2013-06-18

João Pinto e Castro (Ago/1950 - Jun/2013)


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Conheci o João Pinto e Castro quando ele andava a acabar o curso de Económicas e desde o princípio me agradou a conversa vivíssima, o pensamento original, a cultura muito vasta, a vontade de mudar a apagada e vil tristeza em que se vivia em Portugal antes do 25 de Abril.

Partindo de posições muito radicais na juventude, fui observando uma riqueza cada vez maior nas análises político-económicas que ia fazendo, mantendo sempre uma originalidade / radicalidade que nos fazia pensar e que era uma alegria face ao pensamento cinzento seguidor das teologias económicas que se têm imposto nas universidades, que se demitiram de confrontar a Teoria com a realidade económica, política e social, transformando a Teoria em Teologia.

E era consoladora a sua honestidade intelectual, nestes tempos de tanta mentira, qualidade que estará na origem de tantas referências elogiosas que correm pela blogosfera.

A sua especialização em marketing foi consistente com a sua capacidade de comunicar, de encontrar frases curtas capazes de sintetizar pensamentos complexos. E por vezes tinha sucesso excessivo nessas frases pois, já não as achando adequadas, continuava a ter que as ouvir como citações que os amigos faziam das suas intervenções. É possível que esta citação que estou a fazer, que tem uma dose de auto-referência, já tivesse entrado no círculo das citações gastas, é algo que será agora difícil de apurar, restando-nos a perenidade dos seus escritos e o exemplo de que é bom aprender com os outros sem prescindir de pensar por si.

Bem hajas João!

1 comentário:

JMiguel disse...

Acompanho-te neste triste processo de vermos os Amigos partirem.
Tem sido uma das vertentes mais penosas deste «distanciamento da idade jovem»
Abraço
JMiguel