2012-10-21

Banyan Tree



Quando andei a ler a wikipédia sobre a figueira apercebi-me da grande variedade de figueiras existentes, árvores do género Ficus.

Além da figueira comum em Portugal e Mediterrâneo e do sicómoro referido em post anterior passei por esta Banyan Tree



ou numa perspectiva ligeiramente diferente,




a árvore nacional da Índia, cuja designação em latim é  Ficus Benghalensis.

De vez em quando tenho ouvido falar em “Banyan Tree” mas já não sei em que contexto, talvez fosse o nome da companhia “Banyan Systems”, das primeiras a fazer software para redes de computadores mas que entretanto cessou a actividade

Sendo tradicionalmente um adepto da sombra e costumando achar os raios de sol de Verão muito agressivos em Portugal, por maioria de razão compreendo e simpatizo com o hábito que os comerciantes do Gujarate tinham de fazer comércio debaixo desta árvore. Diz na versão inglesa da wikipédia que foram os portugueses que deram este nome a esta árvore porque os mercadores, “banias” na língua do Gujarate, se reuniam debaixo dela. É pena que não exista uma entrada em português para esta árvore na wikipédia.

Diz a lenda também que foi debaixo de uma árvore deste género que o Buda atingiu a iluminação, conforme refere neste artigo sobre a Bhodi Tree.

Noutro artigo da wikipédia refere esta figueira como “estranguladora”, porque por vezes cresce em volta de uma árvore pré-existente da mesma espécie (ou de outra) levando à sua morte. Buscando Strangler Fig no Google Imagens aparecem muitas imagens destas árvores, designadamente a crescer por entre os muros de pedra e as estátuas de templos construídos em zonas tropicais como o Angkor Wat do Cambodja.

Estas árvores começam a vida como epífitas, plantas como as bromeliáceas e as orquídeas que conseguem germinar sobre as cascas de árvores. Mas neste caso, apenas começam como epífitas porque a seguir a planta cresce até atingir o solo, criando aí raízes próprias.

Mas, como se vê na foto, uma das características mais marcantes da Ficus benghalensis  é o desenvolvimento de raízes aéreas, que crescem em direcção ao solo e que quando lá chegam se desenvolvem como troncos que podem tornar difícil a identificação do tronco principal.

Este post não ficaria completo sem uma referência à “The Great Banyan”, um ser vivo em que se confundem os conceitos de “árvore” e de “floresta”, dado que ocupa uma área de 1,5 hectares tendo 3300 raízes aéreas que chegaram ao chão. Deixo aqui uma imagem dessa árvore/floresta que fui buscar aqui.

1 comentário:

miguel disse...

excelente (como sempre) artigo. a fucus banyan é deveras impressionante.
e fiquei a conhecer a origem da palavra Banyan. quando era miúdo, na colónia de Moçambique, usava-se muitas vezes a expressão 'baniane' para apelidar de forma derrogatória os indianos.