2009-03-28

Primavera

Um pouco atrasado na comemoração da entrada da estação, aqui deixo uma inflorescência azul, que terá cerca de 15 cm de altura.


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2009-03-24

Palácios

Gostei muito do livro “A Princess Remembers: The Memoirs of the Maharani of Jaipur by Gayatri Devi”, que referi neste post, pela possibilidade que me deu de conhecer alguns aspectos da vida dos Marajás indianos. Era lendária a opulência que os rodeava, bem como a miséria da quase totalidade da população, mas é interessante conhecer a perspectiva desse conjunto muito restrito de privilegiados e esta princesa, que nasceu em 1919, passando por grandes transformações na história do seu país, dá-nos essa visão.

Em princípio, havendo tão poucos marajás e tantos indianos, a opulência daqueles não seria a causa directa da miséria do resto da população mas mais a falha da sua liderança, que se afundou na entrega da administração à potência colonial.

Às vezes falta-nos tempo para pensar e descobrimos com alguma surpresa pormenores que sempre estiveram à nossa frente. Foi o que me aconteceu mais uma vez ao ler a descrição que a autora do livro faz dos aposentos que lhe foram atribuídos no Rambagh Palace após ter tomado o papel de segunda esposa do Marajá de Jaipur.

Tendo vivido toda a vida num ambiente de classe média, achava que essa gente riquíssima se limitava a viver com a sua família nuclear ou um pouco alargada em palácios disparatadamente grandes. Na realidade esses palácios eram construídos para neles viverem comunidades muito maiores do que a família alargada e parte dos seus habitantes viviam aí como se fossem actualmente hóspedes permanentes de um hotel. Era esse o caso desta Maharani.

Esse modo de funcionamento justifica em parte o grande sucesso do grupo Taj na conversão dos antigos palácios dos marajás em hotéis de luxo. Muitas das Pousadas Portugal são antigos conventos, onde também viviam grandes comunidades embora de forma mais modesta.

Fui buscar a fotografia do Rambagh Palace que mostro a seguir a este artigo da Wikipedia, porque as que tirei não ficaram tão boas. Constatei depois que além de ter sido tirada por um profissional (Ray Main.co.uk) este usou uma Hasselblad, marca que eu julgava que já não existia. Afinal o modelo H3D II-39 está actualmente em promoção por "apenas" 14995 € (mais IVA).


2009-03-17

O Mar, de pernas para o ar

Exactamente há um ano publiquei o primeiro post neste blogue, com uma imagem de que gosto muito, mostrando o mar de Creta. Agora, volto a publicá-la mas rodada de 180º.

Uma vez vi uma versão em papel desta imagem nesta posição e tive dificuldade em reconhecer uma superfície aquática. Continuo a ter essa dificuldade. É curioso como uma transformação tão simples pode tornar uma cena comum tão estranha.

2009-03-13

Audiências deste Blogue

Nota: não consegui ainda evitar este espaço negro entre o título do post e a primeira imagem mas talvez venha a conseguir.




































Foi há quase um ano que iniciei esta actividade de blogger e achei apropriado fazer uma avaliação sobre como correu este primeiro ano.

Em primeiro lugar, acho que o formato do blogue, imagens acompanhadas por textos, mostrou a sua viabilidade pois, após um ano, não só ainda consigo fazer posts seguindo a filosofia inicial, como o número de visitantes não se reduziu a zero.

Vezes sem conta se disse que quem comunica não deve ser obcecado pelas audiências mas é claro que estas não podem ser completamente ignoradas. Um blogue é uma actividade em que se publica informação e se o seu autor não pretende ser lido, bastando-lhe a alegria de construir um ficheiro html, escusa de se dar ao trabalho de o colocar na internet, podendo guardá-lo apenas no seu computador.

O gráfico à direita mostra a estatística dos últimos (e primeiros...) 12 meses, mostrando um crescimento rápido nos primeiros meses, à medida que aumentava o numero de posts e de temas que podiam ser referenciados pelo Google.

No terceiro trimestre de 2008 o número de visitantes estacionou, havendo uma quebra importante em Dez/2008, que atribuí ao período natalício, pois em Jan e Fev/2009 o número de visitantes recuperou e ultrapassou o nível de Nov/2008.



Neste segundo gráfico do Sitemeter sobre o meu blogue "Imagens com Texto" mostro o número de visitas e de vistas de páginas nos últimos 30 dias. Escolhi um limite de 25 posts para serem mostrados na página inicial do blogue, que será maior do que a média, tendo como consequência que o número de páginas vistas é pouco maior do que o número de visitas.

Existe um detalhe curioso no ciclo semanal que se observa nesta estatística, há uma queda apreciável no número de visitantes durante os fins-de semana. Como durante os dias úteis existem bastantes visitas em horas que coincidem com horários de escritórios, pode-se recear que este blogue esteja a distrair alguns trabalhadores, mas a duração das visitas é tipicamente muito breve, o que pode também indiciar que muitos dos visitantes vêm enganados, não contendo o blogue a informação que eles procuravam.

Nota-se alguma correlação entre a publicação de novos posts e o aumento do número de visitantes, indicando que existem clientes habituais que recebem notificações de novos posts deste blogue. No entanto esta correlação não é simples, pois ocorrem períodos com aumento de visitas, a que não corresponde nenhuma publicação nova. Julgo que para esclarecer estas variações de actividade teria que estudar melhor as buscas dos visitantes mas tem-me faltado o tempo para isso.



Continuando a caracterização do blogue, constato há bastante tempo que os internautas brasileiros constituem uma maioria clara das visitas. A melhor explicação que me ocorre é que a maioria das visitas a este blogue aparece na sequência de uma consulta quer ao Google quer ao Google Images, embora ocasionalmente apareçam visitas de blogues que têm links (permanentes ou ocasionais) para aqui. Como o número de internautas brasileiros será maior do que o de portugueses, o número de buscas feitas em português é maior no Brasil.

À semelhança dos gráficos anteriores, também este é muito dinâmico, sendo curioso observar o diferimento no tempo das visitas brasileiras, dada a diferença de horas solares entre os dois países. Os visitantes habituais de Portugal que aparecem quando publico um novo post fazem subir primeiro a percentagem de Portugal, aparecendo o Brasil em força apenas na parte da tarde.

Existe ainda um conjunto importante mas bastante volátil de visitantes de outros países, que neste momento se encontrava reduzido a apenas mais 4 países.




A imagem ao lado, com os visitantes apresentados com as ligações que os enviaram para aqui, ilustra o que referi na imagem anterior, sobre a predominância das referências do Google e do Google images.


O leitor mais atento terá reparado que estas imagens do Sitemeter têm os seus componentes colocados em sítios um pouco diferentes, do que quando se vai directamente ao Sitemeter. Em todas elas usei o CTRL+Alt+Print para obter um "snapshot" do écran, editando depois ligeiramente a imagem para suprimir informação desnecessária.



Quase no fim desta sequência de estatísticas, que corre o risco de se tornar chata, escolhi uma situação do sitemeter de 2009-01-07 em que parecia ter penetrado no cobiçado mercado americano. Por qualquer motivo que não consegui descobrir este blogue foi visitado por americanos que aqui constituíam 11% da audiência. Deve ter sido por esta altura que ocorreu a maior diversificação geográfica dos visitantes.


Como seria de esperar, bastantes visitantes de outros países têm o Português como língua instalada no seu PC, revelando que serão provavelmente emigrantes ou "expatriados". Um emigrante de um país rico que vai ficar bem instalado e remunerado no país destino será um "expatriate" enquanto um emigrante mais modesto será um "migrant"?



Para finalizar ainda seleccionei esta imagem, onde se mostra alguns dos locais de onde visitaram este blogue, no mesmo dia 2009-01-07.

Os nomes das localidades dão um tom diferente e muito sugestivo da grande globalização em que vivemos.

É interessante ter um visitante de Meca, logo seguido por dois dos Estados Unidos e outro da Venezuela!


2009-03-08

O Cubo de Rubik e a Identidade

Erno Rubik, um arquitecto húngaro, inventou em 1974 o famoso cubo que ficou com o seu nome, tendo sido posto à venda com grande sucesso em 1980. Em Mar/1981 Douglas Hofstadter escreveu sobre ele na sua coluna do Scientific American, num ensaio também disponível no livro Metamagical Themas e eu comprei o objecto em Mai/1982.

D.Hofstadter referia no seu ensaio o livro de David Singmaster, como a referência sobre as várias técnicas de resolução do cubo mas eu estava mais interessado em descobrir eu próprio um método do que em aprender métodos já descobertos.

Provavelmente resolvi o cubo no Verão de 1983, no período de férias, dado que algumas das folhas que usei para rascunho, durante a procura duma metodologia, são datadas de Jul/1983. Dado que já eram conhecidas e publicadas técnicas de solução do passatempo, este meu trabalho apenas se justifica como uma actividade lúdica.

No entanto esta actividade lúdica exigiu algum esforço e, passados alguns anos, comecei a recear que, caso alguém tirasse o cubo da sua configuração inicial, não fosse capaz de regressar a ela.

Tudo isto é bastante irracional pois poderia sempre desmanchar o cubo e voltar a montá-lo visto tratar-se de uma tarefa bem documentada e bastante simples, ou ler os métodos de resolução publicados. Por outro lado gostaria de me convencer da generalidade dos métodos que usei para resolver o Cubo e também para no futuro ter uma referência mais completa a que pudesse recorrer para restaurar o estado original.

Acabei por documentar a metodologia no ficheiro RUBIK_v2.doc disponível no meu site, tendo as maiores dúvidas sobre a existência de leitores nele interessados.

Quando era mais jovem reconhecia o aspecto gráfico da quase totalidade dos meus manuscritos. Há muito tempo que isso deixou de acontecer e muitas vezes não me lembro sequer do tratamento que dei a um dado assunto. Em documentos mais esquecidos, de que este é um exemplo pois foi feito em Mai/1995, o que acabo por reconhecer melhor parece ser o estilo da escrita, mas fico sempre algo perplexo a pensar no que será a minha identidade.

Nesta revisitação do tema, causada por uma notícia de um renascimento do interesse no cubo de Rubik e pela possibilidade recente de disponibilizar ficheiros MSWord no meu site, fotografei o meu cubo na sua posição original e em duas outras configurações bastante fáceis de obter a partir da original e juntei tudo numa única imagem que apresento a seguir. Para cada posição tirei duas fotos para mostrar a totalidade das faces. 

 Adenda: o ficheiro RUBIK_v2.doc ficou inacessível devido à frequente mudança de endereços na internet. Uma versão .pdf está disponível em RUBIK.pdf