2012-04-09

Aryabhata (476-550)


As datas do nascimento e morte deste homem estão expressas em notação decimal, em romano seria (CDLXXVI – DL) relembrando-nos a complicação da numeração romana. Pensei agora que os romanos tinham engenheiros extraordinários, para conseguirem fazer tanta coisa com o único sistema de numeração que tinham disponível!

O nome do matemático indiano que inventou a representação decimal dos números não era divulgada com suficiente detalhe quando eu passei pelo ensino em Portugal. Nessa altura referia-se que esta notação tinha sido trazida pelos árabes para a Europa e também que esse conhecimento tivera origem na Índia, mas sem dar qualquer relevo ao nome do matemático em questão, ao mesmo tempo que aprendíamos muitos nomes de matemáticos gregos importantes.

Existe uma entrada em Português na Wikipédia sobre ele bem como uma em inglês, mais completa, como é habitual em temas científicos e de outra natureza.

Tenho muita dificuldade em evitar o pensamento de que dar relevo a matemáticos indianos poderia colocar alguma dúvida na então indubitável superioridade dos povos europeus sobre todos os outros.

De qualquer forma quando se pensa na dificuldade que seria uma simples soma de dois números expressos, por exemplo, na numeração romana, com a simplicidade da mesma operação aritmética se os números estiverem em notação decimal, é fácil constatar como o nome deste matemático indiano deveria ser muito mais conhecido no Ocidente.

É curioso que o algarismo zero, embora implícito na notação decimal, não teve direito imediato a uma representação como é agora norma. O zero era representado por um espaço vazio ou por um ponto, tendo passado algum tempo até surgir representado de forma explícita como qualquer outro algarismo.


1 comentário:

José Martins disse...

Muito interessante e enriquecedor!
O físico indiano Satyendra Nath Bose que conceptualizou o Bosão (designação criada por Paul Dirac em sua homenagem), só teve o seu trabalho publicado por via de Albert Einstein.
E apesar da sua prodigiosa estatística, nunca recebeu um prémio Nobel, ao contrário de tantos outros que utilizaram a sua concepção.
Apesar de tudo, a Humanidade continua a evoluir e os reconhecimentos vão surgindo.