calhar a vermelha já não está completa


A seguir fui para a rotunda atrás referida e tirei esta foto ao conjunto



e concluí com esta mistura de verde e bronze sobre o céu azul de Lisboa



entretanto googlei alameda dos oceanos árvores tendo chegado aqui onde está este texto:
«
-  o troço da Estação do Oriente, o segundo, é mais largo e constituído por dois passeios laterais arborizados com azinheiras. Na plataforma central foram plantados alinhamentos de quercus palustris, pontuados com o exotismo das erytrinas. A extremidade norte localiza-se frente ao Pavilhão de Portugal e distingue-se pelos canteiros sobrelevados onde predominam ciprestes, rematando com um sobreiro de grande porte; - See more at: http://www.portaldasnacoes.pt/item/alameda-dos-oceanos/#sthash.e3FZ9quu.dpuf
»

Portanto as árvores que acabei de mostrar são carvalhos da espécie “Quercus palustris” que em inglês chamam “Pin oak” e em português é uma das espécies designadas por "carvalho-vermelho-americano". É impressionande a variedade de carvalhos que existe, está aqui uma extensa lista, onde consta naturalmente o sobreiro, o “Quercus suber”.

Gostava de ir a Viana ver se o quercus de lá é mais ou menos escarlate do que estes que acabo de mostrar.

Mais uma vez constato que nas viagens temos mais disponibilidade para ver melhor o mundo e quando regressamos a casa descobrimos mesmo ao lado coisas que até então nos tinham passado despercebidas.

2013-11-12

A cica, 4 meses depois


Depois destas chuvas de Outono o relvado em frente da minha casa nos Olivais cresceu de forma exuberante. A Câmara Municipal de Lisboa adoptou entretanto a prática de deixar as ervinhas crescer e dar uma ar da sua graça antes de as cortar, não sei se de propósito se por falta de verba para a jardinagem. Julgo que já disse que aprecio esta falta de pressa em cortar logo tudo o que cresce. Neste caso apreciei o viço que rodeava a cica, em boa hora transplantada de um vaso para aqui


Lembrei-me de juntar a última foto dum post sobre a mesma cica, de Julho/2013. Na altura tirei a foto sob a luz directa do Sol enquanto agora a planta já estava à sombra mas gostei de ver as diferenças da vegetação envolvente.


2013-11-11

Kant, os deficits, os superavits e a sustentabilidade



Quando passei pelo liceu existia uma cadeira de Filosofia em que, no equivalente ao actual 11º ano, se dava uma história da Filosofia, desde a Antiguidade até aos nossos dias.

Posteriormente tenho lido um ou outro livro sobre temas da Filosofia mas desde essa altura já ouvi tantas vezes falar no imperativo categórico de Kant que acabei por considerar este conceito como facilmente aplicável a situações concretas.

Uma regra cai na classe de “imperativo categórico” quando se considera desejável (imperativo) que seja seguida por toda a gente. Um exercício mental simples consiste em pensar  como seria o mundo se toda a gente cumprisse essa regra. Se concluirmos que seria um pesadelo deve ser rejeitada.

Mas a regra pode também ser rejeitada caso se conclua que um mundo onde toda a gente seguisse essa regra não é possível.

De uma forma geral parece evidente para toda a gente que um país não pode viver com um défice permanente da sua balança comercial, importando mais do que exportando, donde a enorme alegria com que o actual governo de Portugal registou o facto de durante um período deste seu exercício as exportações de bens superarem as importações.

Existe contudo muito menos ênfase nas críticas à existência de superavits sucessivos em alguns dos  países da União Europeia.

Eu esperaria que o nosso governo, em paralelo com as afirmações constantes sobre a necessidade de eliminarmos o défice, desse um ênfase semelhante à necessidade absoluta de eliminar os superavits dos nossos parceiros da Europa.

Na realidade assim como não pode existir um mundo composto exclusivamente por países deficitários tão pouco é viável um mundo em que todos os países sejam superavitários.

É assim irracional eleger como virtude a condição superavitária de um país.

A única condição sustentável consiste em todos os países manterem um equilíbrio entre importações e exportações. Claro que poderão existir variações à volta desse equilíbrio mas afastar-se desse equilíbrio, quer para o lado do déficit quer para o lado do superavit, não pode ser considerado como um afastamento virtuoso.

É difícil arranjar uma imagem para ilustrar um texto sobre estes temas. Assim e à falta de melhor deixo aqui um candeeiro de tecto que comprei na Dinamarca em 1979, e que ainda faz bom serviço no meu escritório, agora com lâmpadas economizadoras. Esperando que a sua luz ilumine quem precise de ver melhor.

2013-11-07

Albert Camus


Faz hoje 100 anos que nasceu Albert Camus, homem-bom do século XX, escritor nobelizado cuja leitura apreciei, sobretudo um romance-monólogo chamado "A Queda", em que a personagem-narrador vai descobrindo/revelando que afinal não é tão altruísta como costumava pensar.

Há pouco tempo  comprei este livro "Actualidades" (pensava eu, constatei depois no livro que o comprara em 2001) cuja capa mostro aqui à esquerda, que li com muito gosto, contendo ensaios escritos pouco depois do fim da segunda guerra mundial, quando as pessoas se interrogavam como fora possível acontecer o que tinha acontecido.

No último jornal Expresso falam dele mas com uma informação errada sobre uma alegada rarefacção do número de leitores. O Pedro Correia revela aqui um conjunto de números relativos a edições recentes que infirma esse alegado abondono. A Shyz mostra aqui um documentário da BBC.

Fui buscar a imagem a este alfarrabista.

2013-11-06

Feriado de Todos-os-Santos


A supressão de 4 feriados por este governo já me mereceu comentários neste post de Maio de 2012.

Passou há poucos dias, em 1/Novembro, o ex-feriado de Todos-os-Santos.

Por coincidência revisitei esta fotografia que tirei no museu da catedral de Florença em 2004, a este quadro de grande beleza duma santa de quem não fixei o nome.




Na altura não anotei eventuais indicações do museu, mas agora com o google images foi relativamente simples a identificação da imagem com esta versão completa


de Giovanni del Biondo que fui buscar aqui.

Cheguei a escrever que não conhecendo qual o dia da Santa Catarina de Alexandria o dia de Todos-os-Santos também seria dela. A prudência recomendou-me googlar o nome da dita santa, tendo ficado logo a saber que o seu dia é o de 25 de Novembro. Mas li mais um bocado e afinal há dúvidas sobre se a Santa terá existido.

Na sua história/mito consta a sua capacidade imensa de converter ao cristianismo toda a gente que o imperador romano lhe enviava para a convencer a abandonar o cristianismo.Tanto poder argumentativo seria um mito consolador para quem, como os Portugueses, se mostra incapaz de convencer o governo/troika da inutilidade de muitas das medidas que têm tomado.




2013-11-02

Onde a terra acaba e o mar começa - 3


Após a interrupção dos dois últimos posts concluo por agora a série de imagens das ondas vistas da Furnas do Guincho.

Neste caso, em que deixei na foto as pontas dos guarda-sóis, há uma onda que se dirige para o fotógrafo



que rebenta mesmo ao pé, nas rochas que protegem a esplanada



mas cuja espuma, se bem que espectacular, não chega a molhar nem a máquina nem o próprio fotógrafo.